|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VALDO CRUZ
Bom, não o melhor
BRASÍLIA - O presidente Lula está exultante. O país cresce, hoje,
num ritmo de 5,7% ao ano, segundo
dados divulgados ontem pelo IBGE.
Poderíamos, porém, estar em melhor situação.
Claro que, em ano eleitoral, é
uma excelente notícia para o presidente-candidato. Explica muito do
seu bom desempenho nas pesquisas, que o indicam como favorito.
Agora, apesar de ser uma boa taxa, o que é inegável, ao final do ano
ela deve ficar em 4% do PIB (a medida de toda a riqueza produzida no
país). Não mais.
Aí está o problema brasileiro.
Diante de nossa imensa dívida social, desemprego ainda alto, sérios
problemas estruturais, o país tinha
de estar crescendo mais de 5% ao
ano. E não consegue.
Se tem, então, mérito pelo ritmo
atual, o governo Lula também é responsável pela incapacidade de fazer
o país superar esse patamar de crescimento. Coisa que outros países
emergentes, como a China e a Índia, fazem com folga.
No Banco Central, a análise é que
o quadro atual da economia brasileira permite repetir taxas próximas a 4% nos próximos anos. Acima disso, porém, só com medidas
de ajustes estruturais que elevem a
taxa de investimento do país e reduza o seu endividamento.
Aí o governo Lula fracassou. A reforma previdenciária foi pífia e nem
foi colocada em prática até o momento. A tributária ficou encalacrada no Congresso. A trabalhista, então, não saiu do papel.
E, no seu último ano, o petista
não reduziu a carga tributária como
prometeu, além de ter elevado gastos obrigatórios. Um sinal de que
vai continuar sugando a poupança
do país, quando deveria estar fazendo exatamente o contrário.
Como nada se faz em ano eleitoral, mais uma vez fica para o próximo governo o desafio de livrar o
país das amarras que travam o seu
crescimento. O risco é sempre ficar
para o próximo.
Texto Anterior: São Paulo - Clóvis Rossi: De ouvidos no chão Próximo Texto: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: O ovo e a galinha Índice
|