São Paulo, segunda-feira, 01 de maio de 2006

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Renda X instrução
"A reportagem que abordou a queda de renda maior entre os mais instruídos, ou seja, a classe média (Dinheiro, 30/4), mostra como os governos neoliberais das eras FHC e Lula abandonaram esse segmento social. Preocupados em manter o poder, deram atenção aos extremos sociais, os ricos e o lumpesinato -aos primeiros, mantendo os privilégios do sistema rentista na economia e, aos segundos, com a chamada "rede social", via "bolsas-famílias" e afins. À classe média, só resta rezar para não cair na "vala comum" dos desvalidos do atual modelo econômico, fato que é cada vez mais assustadoramente concreto."
José de Anchieta Nobre de Almeida (Rio de Janeiro, RJ)

Fazer o impossível
"Ao ler a citação de David Ben Gurion, um estadista judeu: "O difícil a gente faz imediatamente. O impossível leva um pouco mais de tempo", no oportuno artigo de Clóvis Rossi "O difícil e o impossível" (Opinião, 29/4), claramente chega-se à dura conclusão de que aqui é o país das facilidades, do oportunismo, do compadrio, do corporativismo. Diante de uma frase lindíssima, não dá para aceitar a falta de comprometimento de Lula, quando diz "o governo tenta fazer o simples, porque o difícil é difícil" ou a "utopia do possível" do FHC. Não se preocupam em exercer o cargo para o qual foram eleitos, em ter o trabalho de pensar, de formar equipes competentes, de encontrar saídas para o país; não há vontade política, envolvimento social, para realizar algo que seja fruto da determinação, do trabalho, do desejo, mesmo que seja arriscado, que demande esforços, ação, planejamento e sonhos. Mas infelizmente o que acontece é a mesquinhez de obras rápidas, remendos, fachadas, cujo final enganoso seja visível, para aparecerem antes das próximas eleições e, assim, viabilizar a permanência no poder. De resto, fica o nosso lamento: daquilo que poderíamos ser, por tudo o que temos, mas que se perde em projetos particulares, na formação de quadrilhas, na constante demolição das instituições públicas, na politicagem rasteira, na compra e venda de votos na Câmara para obter maioria na casa."
Anete Araujo Guedes (Belo Horizonte, MG)

Movimentos sociais
"Para defender seu posicionamento pró-impeachment, a Folha flerta com a irresponsabilidade na tentativa sistemática de desqualificar e desconstruir a opinião da UNE, do MST e da CUT -realmente contrárias à do jornal. É o caso de nos perguntarmos até quando serão omitidos da opinião pública os reais interesses que dão o tom do noticiário acusatório contra os movimentos sociais. De forma requentada, a reportagem "União repassou R$ 60 mi a entidades pró-Lula" (Brasil, 30/4) chama a atenção para o fato de que a UNE recebeu R$ 770 mil em julho de 2005. Na ânsia de sugerir a compra de nossas consciências, tortura os números e recorre à desinformação, atribuindo genericamente a quantia ao financiamento de "atividades culturais". A Folha simplesmente omite a informação indispensável de que tais recursos são oriundos de um edital público, cuja lisura é atestada por inúmeros mecanismos de controle, inclusive pelo Tribunal de Contas da União. Trata-se de recursos do programa Pontos de Cultura, um dos principais projetos do Ministério da Cultura, que beneficia milhares de pessoas por meio de convênios com cerca de 440 entidades e ONGs que possuem trabalhos culturais de estímulo às manifestações populares em todo o país, entre elas a UNE. A reportagem contrasta os recursos do edital público com os recebidos durante o governo FHC. Ocorre que esse programa simplesmente inexistia durante o governo anterior, abrindo espaço para a manipulação da comparação e a criação forçada de uma situação suspeita. É somente em respeito aos leitores que reiteramos nossa posição de absoluta independência diante do governo Lula ou de qualquer outro governo."
Vinicius Resende, assessor de comunicação da UNE -União Nacional dos Estudantes (São Paulo, SP)

 

"Em reportagens publicadas neste domingo, a Folha tenta novamente enganar seu leitorado afirmando que os movimentos sociais pretendem ir às ruas contra um eventual pedido de impeachment do presidente Lula (golpe branco, a míseros cinco meses das eleições) porque estão recebendo dinheiro do governo federal. Em vista disso, quero assegurar a este jornal que nunca recebi um centavo do atual ou de qualquer outro governo, que não sou filiado a nenhum partido e que não pertenço a nenhuma corporação, mas que estou disposto a ir às ruas com minha família e amigos em defesa da realização normal de eleições neste ano, incluindo a candidatura do atual presidente da República."
Eduardo Guimarães (São Paulo, SP)

 

"É decepcionante ver que o dinheiro público está sendo desviado para fins políticos na tentativa de comprar o silêncio e a dignidade, como lido na reportagem "União repassou R$ 60 mi a entidades pró-Lula" (Brasil, 30/4). Antes era suposição, mas agora tenho certeza da causa de não ter sido encontrado um estudante cara-pintada em Brasília lutando para que a CPI do Valerioduto não acabasse em pizza. Antes era suposição, mas agora tenho certeza de como delinqüentes do MST conseguem fretar ônibus, comprar armas e facões para promover a anarquia e o estado de desordem pelo país. Antes era suposição, mas agora tenho certeza do motivo de sindicalistas não estarem protestando contra os baixos índices de crescimento e de criação de empregos no país."
Daniel Martins (Lorena, SP)

Marginal
"A idéia do projeto de ampliação de faixas da marginal Tietê é um completo absurdo técnico. Com 25% dos recursos previstos, resolver-se-ia satisfatoriamente os problemas não só da Tietê como também da marginal Pinheiros. Medidas a serem tomadas: completa reestruturação de todas as alças de acesso às pistas expressa e local, além das nos viadutos; planejamento das entradas e saídas às rodovias que nelas desembocam; fiscalização pesada e permanente; sistema de socorro e atendimento rápido eficiente; fiscalização eletrônica sobre caminhões que não respeitam as faixas à direita; recapeamento com concreto para as faixas preferenciais aos veículos pesados (para não enrugarem e para se diferenciarem das demais pela cor). Essas medidas seriam suficientes, até a conclusão do rodoanel, obra realmente prioritária. Custo da manutenção? Tira-se facilmente com a exploração dos espaços verdes com publicidade ordenada e a concessão de áreas para postos de combustível nas ilhas entre pistas. Pedágio? Totalmente descabido."
Jorge Henrique Singh (São Paulo, SP)

PT
"A reunião do PT deve ter sido mesmo uma festa (Brasil, pág. A5, 29/4). A alegria tomou conta de todos, haja vista o sorriso de José Dirceu, como um deboche à sociedade indignada, junto com João Paulo Cunha, Professor Luizinho, Josias Gomes e outros asseclas. Lula prestigiou o encontro, como sempre. E depois diz que não sabia de nada, que foi traído..."
João Carlos Gonçalves Pereira (Lins, SP)

Trabalho do político
"Por ocasião do Dia do Trabalho, eu gostaria de lembrar o trabalho dos políticos. Criando leis, eles decidem o que podemos e o que não podemos fazer, tanto faz se individual ou no coletivo. A finalidade do trabalho dos políticos deveria ser o bem-estar do povo, mas temos vivenciado o contrário."
Isabel T. Ferronato (Blumenau, SC)


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