São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Juros
"Nunca acreditei nessa história de queda da taxa de juros "lenta, gradual e segura". Se o Brasil necessita do ingresso de capital para fechar suas contas, a única forma de fazer isso é por meio de taxas atrativas. Do contrário, quem viria colocar dinheiro aqui? Se os juros caírem, é provável que os investidores prefiram manter seu capital nos países ricos. Pelo menos, nesses países o risco já é conhecido."
Alexandre Pedro de Queiroz Ferreira (São Paulo, SP)

Terrorismo
"Concordo plenamente com o leitor Nassib Rabeh, que ontem, nesta seção, fez uma crítica à denominação usada por esta Folha, que classifica de "terroristas" os grupos palestinos de resistência à ocupação de suas terras por Israel. A comparação com outros jornais, como o francês "Le Monde" e até mesmo o conservador "O Estado de S. Paulo", que denominam esses grupos respectivamente como "membros das brigadas de Mártires (...)" e "militantes das Brigadas(...)", é precisa e coloca a Folha em uma desconfortável situação, pois o jornal emite juízo de valor antes mesmo de relatar a notícia. É triste lembrar que a ditadura militar no Brasil, que matava, como mata o governo de Sharon, também chamava militantes e guerrilheiros de terroristas."
César de Paula (São Paulo, SP)


"A melhor contribuição de um jornal de primeira linha como a Folha é o respeito à verdade, à objetividade e à clareza. Parabéns à Folha por ter sabido responder, com poucas palavras, às distorções claramente propositais do leitor Nassib Rabeh, que, para fazer isso, se utiliza do palavreado de alguns grandes veículos que transformam terroristas em heróis."
Jayme Blay, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Laços
"É excelente a iniciativa do governo brasileiro no sentido de estreitar laços e de aproximar cada vez mais o país da África. É absolutamente inconcebível que não haja uma rota de transporte direto, fácil, rápido e barato, tanto aéreo como marítimo, entre o Brasil e países da costa atlântica africana. Além das relações mercantis e da grande afinidade cultural existente entre o nosso país e a África, também o turismo teria grandes benefícios com tais medidas."
Renato Khair (São Paulo, SP)

Cinefalcatrua
"Sobre a reportagem "Universidade federal em Vitória decreta "falcatrua" no cinema" (Ilustrada, 29/7) e sobre o comentário de Jorge N. Wagner ("Painel do Leitor", 30/7), gostaria de dizer que achei louvável a posição dos alunos e da Ufes. A arte não deveria ser mercantilizada, e o acesso à cultura deve ser inclusivo. Vale lembrar que no Cinefalcatrua não é cobrado ingresso."
Rafael Barreto do Prado (Santo André, SP)

Dívida
"Não concordo com o fato de o presidente Lula perdoar as dívidas de U$ 36 milhões do Gabão e de US$ 3 milhões de Cabo Verde. Para os aposentados brasileiros não há dinheiro. Para aumentar o salário mínimo não há dinheiro. Para a educação e para a saúde não há dinheiro. Por que então para os países citados há medicamentos, livros, computadores? O interessante é que, para os pobres, o presidente mostra grandeza, mas, quando chega ao Brasil, fica pedindo esmola para os países ricos."
José Saez Neto (Curitiba, PR)

Palace 2
"Espantam-me essas atitudes do governo e da Justiça, como a de tentar impedir o pagamento das indenizações às famílias vítimas do desabamento do Palace 2. Onde estava o governo, o procurador, a Receita Federal e todos os outros enquanto Sérgio Naya sonegava seus impostos? Onde estava o governo, que não entrou com ação solicitando as cobranças devidas? Agora, depois de julgada a ação, vem um engravatado e diz que não pode ser assim porque a lei é clara etc. e tal e que o governo tem prioridade. Estou cansado desse tipo de coisa. Engana-se quem acredita que exista Estado de Direito neste país."
Paulo Avancini (São Paulo, SP)

Espionagem
"Diferentemente do publicado ou do que se possa inferir da reportagem "Investigação da Kroll acusa desembargadores de fraude" (Brasil, pág. A4, 25/7), atribuem-se aos signatários e familiares, "por meio de um sucessão confusa de fatos", alegações que devem ser corrigidas com fatos, ainda que tardiamente:
1º- Como resultado de entendimentos com o senhor Nelson Tanure, que desejava concentrar seus investimentos em outras atividades, a Docas Investimentos S.A. não participa da Prosisa desde 2000. E, em 2001, completou-se a saída da acionista controlada pela Docas S.A. do capital da E-Safetransfer S.A. Em nenhum momento as empresas mencionadas foram controladoras da E-Safetransfer ou da Prosisa;
2º- Prosisa e E-Safetransfer nunca realizaram fornecimento de software para nenhuma entidade pública no Estado do Rio de Janeiro;
3º- O ministro Luiz Gushiken não esteve presente ao almoço noticiado. A reportagem não deixa dúvidas de que não se tratavam de investigações, mas, sim, de atividades ilegais, conduzidas com objetivo, embora notório, inconfessável. Inserir a Prosisa e a E-Safetransfer nesse contexto foi altamente danoso. São empresas firmemente erigidas numa fundação ética e jamais mancharam seu patrimônio tecnológico e moral em atividades ilícitas. Repudiamos o método de trabalho executado pelos "arapongas" elencados na reportagem, bem como o de seus mandantes. Nada temos a ver com o objeto da "investigação" da Kroll."
Neissan Monadjem, Prosisa Informática Ltda. e E-Safetransfer S.A. (São Paulo, SP)

Florestas urbanas
"Está na mesa do presidente Lula o projeto de lei 2.109, de 1999, da Câmara (PL 47 de 2004), que propõe, em seu artigo 64, revogar o Código Florestal para as áreas urbanas. O assunto merece uma discussão na imprensa, e deveriam pronunciar-se sobre ele as autoridades competentes bem como as organizações pertinentes e especialistas, profissionais e pesquisadores. A aprovação de tal artigo será um desastre total para a boa gestão ambiental nas cidades. Tenho buscado mostrar, por exemplo, que as áreas de preservação permanente nas cidades cumprem também uma função urbana e, portanto, social, porque ajudam a minimizar os impactos da urbanização. Sabe-se também que áreas de várzeas, de mangues e de restingas, por exemplo, não são propícias para a urbanização devido ao seu alto custo de manejo adequado, o que as inviabiliza para a habitação popular."
Pompeu Figueiredo de Carvalho, arquiteto, mestre em planejamento urbano e regional, doutor em geografia, pesquisador do Laboratório de Planejamento Municipal da Unesp (Rio Claro, SP)


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