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São Paulo, sábado, 01 de fevereiro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Doações de campanha
"A Altana Pharma fez doação à campanha política do excelentíssimo deputado Ney Lopes (PFL-RN) de forma legal e transparente (Brasil, página A12 de ontem). A doação não é passível de questionamento ético, pois, como informa a própria reportagem, o parlamentar não poderia ser relator de matéria de interesse de quem tenha contribuído para sua campanha política. Não é o caso desta empresa, pois a doação, modesta, foi realizada bem após o término da referida CPI, a qual tampouco era específica em relação a pessoa física ou jurídica."
David Zimath, diretor e porta-voz da Altana Pharma (São Paulo, SP)

Governo Lula
"Nos últimos dias, a imprensa voltou a mencionar um tema da campanha política: a esperança e o medo em relação ao novo governo. Entendo que o assunto vem à tona em razão da dualidade entre o que os atuais governantes defendiam e o que estão praticando agora. Eles defendiam a redução dos juros, agora os aumentam; eram a favor da correção da tabela do Imposto de Renda, agora são contra; queriam a extinção da CPMF, agora vão mantê-la; criticavam a intervenção do governo anterior nas eleições para a Câmara e o Senado, agora intervêm sem nenhum constrangimento; defendiam aposentadoria diferenciada para funcionários públicos, agora querem igualá-los aos da iniciativa privada. Logo vamos saber se "a esperança venceu o medo" ou se "o medo venceu a esperança". Que Deus nos proteja."
Antonio Devechi (Curitiba, PR)
 
"Como leitor desse conceituado jornal e brasileiro, considero a postura da Folha perante o programa Fome Zero lamentável. Não se consideram a felicidade e a esperança com que os mais pobres acolheram essa alternativa à falta de alimento e dignidade. Parece que o jornal quer imprimir aos leitores o saudosismo de Fernando Henrique Cardoso e do domínio das elites conservadoras."
Regis Clemente da Costa (São Paulo, SP)

IR e servidores públicos
"As notícias de que o atual governo não pretende atualizar a tabela do Imposto de Renda, assim como a negativa (até onde se sabe) de conceder míseros 4% de reajuste aos salários dos servidores públicos, soam muito mal, pois eram esperadas, no mínimo, práticas políticas diferentes das do governo que saiu. A categoria dos funcionários públicos talvez tenha sido uma das mais punidas pela política econômica da gestão de Fernando Henrique Cardoso. Agora, o governo do senhor Lula não parece muito disposto a reajustar os salários dos servidores, para não falar das propostas de alterar o cálculo das aposentadorias (nós recolhemos 11% sobre tudo o que recebemos. Qual é o privilégio?). Quanto à tabela do IR, é no mínimo bisonho o comportamento deste governo -num passado bem recente, as "bandeiras" levantadas eram outras."
Floro Sant'ana de Andrade Neto (Maceió, AL)

Universidades
"Por mais primorosa que seja a intenção de ampliar as vagas nas universidades públicas, peca-se pela má utilização do dinheiro. Não discordo das boas intenções do nosso novo ministro da Educação, mas as questões e os entraves educacionais do país estão relacionados à estrutura, e não à fronde. Educação não significa só alfabetização; é também cultura e cidadania."
Gabriela Celebrone (Jaú, SP)

Vozes da seca
"Há 50 anos, Luiz Gonzaga, o "rei do baião", lançou a toada "Vozes da Seca". Endereçada aos governantes de sempre, essa obra-prima traduzia (e ainda traduz) em versos o verdadeiro sentimento do povo nordestino. Nessa canção, Gonzagão mostrou que sua gente não precisa de esmola, e sim de oportunidades; que uma cesta básica pode matar a fome de uma pessoa carente por alguns dias, mas não pela vida toda. Atualíssimo, o grande "Lua". Pena que ele seja pouco tocado e menos ainda ouvido."
Hermínio Silva Júnior (São Paulo, SP)

Clonagem
"Veículos de informação leigos divulgam quase cotidianamente acontecimentos relacionados à obtenção de sucesso na clonagem reprodutiva humana. Saliento que isso é absolutamente inadequado, porquanto duas premissas não têm sido respeitadas: o parecer de comissão de ética e pesquisa sobre a validade de iniciativa desse tipo e a obrigatoriedade de divulgar os resultados em âmbitos cientificamente respeitados, tais como congressos, sociedades e publicações apropriadas. Como não é mencionado o cumprimento dessas exigências imprescindíveis, os fatos em foco não têm credibilidade; portanto, é impróprio noticiá-los com o destaque atual. O desrespeito ao indispensável rigor científico constitui, acima de tudo, charlatanismo ou picaretagem, exigindo atuação policial."
Vicente Amato Neto (São Paulo, SP)

Salários dos deputados
"Escrevo-lhes para manifestar a minha indignação e dizer o quanto é vergonhoso ver a Câmara dos Deputados aumentando seus salários e suas verbas (Brasil de anteontem). Afinal, quem vai pagar a conta -o povo- está tendo aumentos miseráveis, isso quando eles existem. É por essas e outras que a democracia está em crise praticamente no mundo inteiro. Falar em Fome Zero, austeridade e aumento de impostos soa bem destoante nessas circunstâncias."
Clóvis Deitos (Campinas, SP)
 
"Muito se fala das despesas com os deputados federais. Vamos fazer um cálculo simples. Multipliquemos o número de deputados pelas despesas, dividindo-se esse valor pelo salário mínimo: isso dá, aproximadamente, 150 mil salários mínimos/mês. Contando quatro pessoas por família, esse valor corresponde a cerca de 600 mil pessoas. Considerando que há milhões sem comer, isso não é nada. Portanto, não vejo por que criticar nossos pobres deputados. O problema é que as Câmaras dos Estados e dos municípios vão querer as mesmas regalias. Bom, aí esse número poderá superar com folga a casa dos milhões! E então, como ficam os ilustres congressistas?"
Fernando Walter (São José dos Campos, SP)

Drogas no vôlei
"Barbara Gancia, em sua coluna de ontem (Cotidiano, página C2), saiu em defesa do jogador de vôlei Giba, alegando que o uso de maconha não é doping. Não quero entrar nesse mérito, pois não tenho conhecimento de causa. Mas acho revoltante que ela diga que maconha é uma droga social. Droga é droga. Giba deve ter consciência de que a maconha é detectada no antidoping. Se ele correu o risco de usá-la e foi pego, deve arcar com as consequências. Sua condição de ídolo do esporte reforça a responsabilidade que ele tem sobre os jovens."
Sergio Honda (São Paulo, SP)


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