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São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Agricultura
"A Sociedade Rural Brasileira repudia de forma veemente o manifesto assinado por setores radicais ligados ao PT ou a ele filiados no qual pedem a demissão do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, após compará-lo ao senhor José Rainha. Os signatários desse manifesto atraiçoam o Brasil ao atacar pelas costas um membro eminente do governo em plena negociação dos mais legítimos interesses brasileiros no exterior e apóiam um líder de organização clandestina financiada exatamente por recursos provenientes de países que se opõem ao Brasil nessas negociações. Afinal, de que lado estão? Ao considerarem como "representante do latifúndio" o maior líder cooperativista que o Brasil já teve, os signatários desse manifesto, ignorando a história do cooperativismo brasileiro, chegam a atingir as raias do delírio. Quem produz no campo e contribui no anonimato para manter a economia e as instituições do Brasil funcionando vê com profundo pesar e revolta a espiral de provocações, de injúrias e de agressões que enodoam a história política de nosso país. A agricultura precisa de Roberto Rodrigues como seu ministro. E os setores mais radicais da política brasileira precisam afastá-lo do cargo para dar curso à sua insana escalada de violência contra as instituições."
João de Almeida Sampaio Filho, presidente da SRB (São Paulo, SP)

Câmara
"Mais uma vez, o "Painel" da Folha demonstra desconhecimento do Regimento da Câmara dos Deputados ou má-fé. A nota publicada ontem sob o título "Do mesmo lado, sempre" afirma que eu, presidindo os trabalhos da Mesa da Câmara dos Deputados, teria convocado uma sessão extraordinária para a manhã de quarta-feira com o objetivo de ajudar o governo a ganhar prazo para apressar a votação das reformas. Diz o artigo 280 do Regimento Interno da Câmara: "Salvo disposição em contrário, os prazos assinalados em dias ou sessões neste Regimento computar-se-ão, respectivamente, como dias corridos ou por sessões ordinárias da Câmara efetivamente realizadas". Ou seja, para que fique mais claro: sessões extraordinárias nunca são computadas nos prazos para a votação de reformas. Como primeiro-vice-presidente da Câmara dos Deputados, exerço um trabalho de caráter institucional, que consiste, entre outras coisas, em substituir o presidente João Paulo Cunha em suas ausências, dirigindo os trabalhos da Mesa, o que faço seguindo estritamente as determinações do Regimento, sem nenhuma conotação partidária."
Inocêncio Oliveira, primeiro-vice-presidente da Câmara (Brasília, DF)
Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".

Engano
"Por engano, nos últimos quatro meses, tenho pago mensalmente R$ 6,14 à prefeita de São Paulo na certeza de que a esquina onde fica minha casa seria mantida limpinha. Mas, agora que a BCP fechou a sua loja na avenida Brás Leme e que as ruas adjacentes se estão tornando um lixão, percebo que quem mantinha a área limpa era outra dona Marta, aquela que fazia a faxina na loja. Alguém pode me dizer como recuperar os R$ 24,56 que paguei à Prefeitura de São Paulo para poder enviá-los à faxineira da BCP?"
Marcela R. Saravia (São Paulo, SP)

Crime Zero
"Acertadíssima a linha de raciocínio trilhada por Frei Betto e pelo juiz federal Ali Mazloum no artigo "Fome Zero e crime zero" ("Tendências/Debates", pág. A3, 30/7). Em vez de insistir no discurso da impunidade, pregando pena de prisão para "pessoas endinheiradas" que respondem a processos criminais, os autores inovam ao sugerir a melhor utilização das penas restritivas de direito. Além de mais adequadas, as penas alternativas podem repercutir em prol de toda a sociedade. Sem entrar no mérito da alteração legislativa proposta, a iniciativa é extremamente encorajadora. A aplicação séria e consistente de sanções alternativas, não só na modalidade pecuniária como também na forma de prestação de serviços à comunidade, representa talvez a mais concreta possibilidade de melhorarmos o caos do sistema penitenciário, diminuindo, a longo prazo, os índices de reincidência."
Dora Cavalcanti Cordani, presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (São Paulo, SP)

15" do primeiro
"O governo Lula completa hoje sete meses. Se fosse uma partida de futebol, estaríamos lá pelos 15 minutos do primeiro tempo. E, apesar das alterações, tanto de jogadores como de técnico, o time continua jogando como no ano passado: retrancado, com juros muito altos, superávit primário cada vez maior, recessão e desemprego. Procurando entender o porquê do continuismo, lembrei-me da frase do presidente Lula várias vezes repetida: "Eu não posso errar". Ora, todos sabemos que o medo de errar leva ao imobilismo e que técnicos com medo escalam cinco volantes no meio-de-campo. Essa equipe econômica escalada pelo técnico Lula só sabe desarmar, não tem criatividade, é conservadora e não desenvolve jogadas. Técnico Lula, arrisque! Ouse tentar virar o jogo. Lembre-se de que o mercado não hesitou em quebrar o Brasil quando foi de seu interesse. Perceba que os aplausos que vêm da arquibancada são da torcida adversária."
David Cecchetti (São Paulo, SP)

Drogas
"Ao deixar a Senad com os militares, o presidente Lula demonstra estar mais preocupado em fazer conchavos do que em respeitar a saúde e o bem-estar dos brasileiros. O pior é saber que não é por ignorância que ele não considera a dependência química uma questão de saúde pública e privilegia o fracassado modelo americano de combate às drogas."
Lygia Vampré Humberg, psicanalista (São Paulo, SP)

Violência
"Leio a Folha há vários anos e, mesmo com a Guerra do Iraque e com os diversos conflitos no Brasil, não me lembro de uma edição tão preocupante para os paulistanos como a de ontem. O caderno Cotidiano pingava sangue: o comércio do centro foi fechado por camelôs e um comerciante foi gravemente agredido no protesto. Em outro lado da cidade, um empresário teve seu carro destruído por bandidos com marretas e armas de fogo. Temos, é claro, a boa notícia de que os homicídios caíram, embora os latrocínios tenham aumentado. Quer dizer que antes só estavam matando pessoas. Agora, estão matando e aproveitando para levar a carteira. É o crime "dois em um". No caderno Dinheiro, uma fábrica da Sadia fecha 300 postos de trabalho por causa do péssimo trânsito de São Paulo. A prefeitura precisa de um novo slogan: "São Paulo, está na hora de mudar! Mudar para outra cidade"."
Clauser Oliboni Voltaine (São Paulo, SP)


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