São Paulo, sexta-feira, 01 de fevereiro de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Desmatamento
"Falta funcionário para fiscalização? São 20 mil companheiros lotados em gabinetes, ociosos. Que tal remanejá-los para o Ibama?"
AROLDO MIRANDA (São Paulo, SP)

"O governador de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido!), disse que a ministra Marina Silva é "despreparada". Ele pode até estar certo, dependendo do que entende que seria preparo para exercer um cargo público. A velha tática de desqualificar o oponente e fugir do debate é o "preparo" exibido pelo governador.
Para sabermos melhor quem são os personagens dessa polêmica, uma consulta aos arquivos da Folha pode ser esclarecedora. Enquanto o governador foi denunciado pelo procurador-geral da República por "compra de votos, coação no curso do processo, formação de quadrilha e falso testemunho" (9/ 8/2007), a ministra foi incluída numa lista do jornal britânico "The Guardian" como uma das 50 pessoas que poderiam salvar o planeta (8/1/2008).
Qual é o "preparo" que esperamos dos nossos políticos?"
RINEU SANTAMARIA FILHO (Monte Alto, SP)

Carnaval e sexo
"Há uma contradição nas ações do Ministério da Saúde. Se este gasta milhões em propaganda incentivando o uso da camisinha, porque então liberar indiscriminadamente a distribuição da pílula do dia seguinte para quem certamente não se preveniu? E a Aids e as outras doenças sexualmente transmissíveis? Infelizmente concluo que a grande festa do Carnaval, no Brasil, virou sinônimo de muito sexo.
Neste caso, não posso deixar de dar razão à Igreja Católica."
SANDRO CÉSAR GALLINARI (Praia Grande, SP)

Vereadores
"Deputados federais, de quem os vereadores são cabos eleitorais, esboçam um movimento para aprovar até 1º de junho, em dois turnos, na Câmara e no Senado, proposta de emenda constitucional para aumentar o número de vereadores.
Há quatro anos, o Tribunal Superior Eleitoral determinou a diminuição de 8.503 vereadores, mas se esqueceu de reduzir o repasse de verbas das prefeituras para as Câmaras Municipais, com base no critério de um vereador para cada 47 mil habitantes, fixado pelo Supremo Tribunal Federal.
O correto, agora, seria os deputados tornarem institucional a redução dos repasses de verbas para as câmaras, sem interferir na decisão do TSE. Assim, não tornaríamos a ver na TV vereadores em viagem turística à Argentina, financiada com o dinheiro público, e câmaras terem orçamento maior do que o reservado à educação e à saúde."
CARLOS LARANJEIRA (São Bernardo do Campo, SP)

Publicidade
"Gilberto Dupas termina seu excelente e brilhante artigo "Ética e propaganda" ("Tendências/Debates", 28/1) com as seguintes palavras: "ética supõe valores. Quais são os valores da propaganda?". Desejo acrescentar à sua questão a minha própria pergunta: como é possível que universidades públicas continuem oferecendo, por meio de dinheiro público, cursos de publicidade e de propaganda?
O fato de esse curso ser um dos mais procurados nos vestibulares mostra claramente o quanto a atual geração é alienada em relação àquela que a antecedeu.
É bom lembrarmos que no final dos anos 50 do século passado, com o advento da era espacial, houve uma explosão de candidatos ao curso de física da USP, e, na segunda metade da década seguinte, quando o Brasil se procurava, explosão ainda maior ocorria com o curso de ciências sociais da mesma universidade. As mentes estavam abertas, e os jovens procuravam cursos que contribuiriam para abrir as cabeças da população.
Hoje, a grande procura tem lugar num curso essencialmente voltado para o direcionamento de cabeças. Cabeças fechadas para o consumismo desenfreado, para a competição, para a demonstração de status e para o individualismo."
NEWTON CESAR BALZAN (Campinas, SP)

"O texto do senhor Gilberto Dupas de 28/1 é um verdadeiro banho de água fria no ânimo daquelas pessoas que continuam cobrando ética em todas a atividades, como na propaganda, que é onde trabalho.
O texto generaliza e nivela por baixo uma atividade que, excetuando alguns casos, como os citados pelo senhor Dupas e outros não citados por ele, é honesta, séria e feita com ética, respeito ao consumidor, ao anunciante e, principalmente, ao ofício de quem a faz.
Faz sentido cobrar ética, sim, porque no dia em que o ser humano parar de cobrar um comportamento ético, não só dos outros, mas de si próprio, o mundo vai virar uma esbórnia só.
Em todas as atividades existem maus profissionais que enodoam qualquer profissão. No entanto não é justo que generalizemos, a menos que façamos parte daquele bando de idiotas que acham que todos os padres são pedófilos, por culpa de alguns, que todos os políticos são corruptos, por culpa de alguns, e assim sucessivamente."
HUMBERTO MENDES, vice-presidente-executivo da Fenapro -Federação Nacional das Agências de Propaganda (São Paulo, SP)

Bush, Iraque e Chávez
"A reportagem "Governo Bush fez 935 declarações falsas de 2001 a 2003" (Mundo, 24/1) mostra que Bush e funcionários importantes de seu governo fizeram quase mil declarações mentirosas sobre a ameaça que o Iraque representava para a segurança dos EUA.
Segundo o estudo, "os discursos eram parte de uma campanha orquestrada que galvanizou a opinião pública e levou o país à guerra, sobre pretextos incontestavelmente falsos". Ainda segundo a reportagem, em centenas de ocasiões, Bush proclamou que o Iraque tinha armas de destruição em massa e mantinha laços com a rede terrorista Al Qaeda. Tudo era a mais absoluta calúnia, segundo o estudo.
Eu pergunto: quantos iraquianos já foram mortos nestes cinco anos?
Cem mil, 300 mil, 1 milhão?
Mas toda a imprensa e até mesmo os leitores que freqüentam este "Painel" vivem alardeando que o grande perigo para a América Latina e para o mundo é o presidente Hugo Chávez. Então, tá."
GILBERTO TADEU DE LIMA (São Caetano do Sul, SP)

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