São Paulo, segunda, 1 de fevereiro de 1999

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Painel do Leitor


Nepotismo/neoPTismo
"Pela reportagem de Rubens Valente, "Zeca do PT contrata parentes no MS' (Brasil, ontem, pág. 1-13), podemos confirmar que o personagem do Chico Anísio, um político que dizia "odeio pobre, estou aqui para me arrumar, me ajeitar', está mais atual e real do que nunca, infelizmente, inclusive no PT. Todo esse nepotismo, ou deveríamos dizer "neoPTismo', parece ser a nova filosofia do partido. Alguém deveria informar ao PT que essa política de neoPTismo não é uma renovação. Está em voga no Brasil desde antes dos tempos das capitanias hereditárias."
Eduardo Franco Vaz (Campinas, SP)


Tom e Jerry
"Engraçado esse governo! Na primeira grande enrascada em que se mete propõe um pacto. Lembra os desenhos animados do Tom e Jerry, em que nas costumeiras perseguições que ocorrem durante a trama, sempre que Jerry (no caso, o governo) se vê encurralado pelo Tom (nós, o resto), o simpático e espertalhão rato propõe um acordo: o bobalhão do Tom aceita ou titubeia, e acaba sempre "entrando pelo cano'."
Antonio Leonardo de Almeida Moura da Costa (Niterói, RJ)

"Péz" pelas mãos
"Ótimo e oportuno o artigo do prof. Pasquale Cipro Neto, "A forma da forma' (Cotidiano, 28/1). A Academia Brasileira de Letras meteu os pés pelas mãos quando suprimiu todos os acentos diferenciadores de palavras homógrafas, quando a meu ver deveria haver exceções, e muitas.
Quero lembrar ainda a decisão incrível, ainda da ABL, de determinar a modernização dos nomes próprios depois da morte de seus infelizes portadores: Eça de Queiroz virou Eça de Queirós; a simpática Rachel de Queiroz virará Raquel de Queirós, e assim por diante, em milhares de violências onomásticas. Causa disso? Só pode ser preguiça macunaímica, preguiça de procurar saber se a grafia correta é com um ou dois "eles", com "esse" ou com "zê", com "agá" ou sem "agá" etc. Para atenuar o desatino, determinou-se que os nomes de quaisquer outras línguas serão rigorosamente observados: Drummond, Benedetti, Bittencourt, Goulart, Niemeyer. Subserviência, subdesenvolvimento cultural ou simplesmente incompetência ao determinar a simplificação dos nomes de origem lusitana?"
Thomaz Aquino de Queiroz (São Paulo, SP)

Nike e CBF

"Muito importante e gravíssima foi a revelação feita ontem por esta Folha, por meio do sempre atento colunista Juca Kfouri, na reportagem "Contrato dá à Nike poder sobre a CBF' (Esporte, pág. 4-1). Num país cujo passado da maioria das nossas lideranças (políticas ou esportivas) está mais ligado a comportamentos pouco ilibados, somos obrigados a suspeitar até das contraditórias informações dadas pelo dirigente da CBF e do contido no próprio contrato, sobre o valor do mesmo. Esse sensacional furo de reportagem também nos revelou outra coisa: esses ousados mal-intencionados não aprendem mesmo. Em país de crise econômica, mais do que afirmar que "mentira tem perna curta', melhor é saber que "segredo entre três, só mesmo matando dois'."
Silvio Sam (São Paulo, SP)


Brasil com z?
"Por que o Brasil não adota o dólar como moeda oficial do país? Assim nunca mais correria o risco de desvalorização, troca de nomes, cortes de zeros, evitando todas essas mudanças, visto que o dólar é praticamente a moeda "universal', e o Brasil está sempre necessitando de dólares para equilibrar a sua economia. Seria uma boa, não é mesmo?"
Salvador Emilio de Campos (Itapetininga, SP)

Samba, suor e cerveja
"Lendo declarações do presidente sobre "sangue, suor e lágrimas', penso: o governo FHC está mais para "samba, suor e cerveja'."
Tulio Cassaniga (Sorocaba, SP)

A volta às aulas do dr. Franco

"A Folha de 30/01 informa na primeira página que o dr. Gustavo Franco está negociando o seu retorno à PUC-RJ como professor. Suponho que seja na faculdade de economia. Admitindo-se a boa intenção de suas teorias, mas considerando os resultados obtidos, parece-me mais adequado que o dr. Franco volte às aulas na condição de aluno do primeiro período. Será uma grande oportunidade para que ele descubra os motivos de tamanho insucesso."
Mario Cesar M. Barbosa (Rio de Janeiro, RJ)

Ciro Gomes, conte comigo

"Ciro Gomes, sou assinante da Folha há mais de dez anos e quando eu lia as suas entrevistas, pensava que quando o senhor falava sobre (e criticava) o dólar, o câmbio, a banda cambial etc., que eram palavras de candidato de oposição. Após a quebra do real, o senhor ao ser entrevistado disse: "Não é hora de achar os culpados e sim hora de corrigir os erros'. Venho por meio deste jornal pedir desculpas da minha forma errada de pensar sobre vossa excelência, e elogiar a humildade e grandeza demostrada neste encontro com FHC. É de oposição assim que o Brasil precisa. Conte comigo."
Idevalci Ferreira Maia (Campo Mourão, PR)

Vazio no mapa

"Senhores, socorro! A manchete do caderno Dinheiro, da Folha, de ontem, não nos permite mais alimentar esperanças. Se, realmente, a estratégia da equipe econômica será seguir a receita do FMI, acintosamente esses senhores estarão promovendo a catástrofe tão temida. Cinicamente estarão colocando uma pá de cal no conceito de soberania nacional. Desse modo, o século se encerrará com um vazio no mapa na região leste da América do Sul."
Cesar Luiz da Silva Pereira (Curitiba, PR)

Proposta popular

"A causa da crise é clara: nós, o povo, geradores de riqueza, não temos controle sobre o país. A opinião pública não tem peso. A classe política tornou-se uma casta de intocáveis, que brinca com nossas vidas. A classe escravizada ampliou-se, independente agora, de etnia. O poder é gerado pela informação. Como ter poder se não temos educação? Será que nos resta capacidade de reação? Que tal uma proposta popular para interferir na reforma política, tirando privilégios dos políticos? Talvez assim consigamos políticos mais idealistas e menos oportunistas."
Iaracilda de Andrade Cocenza (Piracicaba, SP)

Perguntas, muitas perguntas

"Agora com o agravamento da crise, muitos ficam tentando achar um culpado (Itamar, a oposição?). Mas é bom lembrar que isso vem de muito longe! Deveria se perguntar para aonde foram mais de US$ 300 bilhões de dívidas internas e externas! Quem se beneficiou de tanto dinheiro? Por que a Previdência Social está falida? Será que foi por causa dos salários pagos aos aposentados? E por que a Previ, do Banco do Brasil, tem tanto dinheiro? E as estatais privatizadas que agora são altamente lucrativas? Será que não é só questão de administração e fiscalização? Mas não precisa ninguém se preocupar! Todos pagaremos a conta, independente de sermos cúmplices ou não. O governo FHC/ACM está ou não aprovado nas pesquisas? E nas urnas? Quem votou neles ou os financiou que o digam!!!!!!"
Basileu Souza Pinheiro (Matão, SP)



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