São Paulo, segunda-feira, 01 de agosto de 2005

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O EQUILÍBRIO DOS EUA

A taxa de crescimento do PIB norte-americano oscilou de 3,8% no primeiro trimestre de 2005 para 3,4% no segundo. Os gastos das famílias em consumo e em construção imobiliária foram responsáveis por 84% da expansão entre abril e junho, mantendo o padrão que se tem verificado ultimamente.
Nesse período, a inflação caiu de 3,1% para 2,4%, apesar das renitentes altas nas cotações do petróleo. Isso parece sinalizar que o Fed (banco central) vai conseguindo elevar a taxa de juros básica -de 1% ao ano em junho de 2004 para 3,25% ao ano em junho de 2005- a um patamar que gere crescimento sem pressões inflacionárias significativas.
Esse cenário favorável, no entanto, apresenta certos riscos. O principal diz respeito às taxas de juros de longo prazo, que vão em sentido inverso às de curto prazo, controladas pelo banco central. Esse "enigma", conforme expressão de Alan Greenspan, presidente do Fed, tem sido objeto de muita controvérsia entre analistas.
Para alguns, seria sinal do baixo dinamismo da recuperação econômica. Para outros, refletiria a excessiva liquidez dos mercados internacionais e a estratégia agressiva de compra dos títulos do Tesouro dos EUA pelos bancos centrais asiáticos.
O fato relevante é que as baixas taxas de juros de longo prazo (em torno de 4,25%) têm acentuado a valorização de outros mercados, tais como imóveis residenciais, bônus corporativos, commodities, petróleo e moedas de outros países -com riscos de formação de "bolhas especulativas".
Em todo caso, a busca por ativos com maiores rendimentos vai beneficiando países emergentes que promoveram fortes ajustes em suas contas externas e podem aproveitar o dinamismo da economia norte-americana para fomentar suas taxas de crescimento domésticas -caso notório de nações asiáticas.


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