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NELSON MOTTA
Comandantes da folia
SALVADOR - Tremi de medo com
a expressão guerreira do comandante Daniel Ortega quando o comandante Hugo Chávez anunciou a
criação de um exército bolivariano
para enfrentar a ameaça de uma invasão americana. A Nicarágua em
armas é fogo. Tio Sam que bote as
barbas de molho. "Pátria o muerte!
Socialismo o muerte!", eles adoram
gritar "qualquer coisa o muerte!",
de punhos cerrados.
"Quem tocar em um de nós tocará em todos!", bradou Chávez aos
hermanos cubanos, bolivianos,
equatorianos e nicaragüenses; as
Farc adoraram. O Pentágono tremeu, foi como se outro avião despencasse sobre suas cabeças. Os Estados Unidos tentarão de tudo, inclusive usar a CIA para assassinar
líderes bolivarianos, tudo para impedir a união latino-americana
-que fará ruir o império. Unión o
muerte!
Mas nem o mais idiota dos latino-americanos acredita em uma invasão americana a Cuba. E para quê?
Os gringos vão fazer uma guerra,
mais uma, de custos incalculáveis,
só para retomar para meia dúzia de
famílias cubanas de Miami e algumas velhas companhias americanas o que a Revolução lhes expropriou no século passado? Nem Fidel acredita mais nisso.
Os americanos não querem invadir Cuba -só querem vender de tudo para Cuba, onde tudo falta, comprar rum e charutos e, vá lá, fazer
seu turismo sensual, como já fazem
europeus e sul-americanos. Os cubanos se orgulham da fama de calientes, faz parte do marketing nacional. Por isso é um dos destinos
favoritos dos gays americanos, que
viajam via México ou Canadá, em
alegres bandos. Eles também exigem o fim do embargo. Sauna o
muerte! Sunga o muerte!
Solidários, mas longe dessa folia,
os comandantes brasileiros vão à
luta gritando suas palavras de ordem: Cerveja o muerte! Carnaval o
muerte!
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