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O EQUILÍBRIO DOS EUA
A taxa de crescimento do PIB
norte-americano oscilou de
3,8% no primeiro trimestre de 2005
para 3,4% no segundo. Os gastos
das famílias em consumo e em construção imobiliária foram responsáveis por 84% da expansão entre abril
e junho, mantendo o padrão que se
tem verificado ultimamente.
Nesse período, a inflação caiu de
3,1% para 2,4%, apesar das renitentes altas nas cotações do petróleo. Isso parece sinalizar que o Fed (banco
central) vai conseguindo elevar a taxa
de juros básica -de 1% ao ano em
junho de 2004 para 3,25% ao ano em
junho de 2005- a um patamar que
gere crescimento sem pressões inflacionárias significativas.
Esse cenário favorável, no entanto,
apresenta certos riscos. O principal
diz respeito às taxas de juros de longo prazo, que vão em sentido inverso
às de curto prazo, controladas pelo
banco central. Esse "enigma", conforme expressão de Alan Greenspan,
presidente do Fed, tem sido objeto de
muita controvérsia entre analistas.
Para alguns, seria sinal do baixo dinamismo da recuperação econômica. Para outros, refletiria a excessiva
liquidez dos mercados internacionais e a estratégia agressiva de compra dos títulos do Tesouro dos EUA
pelos bancos centrais asiáticos.
O fato relevante é que as baixas taxas de juros de longo prazo (em torno de 4,25%) têm acentuado a valorização de outros mercados, tais como
imóveis residenciais, bônus corporativos, commodities, petróleo e moedas de outros países -com riscos de
formação de "bolhas especulativas".
Em todo caso, a busca por ativos
com maiores rendimentos vai beneficiando países emergentes que promoveram fortes ajustes em suas contas externas e podem aproveitar o dinamismo da economia norte-americana para fomentar suas taxas de
crescimento domésticas -caso notório de nações asiáticas.
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