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ELIANE CANTANHÊDE
Novidades nos palanques
BRASÍLIA - Quem te viu, quem te
vê... Ninguém dava a menor bola
para assuntos internacionais e de
defesa, nem mesmo políticos, muito menos candidatos, mas essa tendência vem se invertendo desde a
campanha presidencial de 2006 e
são dois temas que têm tudo para
render bons debates -e tomara que
boas entrevistas- com os presidenciáveis de 2010.
Com Barack Obama saindo do
olimpo e recuperando a condição
de mero mortal, com as lições ainda
mal digeridas sobre a crise financeira internacional, com a ampliação
da presença militar norte-americana na Colômbia, com os tropeços (e
bocejos) da Unasul e agora com
Honduras servindo de laboratório
para uma infinidade de discussões
latino-americanas...
Bem, Dilma, Serra (ou Aécio), Ciro e Marina vão ter que estudar
muito. Sem esquecer dos caças da
FAB, dos submarinos, do reflexo
geopolítico do pré-sal e da inescapável discussão sobre a questão nuclear, seus limites econômicos, militares, políticos, como Irã no meio.
Nesses dois campos, Dilma leva
vantagem. Não por ela, que não tem
se metido na área internacional e
jamais foi ou será ligada à questão
de defesa, de estratégia militar -ou
melhor, de militares mesmo. Mas
porque o governo Lula, como em
praticamente tudo, pegou o bonde
que vinha do governo FHC andando e pisou no acelerador.
Não é à toa que o chanceler Celso
Amorim sai do PMDB (de onde ele
começou a dizer ontem que nunca
foi de fato...) e entra no PT. Se na
eleição passada ele e o polêmico secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, já frequentavam palanques e debates
por convocação direta de Lula, imagine-se agora.
Dilma sai da quimioterapia e
mergulha na campanha, montando
o time, a estratégia, o discurso.
Amorim está dentro. Porque a política externa e a estratégia de defesa
estão muitíssimo dentro. Ou, como
diriam os diplomatas, estão "in".
elianec@uol.com.br
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