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Josué Gomes da Silva

Retrato de um novo país

Os novos recortes do Censo 2010, divulgados pelo IBGE, mostram as transformações positivas no país nos últimos 30 anos. Os dados confirmam benefícios da democracia para a sociedade, que a conquistou com civismo, ordem e exercício político em movimento histórico simbolizado pela campanha Diretas-Já (1984).

Um dos indicadores dos avanços é a expressiva redução da taxa de fecundidade, próxima das verificadas em nações mais desenvolvidas. Ênfase para a diminuição da gravidez na adolescência. Importante frisar que essas conquistas decorrem de campanhas educativas e do planejamento familiar, e não de anacrônicas e autoritárias práticas de controle de natalidade.

Reduzimos o número de nascimentos e aumentamos o contingente de estudantes e o nível do ensino. Em 2000, 5,5% das crianças de 7 a 14 anos não estavam na escola. O índice caiu para 3,1% em 2010. Na faixa etária entre 15 e 17 anos, 22,3% estavam fora das salas de aula no ano 2000. Em 2010, foram 16,7%.

Mais alunos, menos analfabetismo, cuja taxa entre a população com 15 anos ou mais diminuiu quatro pontos percentuais na década. Mas ainda temos significativo analfabetismo funcional a vencer.

A qualidade de vida também melhorou. Hoje, mais de 80% dos domicílios brasileiros são atendidos por rede de abastecimento de água e 97,8% contam com energia elétrica.

Tal insumo tem sido utilizado de modo construtivo, pois o computador, que significa mais acesso a informação e cultura, foi o bem durável cuja presença mais cresceu nos lares. Em 2000, aparecia em 10,6% dos domicílios, ante 38,3% no ano passado.

A televisão, produto de alto consumo, existe em 95% das casas, contra 87,2% há dez anos. O carro contemplava 32,7% das famílias, avançando para 39,5%. Além disso, 87,9% dos domicílios brasileiros hoje têm linha telefônica.

Melhor estrutura urbana, saneamento, conforto e salubridade residencial refletem-se no mais relevante indicador: apenas 3,4% de todas as mortes no país em 2010 ocorreram antes do primeiro ano de vida. O índice era de 23,3% em 1980. Ou seja, o declínio da mortalidade infantil foi de 85,4%.

Temos muito a comemorar, mas com a consciência de que também ainda há muito a ser feito. Não podemos ter nenhuma criança fora da escola ou sequer um analfabeto, além de proporcionar excelência no ensino público.

É preciso garantir saúde, segurança e oportunidades iguais para todos. Por isso, devemos zelar por nossa democracia aprimorando-a sempre, pois a liberdade política leva ao crescimento com justiça social, o verdadeiro desenvolvimento. As eleições de 2012 serão mais uma boa oportunidade para isso.

JOSUÉ GOMES DA SILVA escreve aos domingos nesta coluna.

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