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Rogério Gentile

Violência

SÃO PAULO - Seis anos após a série de atentados do PCC em São Paulo, policiais voltaram a ser alvo da ação covarde de criminosos. Desde o começo do ano, 68 PMs foram assassinados no Estado, ou seja, um a cada 3,7 dias. Outros 92 foram vítimas de tentativas de homicídio.

O número de mortos é quase o dobro do verificado no mesmo período do ano passado e se aproxima da matança de 2006, quando houve 106 mortos, um a cada 3,4 dias.

Preocupado, o comandante da PM, Roberval França, chegou a divulgar, em julho, uma carta por meio da qual recomendou aos policiais em folga que adotassem as mesmas cautelas e cuidados que mantêm durante o serviço, bem como os orientou a evitar lugares perigosos.

O governo Alckmin tem tratado o assunto com cautela e nega que esteja havendo um ataque organizado à polícia, mas chama a atenção o fato de que ao menos dez mortes tenham indícios do que convencionou-se denominar execução.

No domingo, por exemplo, um PM foi assassinado na frente da filha de dois anos ao retornar de um culto evangélico para casa. Nada foi roubado e o soldado, que estava desarmado, foi atingido por oito tiros.

Organizados ou não, os ataques acabaram por desencadear uma reação também preocupante por parte dos policiais. De janeiro a julho, 170 pessoas foram mortas na capital paulista por policiais, 33% a mais do que no mesmo período de 2011. Anteontem, mais nove morreram numa ação da Rota no interior.

A enorme quantidade de corpos no ano faz lembrar, novamente, 2006, quando, para cada policial assassinado pelo PCC, outras tantas pessoas -bandidos e não bandidos- foram mortas.

Num momento assim, é necessário que o Estado reforce medidas preventivas de segurança, bem como aprofunde investigações para prender os criminosos. E segure a tropa, que, obviamente, tem de agir com vigor, mas no limite da legalidade.

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