São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2006

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PAINEL DO LEITOR

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Desaparecidos
"Emocionante o artigo de Philippe-Antoine Gaillard de 30/8 ("30 de agosto, Dia dos Desaparecidos". Nenhum dos candidatos discutiu até agora um tema central para o povo brasileiro: a abertura dos arquivos do regime militar.
É inaceitável que ainda convivamos com parentes de mortos e desaparecidos desinformados sobre seus paradeiros."
TÚLIO VARGAS (Itajubá, MG)

Lula
"A coluna de Clóvis Rossi de 27/8 ("O ídolo de si mesmo') faz menção ao livro de Ricardo Kotscho. Mas, na obra, Kotscho coloca a marca do repórter acima da carteirinha do partido ao narrar a negociação do PT com o PL, que ele presenciou em 2002, quando se plantou a semente do mensalão.
A negociação juntou, de um lado, Lula e José Dirceu, e, de outro, José Alencar e Valdemar Costa Neto, presidente do PL.
Só três anos depois, Kotscho descobriu o móvel principal daquela discussão: R$ 10 milhões. E o pior é que ele assegura que Lula estava lá, debatendo a "fixação do preço". Kotscho é o ingrediente final para comprovar que Lula não só sabia desde o começo mas teve participação ativa na negociação com o PL no processo de cooptação de uma base aliada para o seu governo."
PAULO CERCIARI (São Paulo, SP)

Varig-Embraer
"Em resposta à carta do senhor Maurício Botelho ("Painel do Leitor", 24/8), informo o que segue. Sou um técnico respeitado, com 41 anos de experiência internacional como economista de transporte aéreo. Minhas opiniões são tão acatadas que foram citadas dezenas de vezes pela Folha. Dentro da transparência com que atuo em minha vida, sempre permiti que meu nome fosse ligado às minhas declarações. Por isso mesmo, fique chocado com a carta do senhor Botelho, que aqui respondo.
1) Não sou e nunca fui consultor da Airbus. O senhor Botelho está me atribuindo uma função que é exclusiva de meu irmão, em contrato com cláusula de anulação em caso de morte. É, portanto, intransferível. A fábrica de aviões para a qual executei vários estudos foi exatamente a Embraer. Essa empresa inclusive contratou-me para viabilizar as vendas comerciais do Bandeirante, que era caracterizado fora do país como avião da FAB. Daí resultou o projeto de criação da aviação regional brasileira. Graças ao sucesso da nossa aviação regional, a Embraer pôde iniciar a exportação dessas aeronaves para o mundo inteiro, criando a base de clientes e a respeitabilidade para o lançamento das gerações posteriores: EMB 120 Brasília, ERJ 145 e a nova família 170 a 195.
2) O custo por assento-quilômetro (CASK) é fundamental para o estabelecimento da tarifa. Por esse motivo, e por sugestão nossa, foi criada a suplementação tarifária (eufemismo para subvenção) que permitiu que o Bandeirante e o Brasília operassem com sucesso em nosso país. O CASK elevado provocou recentemente problemas econômicos do ERJ 145 na Rio-Sul e na Nordeste por causa da concorrência com aviões maiores com CASK muito mais baixo -apesar do argumento do senhor Botelho da vantagem do custo por viagem. Os aviões foram retirados de serviço -embora a Varig estivesse com a frota geral reduzida.
3) Em nenhum momento declarei que o E170/190 não pode operar em linhas internacionais. Já viajei em E170 (da Alitalia) de Paris para uma cidade italiana. Por isso, solicito a transcrição da minha declaração na totalidade: "Com esses modelos, eles não conseguiriam competir em termos de tarifa. Os preços teriam de ser mais elevados que os da TAM e da Gol. Eles teriam uma companhia que não seria competitiva nas linhas principais". Não fui o único especialista consultado pelas jornalistas. O senhor Botelho atribuiu-me outras afirmações que não fiz. Quanto ao que declarei, confirmo e completo: o senhor Botelho entende de indústria aeronáutica; eu sou especialista em economia de transporte aéreo."
PAULO BITTENCOURT SAMPAIO (Rio de Janeiro, RJ)

Música
"Somente no dia 25/8 fiquei sabendo que o senhor Arthur Nestrovski fez alguns comentários em que questiona minhas qualificações como diretor do Concurso Villa-Lobos ("Conturbado, concurso da Osesp revela exímio pianista", Ilustrada, 22/8). Li os comentários e achei-os absurdos.
Minhas qualificações como pianista são de longe superiores às qualificações de Rosana Martins (que não participa de um recital há 30 anos) ou até mesmo de Gilberto Tinetti. Os dois foram nomeados pelo senhor Neschling como jurados. Minhas qualificações são superiores às do senhor Neschling também.
Ao contrário de mim, o senhor Neschling nunca havia sido convidado para trabalhar nas melhores orquestras, como a Sinfônica de Londres ou a Filarmônica de Israel, ou com artistas como Yo-Yo Ma e Itzhak Perlman. Eu não estou ciente de que senhor Neschling (ou qualquer outra pessoa morando no Brasil no momento) alguma vez tenha recebido requisições de maestros mundialmente famosos como Zubin Mehta e Lorin Maazel ou tenha tido suas composições interpretadas pela Filarmônica de Nova York ou no Carnegie Hall. Para aqueles que não sabem, o senhor Neschling nomeou-se para meu cargo depois de me demitir, no dia 23 de abril. Ele nunca tinha se envolvido em concursos internacionais de piano antes deste. Vários participantes mantiveram contato comigo depois da minha demissão e reclamaram que ninguém podia responder questões sobre a seleção musical. Muitos membros do júri reclamaram sobre isso também.
O senhor Nestrovski também nunca se importou em me entrevistar ou em me perguntar sobre minhas qualificações. Ele não sabe que eu estive envolvido em vários concursos de piano por mais de 20 anos -como participante, júri e diretor. O senhor Nestrovski também não esteve presente em nenhum dos 43 concertos de que eu participei na Sala São Paulo nos últimos quatro anos." ILAN RECHTMAN, pianista (São Paulo, SP)

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