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Fernando Rodrigues A casa da mãe joana BRASÍLIA - Quando Fernando Henrique Cardoso tomou posse no Planalto, em janeiro de 1995, o governo federal não tinha como apertar um botão e saber quantos funcionários públicos havia. Com muito custo, a equipe do então ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (Administração Federal) começou a compilar dados. Surgiu em formato impresso e com regularidade mensal o Boletim Estatístico de Pessoal. Hoje na internet, esse trabalho informa on-line quantos são os servidores públicos federais no Poder Executivo -segundo o dado mais recente, há 643.404 civis trabalhando para Dilma Rousseff, além de 356.863 militares. E quantos desses funcionários estão em greve? Ninguém é capaz de responder a essa pergunta de maneira precisa. É alarmante a falta de controle na gestão de recursos humanos no governo federal. Os grevistas costumam afirmar que entre 300 mil a 350 mil funcionários estão de braços cruzados. Parece ser exagero, mas o governo não tem como contestar. Apesar de estar há quase dez anos no Planalto, o PT foi incapaz de implantar um sistema informatizado para ter ao final de cada dia uma lista de quem foi e de quem não foi trabalhar. Seria como se uma grande montadora de automóveis ou uma rede varejista enfrentasse uma greve e o gerente do empreendimento não soubesse exatamente quem havia aderido ao movimento. Uma balbúrdia gerencial se instalaria. No caso das universidades públicas o cenário é caótico. Trabalham nessas instituições 162.256 funcionários. Como os reitores são eleitos, têm autonomia administrativa a ponto de não dizerem para Brasília quantos servidores participam da atual greve que já dura três meses. A onda greves atual, por óbvio, um dia acaba. Mas é desolador saber que continuará inalterada falta de gerenciamento que provoca esse clima de casa da mãe joana. fernando.rodrigues@grupofolha.com.br Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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