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Cauê Macris

A cobrança eletrônica de pedágio por quilometragem rodada é um avanço?

SIM

Sistema pioneiro é mais justo

Oportunismo ou uma providencial e também suspeita falta de conhecimento, sempre tão em moda nos períodos eleitorais, explicam as críticas do PT ao acusar o governo de São Paulo de agir para multiplicar as praças de pedágios nos municípios paulistas.

Com um projeto pioneiro no Brasil, baseado em modelos executados em países desenvolvidos, o governador Geraldo Alckmin cumpre a promessa de campanha de dar início a um processo definitivo de alteração da política de pedágios no Estado.

Ninguém duvida que as rodovias paulistas sob concessão são as melhores do Brasil. A própria Confederação Nacional do Transporte atesta em sua última avaliação que das dez melhores rodovias do país, nove estão em São Paulo. Todas são administradas por concessionárias.

Apesar das excelentes rodovias, o preço cobrado nas cabines de pedágio sempre foi a principal e justa crítica feita pelos motoristas. Por um serviço de excelência, o cidadão não liga em pagar pedágio, desde que o valor seja adequado.

Com intuito de corrigir injustiças e distorções de bairros e de cidades que ficam muito perto de praças de pedágios -e que, portanto acabam sendo duramente oneradas-, o governo de São Paulo implementa o sistema Ponto a Ponto de cobrança eletrônica de pedágio, que possibilita ao motorista pagar apenas a quilometragem efetivamente trafegada nas rodovias sob concessão.

Hoje, o sistema Ponto a Ponto está em execução na rodovia Itatiba-Jundiaí (há mais de um mês, com aprovação de 90% dos motoristas) e na rodovia Santos Dumont, entre Campinas e Sorocaba. Nos próximos dias, a rodovia Adhemar de Barros (que vai até Jaguariúna) será a terceira do país a receber o sistema.

Nunca é demais ressaltar que esse é um projeto pioneiro e piloto, executado em três rodovias paulistas, que exatamente por isso pode e deve ser aperfeiçoado antes de ser espalhado para todo Estado.

Assim, dois pontos devem ser destacados. O primeiro: estamos tratando exclusivamente de uma mudança na política de pedágios em rodovias que já fazem a cobrança -ou seja, rodovias concedidas. Rodovias sob administração do Estado e vias municipais continuarão a não ter qualquer cobrança.

Em segundo lugar, em que pese o fato de a instalação do TAG (equipamento necessário para o novo tipo de cobrança eletrônica) ser totalmente gratuita, caberá ao motorista decidir se deseja aderir ao programa.

Caso opte por não instalar o TAG, o cidadão continua a proceder da mesma forma como sempre fez, pagando a tarifa completa nas cabines de pedágio, que continuarão em operação. É uma questão de escolha!

Em vez de criticar um projeto piloto -suscetível a ser aprimorado- que tem claro objetivo de trazer justiça na cobrança de pedágios, o PT deveria colocar de lado as suas paixões políticas e pensar melhor no bem-estar da população.

Uma boa sugestão seria pressionar o governo federal a fazer com que a Agência Nacional de Transportes Terrestres exerça finalmente a sua atribuição e obrigue a concessionária responsável pela rodovia Régis Bittencourt -que cobra pedágio- a cumprir o que manda o contrato de concessão e concluir de uma vez por todas as obras de duplicação da Serra do Cafezal.

Os motoristas que passam por ela sentem na pele a diferença das concessões feitas pelo governo de São Paulo e pelo governo federal. Eles certamente agradeceriam.

CAUÊ MACRIS, 29, é deputado estadual e vice-líder da bancada do PSDB

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br

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