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São Paulo, quinta-feira, 01 de janeiro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Tecnologia
"O senhor Rogério Cezar de Cerqueira Leite reitera no artigo "Tecnologia aeroespacial e Papai Noel" ("Tendências/ Debates", pág. A3, 29/12) sua prática contumaz de descompromisso com a informação correta quando trata de assuntos ligados ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Assim, tece críticas ao acordo de salvaguardas entre o Brasil e os Estados Unidos encaminhado ao Congresso Nacional pelo governo anterior, insinuando que seria dominante na nova política aeroespacial brasileira. Para poder chegar a essa conclusão, omite completamente o acordo de salvaguardas com a Ucrânia, cuja aprovação no Congresso Nacional, articulada pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, abre perspectivas concretas de cooperação entre os dois países sem nenhuma restrição ao desenvolvimento tecnológico aeroespacial brasileiro. Ao contrário, o acordo vai produzir a formação da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), com sede em Brasília, que terá participação da Infraero e de duas companhias ucranianas. O Brasil ficará responsável pelo desenvolvimento da infra-estrutura geral do Centro de Lançamento de Alcântara para lançar o Cyclone-4, com equipamentos encomendados a setores industriais dos dois países, enquanto a Ucrânia se compromete a desenvolver o foguete e a realizar os testes e o primeiro vôo de qualificação, em 2007. A Ucrânia está disposta ainda a cooperar para o desenvolvimento da indústria aeroespacial brasileira tanto através da formação de cientistas como transferindo tecnologias de sua avançada indústria aeroespacial. Consumando sua desinformação, o senhor Leite afirma que o ministro Roberto Amaral estaria propondo "pagar o serviço da dívida externa" brasileira "com pesquisas". Ora, essa deformação da proposta do ministro agride as próprias informações publicadas pela Folha. A proposta foi apresentada pelo ministro Roberto Amaral quando presidia a mesa-redonda ministerial sobre "Sociedade do Conhecimento" na 32ª Conferência Geral da Unesco, em Paris. Recebeu, entre outros, os apoios dos países do Mercosul, dos países africanos de língua portuguesa e da própria Unesco, que a adotou e vai levá-la a outros fóruns internacionais. Em síntese, o ministro propõe que os recursos usados pelos países emergentes para pagar o serviço de suas dívidas externas sejam usados para o respectivo desenvolvimento científico e tecnológico, e nunca para desenvolver pesquisas para os países desenvolvidos, como conclui absurdamente o senhor Leite."
Carlos Siqueira, chefe-de-gabinete do Ministério da Ciência e Tecnologia (Brasília, DF)

Fez água
"A propósito da coluna de Elio Gaspari de domingo passado ("2003, numa aula de dois professores petistas'), devo acrescentar uma informação e atualizar outra. O livro a que alude o colunista -"A Economia Política da Mudança - Os Desafios e os Equívocos do Início do Governo Lula'- nasceu de seminário homônimo convocado e coordenado pelo professor João Antonio de Paula, da Universidade Federal de Minas Gerais. A atualização de informação é que, depois de 20 anos de militância, não posso hoje, em nome das minhas convicções políticas e intelectuais, dizer-me petista. O governo Lula, como se vê, com seu contra-reformismo deslumbrado, não faz senão levar às consequências extremas, desastrosas, a agenda neoliberal inaugurada por Collor e aprofundada por FHC. Assim, só é otimista quem precisa, por dever de ofício, animar auditório. Irônica ou melancolicamente, dependendo da distância do ponto de vista, o projeto do PT original fez água. E não adianta chorar..."
Leda Maria Paulani (São Paulo, SP)

Perguntas
"O BNDES perdoa US$ 194 mi da AES. O brasileiro paga "seguro apagão" para ter garantido o fornecimento de energia elétrica -dever constitucional do governo-, sustentando o ócio ou a "disponibilidade" de usinas termoelétricas. As tarifas de energia vão aumentar para todos os brasileiros por conta da escassez de chuvas no Nordeste (área de seca histórica). Todos os assuntos acima foram temas de reportagens da Folha em 30/12. As perguntas são: não há neste país alguém, com um mínimo de poder que seja, que nos defenda contra essas iniquidades? Até quando seremos obrigados a pagar pela incompetência e pela insensibilidade social do governo e pelas benesses, sempre para os mesmos, do BNDES? As tarifas voltarão ao nível anterior se forem sanados os problemas?"
Armando Navarro de Andrade (Santos, SP)

Piada
"Só pode ser entendida como piada a pretensão do jornal "The New York Times" -sabe-se lá se não instrumentado por Washington- de insinuar que o Brasil possa estar escondendo alguma coisa no que se refere ao seu programa nuclear -se é que temos algo digno desse nome. Os americanos, como sempre, procuram a maldade fora de casa quando poderiam encontrá-la mais facilmente na sua própria cozinha. É sempre conveniente lembrar que até hoje só uma nação conseguiu atingir o grau de estupidez necessário para usar armas atômicas: os Estados Unidos da América. E é igualmente conveniente lembrar que as usou não para inverter o resultado de uma guerra difícil, mas apenas para dar uma demonstração de força ao mundo, em especial à falecida União Soviética. Convém ainda lembrar que os americanos continuam a desenvolver armas de destruição em massa cada vez mais poderosas e que não se sentem minimamente constrangidos ao ameaçar usar seu arsenal nuclear para resolver os conflitos em que se metem."
Celso Balloti (São Paulo, SP)

Transporte urbano
"A carta da EMTU ("Painel do Leitor", 30/12) parece ter sido escrita para confundir a opinião pública. Os leitores merecem explicações sobre a portaria que cancelou 52 linhas metropolitanas em São Paulo. As linhas foram canceladas porque não constavam da relação enviada pela Secretaria de Negócios Metropolitanos, por intermédio da EMTU, à Secretaria Municipal de Transportes. Vale lembrar que a EMTU solicita previamente autorização para operar linhas metropolitanas dentro do município. Se aprovadas, essas linhas são autorizadas em portaria da Secretaria Municipal de Transportes -com itinerário, característica e ponto terminal. Mas, quando a EMTU paralisa, cancela ou extingue uma linha, a SMT não é avisada, o que desatualiza as informações em nosso sistema. A SMT só pode então considerar em operação as linhas informadas pela EMTU."
Rogério Panda, coordenador-geral da Assessoria de Comunicação Social e Imprensa da Secretaria Municipal de Transportes (São Paulo, SP)

Boas-festas

A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: José Dirceu de Oliveira e Silva, ministro-chefe da Casa Civil (Brasília, DF); Marly e José Sarney, senador pelo PMDB-AP (Brasília, DF); Museu da República (Catete, RJ); Huang Hwei-chen, Escritório de Comunicação da República da China (Taipé, Taiwan); Tales Castelo Branco, presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo (São Paulo, SP); FischerAmérica (São Paulo, SP); Lew, Lara (São Paulo, SP); Roberto de Oliveira, BandSports (São Paulo, SP); MVL Comunicação (São Paulo, SP); Credicard/Orbitall/Redecard (São Paulo, SP); Editora Manole (Carapicuíba, SP); Instituto Criar de TV e Cinema (São Paulo, SP); Adriana Florence e Fonte Assessoria de Comunicação (São Paulo, SP); Chico Niedzielski e Verena Estton (Itapecerica da Serra, SP); Roberto Miller (São Paulo, SP); José Antonio Diniz de Oliveira, diretor de produtos da Cassi (Brasília, DF); Gomes de Oliveira Advogados Associados (São Paulo, SP); Ocimar Versolato (São Paulo, SP).



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