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Trânsito pesado

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Em mais uma medida com o intuito de aliviar o trânsito de São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab decidiu aumentar, a partir do mês que vem, as restrições à circulação de caminhões na cidade.
Na marginal Pinheiros e na avenida Bandeirantes, o horário em que esses veículos estão vetados será estendido em duas horas -das 4h às 22h. Na marginal Tietê e em outras avenidas importantes, como a Paes de Barros e a Salim Farah Maluf, a proibição vai vigorar, de segunda a sexta, das 4h às 10h e das 16h às 22h.
Embora técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) admitam o risco de aumento da lentidão fora dos horários de pico, a prefeitura estima que as novas regras vão melhorar em 20% a velocidade nessas vias.
A pergunta é: até quando?
Não é demais lembrar que a decisão do prefeito Gilberto Kassab ocorre um ano e meio depois das obras de ampliação de faixas na marginal Tietê, num momento em que já se observam sinais de piora do tráfego.
Tem sido essa, há anos, a rotina conhecida pelos paulistanos: obras viárias e restrições ao uso de automóveis e caminhões que proporcionam ganhos de fluidez durante um período, até que a dinâmica do trânsito, o aumento da frota e as deficiências do sistema de transporte coletivo se encarreguem de anulá-los. É neste último tópico que as autoridades estaduais e municipais deveriam concentrar suas atenções.
Sem dúvida, registram-se progressos na malha de transporte sobre trilhos da cidade. A ampliação do metrô, por lenta que seja, e a elevação do padrão de algumas linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) vão demonstrando que é possível oferecer uma alternativa coletiva eficaz ao uso do automóvel em São Paulo.
A marginal Tietê, a mais movimentada e problemática da cidade, precisa ser incluída nesse contexto -e uma possibilidade é a construção de uma linha de trem que acompanhe seu traçado.
Como demonstra o caso do metrô, investimentos em soluções de longo prazo costumam dar bons e duradouros resultados. O problema é que nem sempre atendem aos interesses políticos imediatos dos governantes.

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