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CARLOS HEITOR CONY
Rio
RIO DE JANEIRO - Decide-se
amanhã a sede para as Olimpíadas
de 2016. O Rio é uma das cidades
candidatas e desta vez tem chances
de ganhar, apesar da força de Chicago, patrocinada pessoalmente por
Obama. E na categoria de azarões,
Tóquio e Madri.
O nosso trunfo principal é o charme do Rio que, apesar de suas mazelas e de seus problemas estruturais, é uma grife natural, a começar
pelo nome de apenas três letras. Roma tem quatro e Paris tem cinco letras, só perdemos para Ur, na velha
Caldéia, terra de Abraão -segundo
palavras cruzadas de todo o mundo.
Poucas possibilidades para ser sede
de uma Olimpíada moderna.
Teremos sete anos para prepararmos a cidade dentro das formalidades do Comitê Olímpico Internacional. Nossa capacidade nesse setor é comprovada com a Copa do
Mundo de 1950, para a qual construímos o maior estádio do mundo,
e eventos internacionais, como a
Rio-92 e, mais recentemente, os Jogos Pan-Americanos.
O problema é o forte lobby norte-americano por Chicago, com a capacidade de Obama no trânsito internacional, embora Lula também
tenha a sua penetração. Afinal, a
América do Norte já sediou outras
olimpíadas, e a América do Sul, até
agora, nenhuma.
A importância de uma Olimpíada
transcende os esportes, passa a ser
econômica e política. Em 1936, os
nazistas organizaram um evento
que foi considerado o ponto de partida para a ascensão de um regime
que afinal desgraçou a Alemanha e
o mundo. Hitler compreendeu a
força de propaganda que uma Olimpíada representa para um país com
projetos, sejam lá quais forem.
O Brasil tem o projeto de se tornar potência mundial. A Olimpíada
no Rio será uma plataforma de lançamento que saberemos aproveitar, colocando em órbita um novo
gigante que tem tudo para uma carreira no cenário internacional.
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