MAIS UMA vez, os brasileiros são chamados a escolher livremente os seus governantes.
Os ânimos dos últimos dias da campanha foram acirrados. Na verdade, essa campanha foi marcada muito mais pelo noticiário policial do que pelas propostas programáticas. O Brasil viveu, nestes últimos tempos, a mais avassaladora onda de desmoralização das instituições democráticas. É aí que mora o perigo.
Com tanta frustração e com tanta desilusão, o povo pode perder a fé na democracia -o que não pode acontecer de jeito nenhum. Chegamos ao atual clima de liberdade a duras penas e após termos percorrido um longo caminho. Trata-se, portanto, de um esforço que não pode ser perdido.
Por isso, ganhe quem ganhar, é direito dos cidadãos exigirem do vencedor o cumprimento estrito dos princípios democráticos, dentre os quais, destacamos:
1. Liberdade para agir, criar, inovar, comprar, vender e investir;
2. Ausência total de qualquer tipo de censura;
3. Obediência rigorosa ao critério de mérito nas indicações dos servidores públicos e nas compras do governo;
4. Respeito absoluto à propriedade física e intelectual, assim como às religiões, credos, filosofias e filiação partidária;
5. Acesso livre e imediato à Justiça, com decisões objetivas e expeditas;
6. Livre escolha dos governantes, sem manipulação de vontades;
7. Ausência de todo e qualquer tipo de perseguição;
8. Eleições e campanhas limpas, sem interferência dos Poderes constituídos;
9. Transparência em todos os atos da ação pública;
10. Garantia de igualdade de oportunidades, sem que sejam criadas discriminações, positivas ou negativas.
Ganhe quem ganhar a eleição de hoje, o Brasil só terá chance de se desenvolver e de progredir se forem respeitados esses princípios.
Cabe à Justiça zelar por eles e punir os que deles se afastam.
Cabe ao Legislativo cunhar leis que respeitem tais princípios.
E cabe ao Executivo realizar as ações dentro do quadro legal aprovado.
Desta eleição, sairão perdedores e vencedores, como ocorre em todos os pleitos. Mas, acima de tudo, o Brasil deverá sair vencedor à medida que obedecer e fortalecer os princípios básicos da democracia.
São idéias que não devem ser esquecidas.
antonio.ermirio@antonioermirio.com.br