São Paulo, domingo, 01 de setembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Novos campi
"Foi com desconforto que li a reportagem sobre como se deu a aprovação do processo de expansão de vagas na Unesp. É natural que a universidade busque transformações e que um conselho intelectual seja criado para comandá-las. Mas aprovar um projeto de expansão, no mínimo polêmico, de forma intransigente e desprezando as opiniões de alunos e de funcionários não demonstra ser uma atitude coerente com um conselho incumbido de tomar decisões de interesse público. A expansão de vagas nas universidades públicas é essencial para o desenvolvimento nacional. Mas precisa ser feita levando em conta as especificidades regionais, assim como as opiniões de professores, alunos e funcionários."
Pedro Rogério Martini, estudante da Unesp-Bauru (Bauru, SP)

Paulos
"A Folha brindou os seus leitores com duas maravilhosas entrevistas no caderno Mais! de domingo passado. Uma lição de humanidade, arte e sensibilidade contida em cada resposta dos entrevistados Paulo Autran e Paulinho da Viola. Uma lição, principalmente, de história. De uma história recente e viva de nosso país que, infelizmente, não é ensinada nas carteiras escolares."
Luis Francisco Segantin Júnior (Tupã, SP)

Indignação
"Assusta-me o rumo que a campanha está tomando. No afã de agradar a todos, Luiz Inácio Lula da Silva passa a elogiar, pasmem, até mesmo o regime militar. Ora, nós que mais lutamos contra essa "página infeliz de nossa história" -pelo menos em memória de tantos que tombaram porque comungavam dos nossos ideais- nos indignamos infinitamente e exigimos a devida retratação, sob pena macularmos o registro de nossa luta nos anais da história."
Sérgio S. Jabur (Santos, SP)

Santo André
"No quadro "Cronologia da CPI de Santo André" (Brasil, pág. A4, 29/8), acerca da CPI sobre a suposta propina na cidade de Santo André, no item que representa as fitas cassetes, foi informado que eu, o presidente da CPI, Antonio Leite, não as solicitei porque elas poderiam ser editadas. Isso não corresponde às minhas declarações, nas quais informei que não solicitava as fitas porque elas foram obtidas por meios ilícitos -e ainda citei o artigo 5, inciso LVI, da Constituição Federal, que amparou minha posição. Assim como nós da CPI agimos imparcialmente, esperamos da Folha um tratamento imparcial."
Antonio Leite, presidente da CPI (Santo André, SP)

Resposta do jornalista Eduardo Scolese - Em entrevista à Folha, o próprio vereador afirmou que temia a edição do material gravado.

Energia
"A respeito da reportagem "Governo altera mercado de energia" (Dinheiro, pág. B2, 23/8), o Ministério de Minas e Energia esclarece:
1. A redução de quatro para dois dos submercados de energia elétrica no Brasil, a partir de janeiro de 2003, foi decidida pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), um colegiado formado por sete ministros de Estado, por representantes dos governos estaduais e por representantes da sociedade civil.
2. A decisão não visa a beneficiar a empresa A ou B, mas busca criar condições efetivas de competição entre as empresas geradoras de energia elétrica com benefícios inquestionáveis ao consumidor. As leis de livre mercado provam que, quanto maior a competição, mais baixos são os custos do consumidor para a aquisição de produtos e serviços.
3. É maldoso o parágrafo que afirma ser a Copel (Companhia Paranaense de Energia) uma das empresas beneficiadas com a decisão e no qual se lê a informação de que o ministro de Minas e Energia, Francisco Gomide, presidiu aquela estatal de 1983 a 1996. A Copel é a maior geradora de energia do submercado Sul existente hoje. Com a redução dos submercados, a empresa sofrerá concorrência de outras grandes empresas geradoras -como Furnas, Cemig e Cesp- que têm maior capacidade de geração do que a estatal paranaense. O ministro Francisco Gomide deixou a presidência da Copel em 1993, três anos antes do que informa a Folha.
4. É prematuro especular sobre eventuais aumentos de tarifas decorrentes de restrições de transmissão entre os submercados de energia elétrica agora unificados. A elevação, se houver, será compensada por uma esperada redução nos preços da energia adquirida pelas empresas distribuidoras.
5. O Ministério de Minas e Energia atribui as informações equivocadas às resistências pelo novo e seguirá firme na definição de políticas com objetivos simultâneos de beneficiar o consumidor e de garantir a expansão da oferta de energia elétrica, insumo indispensável para assegurar o crescimento econômico do país."
Aguinaldo Nogueira, chefe da Assessoria de Comunicação Social do Ministério de Minas e Energia (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Humberto Medina - A assessoria de imprensa informa que a decisão de mudar os mercados de energia foi do CNPE, como consta na reportagem, mas não esclarece que a proposta foi feita pelo Ministério de Minas e Energia. A posição do ministério foi apresentada no texto. Há um relatório técnico que alerta para o risco de aumento das tarifas. Não cabem comentários sobre o item 3 da carta. Com relação ao período em que o ministro presidiu a Copel, leia nota na seção "Erramos", abaixo.

Aids nas prisões
"A reportagem "Preso morre por falta de medicamento" (Cotidiano, pág.C10, 31/8) revela que a excelência do programa brasileiro de combate à Aids passa longe dos presídios e das cadeias. Cerca de 40 mil presos estão, hoje, infectados pelo HIV no país. Pelo menos um detento morre de Aids a cada dia, sem atendimento médico e sem se beneficiar do coquetel de remédios oferecidos ao cidadão comum. São raras as ações de prevenção, mas é comum a prática sexual sem preservativos e o compartilhamento de seringas contaminadas durante o consumo de drogas nas prisões. Além disso, a visita íntima e a alta rotatividade dos presos levam o HIV para fora das grades. Após 20 anos de epidemia, prevalece, nesse caso, o "jogo de empurra" entre o governo federal e os estaduais, entre as autoridades sanitárias e o sistema carcerário."
Mário Scheffer grupo Pela Vidda (São Paulo, SP)


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