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Painel do Leitor
Nepotismo/neoPTismo
"Pela reportagem de Rubens Valente, "Zeca do PT contrata parentes no
MS' (Brasil, ontem, pág. 1-13), podemos confirmar que o personagem do
Chico Anísio, um político que dizia
"odeio pobre, estou aqui para me arrumar, me ajeitar', está mais atual e real
do que nunca, infelizmente, inclusive
no PT. Todo esse nepotismo, ou deveríamos dizer "neoPTismo', parece ser
a nova filosofia do partido. Alguém deveria informar ao PT que essa política
de neoPTismo não é uma renovação.
Está em voga no Brasil desde antes dos
tempos das capitanias hereditárias."
Eduardo Franco Vaz (Campinas, SP)
Tom e Jerry
"Engraçado esse governo! Na primeira grande enrascada em que se mete
propõe um pacto. Lembra os desenhos
animados do Tom e Jerry, em que nas
costumeiras perseguições que ocorrem
durante a trama, sempre que Jerry (no
caso, o governo) se vê encurralado pelo
Tom (nós, o resto), o simpático e espertalhão rato propõe um acordo: o
bobalhão do Tom aceita ou titubeia, e
acaba sempre "entrando pelo cano'."
Antonio Leonardo de Almeida Moura da Costa (Niterói, RJ)
"Péz" pelas mãos
"Ótimo e oportuno o artigo do prof.
Pasquale Cipro Neto, "A forma da forma' (Cotidiano, 28/1). A Academia
Brasileira de Letras meteu os pés pelas
mãos quando suprimiu todos os acentos diferenciadores de palavras homógrafas, quando a meu ver deveria haver
exceções, e muitas.
Quero lembrar ainda a decisão incrível, ainda da ABL, de determinar a modernização dos nomes próprios depois
da morte de seus infelizes portadores:
Eça de Queiroz virou Eça de Queirós; a
simpática Rachel de Queiroz virará Raquel de Queirós, e assim por diante, em
milhares de violências onomásticas.
Causa disso? Só pode ser preguiça macunaímica, preguiça de procurar saber
se a grafia correta é com um ou dois
"eles", com "esse" ou com "zê",
com "agá" ou sem "agá" etc. Para
atenuar o desatino, determinou-se que
os nomes de quaisquer outras línguas
serão rigorosamente observados:
Drummond, Benedetti, Bittencourt,
Goulart, Niemeyer. Subserviência, subdesenvolvimento cultural ou simplesmente incompetência ao determinar a
simplificação dos nomes de origem lusitana?"
Thomaz Aquino de Queiroz (São
Paulo, SP)
Nike e CBF
"Muito importante e gravíssima foi a
revelação feita ontem por esta Folha,
por meio do sempre atento colunista
Juca Kfouri, na reportagem "Contrato
dá à Nike poder sobre a CBF' (Esporte,
pág. 4-1). Num país cujo passado da
maioria das nossas lideranças (políticas
ou esportivas) está mais ligado a comportamentos pouco ilibados, somos
obrigados a suspeitar até das contraditórias informações dadas pelo dirigente
da CBF e do contido no próprio contrato, sobre o valor do mesmo. Esse sensacional furo de reportagem também nos
revelou outra coisa: esses ousados
mal-intencionados não aprendem mesmo. Em país de crise econômica, mais
do que afirmar que "mentira tem perna curta', melhor é saber que "segredo
entre três, só mesmo matando dois'."
Silvio Sam (São Paulo, SP)
Brasil com z?
"Por que o Brasil não adota o dólar
como moeda oficial do país? Assim
nunca mais correria o risco de desvalorização, troca de nomes, cortes de zeros, evitando todas essas mudanças,
visto que o dólar é praticamente a moeda "universal', e o Brasil está sempre
necessitando de dólares para equilibrar
a sua economia. Seria uma boa, não é
mesmo?"
Salvador Emilio de Campos (Itapetininga, SP)
Samba, suor e cerveja
"Lendo declarações do presidente
sobre "sangue, suor e lágrimas', penso: o governo FHC está mais para
"samba, suor e cerveja'."
Tulio Cassaniga (Sorocaba, SP)
A volta às aulas do dr. Franco
"A Folha de 30/01 informa na primeira página que o dr. Gustavo Franco
está negociando o seu retorno à
PUC-RJ como professor. Suponho que
seja na faculdade de economia. Admitindo-se a boa intenção de suas teorias,
mas considerando os resultados obtidos, parece-me mais adequado que o
dr. Franco volte às aulas na condição
de aluno do primeiro período. Será
uma grande oportunidade para que ele
descubra os motivos de tamanho insucesso."
Mario Cesar M. Barbosa (Rio de Janeiro, RJ)
Ciro Gomes, conte comigo
"Ciro Gomes, sou assinante da Folha
há mais de dez anos e quando eu lia as
suas entrevistas, pensava que quando o
senhor falava sobre (e criticava) o dólar, o câmbio, a banda cambial etc., que
eram palavras de candidato de oposição. Após a quebra do real, o senhor ao
ser entrevistado disse: "Não é hora de
achar os culpados e sim hora de corrigir os erros'. Venho por meio deste jornal pedir desculpas da minha forma errada de pensar sobre vossa excelência,
e elogiar a humildade e grandeza demostrada neste encontro com FHC. É
de oposição assim que o Brasil precisa.
Conte comigo."
Idevalci Ferreira Maia (Campo Mourão, PR)
Vazio no mapa
"Senhores, socorro! A manchete do
caderno Dinheiro, da Folha, de ontem,
não nos permite mais alimentar esperanças. Se, realmente, a estratégia da
equipe econômica será seguir a receita
do FMI, acintosamente esses senhores
estarão promovendo a catástrofe tão
temida. Cinicamente estarão colocando uma pá de cal no conceito de soberania nacional. Desse modo, o século se
encerrará com um vazio no mapa na
região leste da América do Sul."
Cesar Luiz da Silva Pereira (Curitiba, PR)
Proposta popular
"A causa da crise é clara: nós, o povo,
geradores de riqueza, não temos controle sobre o país. A opinião pública
não tem peso. A classe política tornou-se uma casta de intocáveis, que
brinca com nossas vidas. A classe escravizada ampliou-se, independente
agora, de etnia. O poder é gerado pela
informação. Como ter poder se não temos educação? Será que nos resta capacidade de reação? Que tal uma proposta
popular para interferir na reforma política, tirando privilégios dos políticos?
Talvez assim consigamos políticos
mais idealistas e menos oportunistas."
Iaracilda de Andrade Cocenza (Piracicaba, SP)
Perguntas, muitas perguntas
"Agora com o agravamento da crise,
muitos ficam tentando achar um culpado (Itamar, a oposição?). Mas é bom
lembrar que isso vem de muito longe!
Deveria se perguntar para aonde foram
mais de US$ 300 bilhões de dívidas internas e externas! Quem se beneficiou
de tanto dinheiro? Por que a Previdência Social está falida? Será que foi por
causa dos salários pagos aos aposentados? E por que a Previ, do Banco do
Brasil, tem tanto dinheiro? E as estatais
privatizadas que agora são altamente
lucrativas? Será que não é só questão de
administração e fiscalização? Mas não
precisa ninguém se preocupar! Todos
pagaremos a conta, independente de
sermos cúmplices ou não. O governo
FHC/ACM está ou não aprovado nas
pesquisas? E nas urnas? Quem votou
neles ou os financiou que o digam!!!!!!"
Basileu Souza Pinheiro (Matão, SP)
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