Faculdades de medicina
"Para o coordenador do curso de medicina da UFBA, o baixo rendimento dos alunos nas provas do Enade é devido "ao baixo QI dos baianos". Que coisa ultrapassada falar no modelo de medir rendimento tão anacrônico como o QI. Além disso, reproduz um modelo de racismo, dos países colonizadores, que a massa de colonizados não evolui por sina histórica."
PAULO SATURNINO, professor (Rio de Janeiro, RJ)

"Há mais de 30 anos, estamos falando a respeito da proliferação das faculdades de medicina e do precário funcionamento de algumas delas. O MEC ameaça punir 17 piores cursos de medicina. A culpa não seria do próprio MEC? Quem autorizou a abertura e funcionamento dos cursos de medicina?"
ALVACI FOCHI (Poloni, SP)

"Apresento quatro explicações para o mau desempenho de quatro cursos de medicina de universidades federais, um deles com relação candidato/vaga em torno de 50.
a) A nota do exame não serve para nada e, assim, os alunos não têm obrigação de tirar nota; b) alunos do primeiro ano são convocados juntamente com os formandos, o que em si rebaixa o nível da prova; c) o exame não convoca todos os alunos do curso; d) o exame é ruim, motivo por que não participam dele PUC-SP, USP, Unicamp e Unesp, entre outras, e as universidades que participam submetem-se a uma espécie de tirania acadêmica.
CACILDO MARQUES, professor (São Paulo, SP)

Amazônia
"No artigo "Uma via para a Amazônia" ("Tendências/Debate", 27/4), os autores Bertha K. Becker, Carlos A. Nobre e Roberto Bartholo criticam um "falso dilema" entre "conservação intocável" e "desenvolvimento com produção destrutiva" na Amazônia. De nada adianta, dizem, manter a floresta "intocada, com sua utilização rudimentar, que pouco beneficia as comunidades tradicionais". Como solução, propõem a "utilização produtiva não predatória em ampla escala" baseada "em tecnologias avançadas e na inovação". Floresta em pé não é só "natureza" que faz bem para o planeta. É território de comunidades que têm sido esbulhadas, assassinadas e aniquiladas, mas que lutam pelos seus direitos, configurando um sem-número de conflitos ambientais fartamente analisados pela ciência social brasileira crítica."
EDER JURANDIR CARNEIRO (São João del-Rei, MG)

Juros
"Existe um paradoxo impressionante nas visões dos responsáveis do setor governamental daqui com a de outros países, como os EUA. Lá, para conter o perigo da inflação, o Fed baixa a taxa de juros. Aqui, o Banco Central faz o contrário e eleva os índices para patamares celestiais, para desespero dos empresários. Os americanos devem estar "equivocados", afinal de contas nossos "çábios" de economia são muito mais conceituados dos que os de lá."
JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA (Rio de Janeiro, RJ)

Virada Cultural
"Lamentável e desnecessário o conteúdo do comentário sobre a Virada Cultural, na Ilustrada (28/4), assinado por Gustavo Piqueira e a manifestação da leitora Lívia Rabani Lisboa da Costa (29/4), ambos associando um "mar de urina" ao município de Praia Grande. O visitante encontrará aqui praias limpas, urbanizadas, ruas pavimentadas e uma completa estrutura de lazer e diversão. Sem cheiro de urina ou tumultos."
MANOEL CARLOS PERES, secretário de Cultura (Praia Grande, SP)

Indenizações
"Sinto-me no dever de comentar a carta de Ivan Seixas (Painel do Leitor, 30/4). Não me contive, senti-me desprezível, omisso, covarde, diante da imensidão do vazio humano. Quantas palavras ainda irão gastar para justificar a selvageria pela qual passamos. A memória jamais poderá ser apagada em relação a tortura de nossos semelhantes.
Respirando fundo, posso chegar ao assunto da indenização, bem mais fácil: paguem muito, sempre será muito pouco."

Ronaldo
"Esse episódio envolvendo o Ronaldo é igual a uma mancha de batom na cueca. Não dá para explicar. Dinheiro, fama e amigos influentes vão conseguir livrá-lo de muitas desagradáveis conseqüências que essa sua farra com os travestis poderia lhe trazer. Para nós, porém, ficou a certeza do início de um fim melancólico daquele que já foi um maravilhoso jogador de futebol, encheu o Brasil de alegria e não soube administrar a sua vida pessoal."
RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ)

Vôo com balões
"A irresponsabilidade do padre Adelir de Carli custou, num levantamento preliminar, cerca de R$ 570 mil dos cofres públicos.
Sei que uma vida não tem preço e solidarizo-me com a família neste momento de dor mas, por que devo pagar, por meio dos impostos que pago em dia, para resgatarem um maluco, irresponsável e suicida?"
FABIO TAVARES (Rio de Janeiro, RJ)

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