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Ilan Sztulman

Regime é perigoso para o mundo todo

A capacidade nuclear do Irã representa uma ameaça à região?

SIM

A situação dos direitos humanos no Irã é desastrosa e lamentável.

Pessoas são executadas por serem homossexuais.

Mulheres são estupradas e, ainda assim, sofrem a punição da execução porque supostamente violaram a honra da família. Minorias, como os bahá'is, são reprimidas e molestadas diariamente.

Mulheres devem seguir um rígido código de comportamento e de vestuário, correndo o risco de serem pressas na rua e apedrejadas.

A repressão política comandada pelo Estado e pelas forças militares, que já foi diversas vezes documentada pela imprensa internacional, está em níveis maiores do que qualquer outro país jamais pensou em aplicar. Mas aqui essa repressão é feita toda em nome do islã e apoiada pela organização estatal.

Fora isso, o Irã fomenta grupos e atentados terroristas em todo o mundo, como no caso do atentado na comunidade judaica de Buenos Aires em 1994.

Por esse caso, a Interpol pede há anos a prisão do próprio ministro da Defesa iraniano Ahmad Vahidi, por ter orquestrado este terrível ataque, no qual 85 cidadãos argentinos morreram e 300 foram feridos.

Em junho deste ano, esse mesmo ministro teve que sair rapidamente da Bolívia, onde estava em uma visita oficial, com medo do pedido formal de extradição, que está pendente até hoje.

Mas agora surge outra razão para nos indignarmos com o regime extremista dos aiatolás: a sua agora provada corrida para obter uma bomba atômica!

O relatório da Agência Internacional de Energia Atômica, publicado nesta semana em Viena, prova além de qualquer dúvida que o governo do Irã vinha desenvolvendo sistematicamente sua capacidade de criar armas nucleares, ao mesmo tempo que seus líderes refutavam esse fato publicamente!

É papel da comunidade internacional se alarmar e entender que este regime, cujo presidente declara que o Holocausto dos judeus nunca existiu e que o Estado de Israel deve ser exterminado, que desenvolve armas nucleares e brutalmente termina com qualquer manifestação democrática, é um perigo para toda a humanidade.

Não se trata de uma ameaça somente ao Estado de Israel, mas configura uma ameaça a todos os valores humanos em que baseamos a sociedade moderna e pelos quais tanto lutamos.

No último século, tivemos muitos exemplos de como a apatia internacional a regimes totalitários pode trazer horrores e massacres.

Se não tomarmos uma posição agora, como pessoas que acreditam em valores humanos, vamos pagar um preço muito mais caro.

Não podemos ignorar que isso ameaça o futuro das gerações do mundo todo. Temos que tomar uma atitude, como seres humanos e como amantes da democracia.

ILAN SZTULMAN é o cônsul-geral de Israel em São Paulo.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br

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