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Vinicius Mota

Continuísmo em xeque

SÃO PAULO - Convicções importam na hora do voto. E cada vez mais em se tratando de vastos contingentes populacionais cujas necessidades materiais básicas vão sendo aos poucos satisfeitas.

É interessante constatar que 62 em cada 100 eleitores paulistanos preferem atribuir a criminalidade à "maldade" das pessoas, em vez de à falta de oportunidades iguais. E que a tolerância a homossexuais prevalece dos conservadores aos mais liberais.

A distribuição do eleitorado numa escala de convicções, como passou a fazer o Datafolha, relativiza e enriquece a leitura dos cortes usuais por renda, sexo, idade e escolaridade.

A maioria (54%) prefere o tucano José Serra entre eleitores cuja renda familiar mensal excede dez salários mínimos (R$ 6.220). Mas no estrato dos que mais concordam com assertivas liberais, no qual a renda e a escolaridade são também as mais altas, o petista Fernando Haddad leva vantagem (52%).

Convicções, entretanto, não explicam tudo, em especial nas eleições de dois turnos para o Executivo. Os candidatos preferidos, vide a atual situação de Haddad, sempre conseguem boa penetração nos diversos campos de opinião.

Mesmo nos EUA, onde a divisão entre conservadores e liberais é exacerbada e pesa muito na urna, os candidatos precisam emitir mensagens ecumênicas para vencer. A esse respeito, adotou viés centrista o republicano Mitt Romney uma vez iniciada a corrida pelo voto popular.

Quase 80% dos paulistanos acham péssima, ruim ou mediana a administração de Gilberto Kassab. Eis o principal elemento a dividir águas nesta eleição. Uma parcela dos eleitores, que ora tende a tornar-se majoritária, não morre de paixão por Fernando "Andrade", mas rejeita o continuísmo representado pelo desgastado José Serra.

Que se cuidem, entre outros, Dilma Rousseff e Geraldo Alckmin na defesa de seus mandatos em 2014.

vinimota@uol.com.br

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