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PAINEL DO LEITOR
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Desmatamento
"Falta funcionário para fiscalização? São 20 mil companheiros lotados em gabinetes, ociosos. Que tal
remanejá-los para o Ibama?"
AROLDO MIRANDA (São Paulo, SP)
"O governador de Rondônia, Ivo
Cassol (sem partido!), disse que a
ministra Marina Silva é "despreparada". Ele pode até estar certo, dependendo do que entende que seria
preparo para exercer um cargo público. A velha tática de desqualificar
o oponente e fugir do debate é o
"preparo" exibido pelo governador.
Para sabermos melhor quem são
os personagens dessa polêmica,
uma consulta aos arquivos da Folha pode ser esclarecedora. Enquanto o governador foi denunciado pelo procurador-geral da República por "compra de votos, coação
no curso do processo, formação de
quadrilha e falso testemunho" (9/
8/2007), a ministra foi incluída numa lista do jornal britânico "The
Guardian" como uma das 50 pessoas que poderiam salvar o planeta
(8/1/2008).
Qual é o "preparo" que esperamos
dos nossos políticos?"
RINEU SANTAMARIA FILHO (Monte Alto, SP)
Carnaval e sexo
"Há uma contradição nas ações
do Ministério da Saúde. Se este gasta milhões em propaganda incentivando o uso da camisinha, porque
então liberar indiscriminadamente
a distribuição da pílula do dia seguinte para quem certamente não
se preveniu? E a Aids e as outras
doenças sexualmente transmissíveis? Infelizmente concluo que a
grande festa do Carnaval, no Brasil,
virou sinônimo de muito sexo.
Neste caso, não posso deixar de
dar razão à Igreja Católica."
SANDRO CÉSAR GALLINARI (Praia Grande, SP)
Vereadores
"Deputados federais, de quem os
vereadores são cabos eleitorais, esboçam um movimento para aprovar até 1º de junho, em dois turnos,
na Câmara e no Senado, proposta
de emenda constitucional para aumentar o número de vereadores.
Há quatro anos, o Tribunal Superior Eleitoral determinou a diminuição de 8.503 vereadores, mas se
esqueceu de reduzir o repasse de
verbas das prefeituras para as Câmaras Municipais, com base no critério de um vereador para cada 47
mil habitantes, fixado pelo Supremo Tribunal Federal.
O correto, agora, seria os deputados tornarem institucional a redução dos repasses de verbas para as
câmaras, sem interferir na decisão
do TSE. Assim, não tornaríamos a
ver na TV vereadores em viagem turística à Argentina, financiada com
o dinheiro público, e câmaras terem
orçamento maior do que o reservado à educação e à saúde."
CARLOS LARANJEIRA
(São Bernardo do Campo, SP)
Publicidade
"Gilberto Dupas termina seu excelente e brilhante artigo "Ética e
propaganda" ("Tendências/Debates", 28/1) com as seguintes palavras: "ética supõe valores. Quais são
os valores da propaganda?".
Desejo acrescentar à sua questão
a minha própria pergunta: como é
possível que universidades públicas
continuem oferecendo, por meio de
dinheiro público, cursos de publicidade e de propaganda?
O fato de esse curso ser um dos
mais procurados nos vestibulares
mostra claramente o quanto a atual
geração é alienada em relação àquela que a antecedeu.
É bom lembrarmos que no final
dos anos 50 do século passado, com
o advento da era espacial, houve
uma explosão de candidatos ao curso de física da USP, e, na segunda
metade da década seguinte, quando
o Brasil se procurava, explosão ainda maior ocorria com o curso de
ciências sociais da mesma universidade. As mentes estavam abertas, e
os jovens procuravam cursos que
contribuiriam para abrir as cabeças
da população.
Hoje, a grande procura tem lugar
num curso essencialmente voltado
para o direcionamento de cabeças.
Cabeças fechadas para o consumismo desenfreado, para a competição, para a demonstração de status
e para o individualismo."
NEWTON CESAR BALZAN (Campinas, SP)
"O texto do senhor Gilberto Dupas de 28/1 é um verdadeiro banho
de água fria no ânimo daquelas pessoas que continuam cobrando ética
em todas a atividades, como na propaganda, que é onde trabalho.
O texto generaliza e nivela por
baixo uma atividade que, excetuando alguns casos, como os citados pelo senhor Dupas e outros não citados por ele, é honesta, séria e feita
com ética, respeito ao consumidor,
ao anunciante e, principalmente, ao
ofício de quem a faz.
Faz sentido cobrar ética, sim,
porque no dia em que o ser humano
parar de cobrar um comportamento ético, não só dos outros, mas de si
próprio, o mundo vai virar uma esbórnia só.
Em todas as atividades existem
maus profissionais que enodoam
qualquer profissão. No entanto não
é justo que generalizemos, a menos
que façamos parte daquele bando
de idiotas que acham que todos os
padres são pedófilos, por culpa de
alguns, que todos os políticos são
corruptos, por culpa de alguns, e assim sucessivamente."
HUMBERTO MENDES, vice-presidente-executivo
da Fenapro -Federação Nacional das Agências
de Propaganda (São Paulo, SP)
Bush, Iraque e Chávez
"A reportagem "Governo Bush fez
935 declarações falsas de 2001 a
2003" (Mundo, 24/1) mostra que
Bush e funcionários importantes
de seu governo fizeram quase mil
declarações mentirosas sobre a
ameaça que o Iraque representava
para a segurança dos EUA.
Segundo o estudo, "os discursos
eram parte de uma campanha orquestrada que galvanizou a opinião
pública e levou o país à guerra, sobre pretextos incontestavelmente
falsos". Ainda segundo a reportagem, em centenas de ocasiões,
Bush proclamou que o Iraque tinha
armas de destruição em massa e
mantinha laços com a rede terrorista Al Qaeda. Tudo era a mais absoluta calúnia, segundo o estudo.
Eu pergunto: quantos iraquianos
já foram mortos nestes cinco anos?
Cem mil, 300 mil, 1 milhão?
Mas toda a imprensa e até mesmo os leitores que freqüentam este
"Painel" vivem alardeando que o
grande perigo para a América Latina e para o mundo é o presidente
Hugo Chávez. Então, tá."
GILBERTO TADEU DE LIMA (São Caetano do Sul, SP)
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