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João Carlos de Luca

Exploração e produção de petróleo no país

O país conta com 74 empresas no ramo, 36 nacionais. Novas licitações de áreas para serem exploradas, suspensas desde 2009, são fundamentais

As companhias que realizam atividades de exploração e produção de petróleo e gás no Brasil acompanham atentamente e não sem preocupação os fatos relacionados ao incidente no campo do Frade, na Bacia de Campos (RJ).

Foi um evento pequeno em tamanho e grande em lições. Trabalhamos para que a aprendizagem oriunda desse evento ajude a aperfeiçoar as práticas da indústria não apenas aqui, mas no mundo todo.

Sempre defendemos a apuração rigorosa dos fatos pelos órgãos reguladores com a competência técnica necessária para analisar situações que são tecnicamente muito complexas. Qualquer prejulgamento pode levar a conclusões equivocadas.

Finalizada essa análise minuciosa e com o conjunto de conclusões sobre o ocorrido, os órgãos reguladores aí sim adotarão as devidas medidas corretivas para evitar a repetição, bem como medidas administrativas no seu entender cabíveis.

A exploração e produção de petróleo no país tem se desenvolvido com recordes de produtividade e índice baixíssimo de acidentes.

Segundo a Associação Internacional dos Produtores de Petróleo e Gás, a média mundial de volumes derramados (relativizados em relação à produção, excluindo o acidente de Macondo, no golfo do México) foi, entre 2006 e 2010, quase 20 vezes maior do que a brasileira. O Brasil, portanto, está bem, mas sabemos que temos que melhorar ainda mais.

Operamos aqui seguindo os mais altos padrões, com uma legislação adequada sobre meio ambiente e segurança operacional, o que não impede o aprimoramento contínuo.

O evento de Macondo, no Golfo do México, por exemplo, trouxe melhorias em processos de execução de poços e também novas medidas para mitigar danos ambientais.

Essas iniciativas são discutidas no Brasil sob a liderança do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e suas empresas associadas. As respostas e aperfeiçoamentos virão com a colaboração de todos e um debate feito com transparência com a sociedade, entidades do setor e órgãos de governo.

Além da segurança, outras questões têm mobilizado a indústria. O país tem 74 empresas de exploração e produção, sendo 36 brasileiras.

A realização de novas rodadas de licitação de áreas -suspensas desde 2009- é de fundamental importância para poder manter todo esse investimento em ação, permitir a continuidade operacional das empresas aqui já estabelecidas e viabilizar a criação de novas empresas, dentre elas muitas nacionais, que possam também vir a ocupar um lugar destacado no cenário nacional.

Outra questão é a do conteúdo local. O IBP e seus associados apoiam a maximização do conteúdo local em bases competitivas, com regras e metodologias claras, e desenvolve um estudo que possa contribuir de maneira efetiva para o equacionamento dessa questão.

O sucesso na implementação dessa política depende do esforço conjunto e coordenado das empresas operadoras, fornecedores de equipamentos e serviços, entidades do setor e governo. Esse estímulo ao conteúdo nacional, no entanto, não pode gerar ônus à competitividade das empresas que atuam no Brasil.

O desafio da indústria é resolver essa equação e contribuir para uma política industrial sólida.

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