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Minas Gerais
"Sobre o texto "Sócia de irmã de
Aécio recebeu de Valério, diz PF"
(Brasil, 28/11) e o subtítulo "Andrea Neves afirma que não há nada
contra a acusada", solicito à Folha
os seguintes esclarecimentos.
Não fiz a afirmativa atribuída a
mim, uma vez que nunca conversei
com o repórter. O contato ocorreu
com a assessoria de imprensa do
governo.
Considero ter sido injusto o tratamento de "acusada" dado à senhora Lídia Maria, uma vez que não há
nenhuma denúncia contra ela. No
relatório da Procuradoria Geral, ela
é relacionada como testemunha.
Não havia sociedade entre mim e
a senhora Lídia Maria em 1998,
ocasião em que ocorreram os fatos
tratados na reportagem."
ANDREA NEVES DA CUNHA, presidente do Servas
-Serviço Voluntário de Assistência Social (Belo
Horizonte, MG)
"Sobre a reportagem "Sócia de irmã de Aécio recebeu de Valério, diz
PF", a assessoria de imprensa do governo de Minas informa que a sociedade do governador Aécio Neves
com sua irmã Andrea na empresa
Taking Care foi estabelecida entre
os anos de 2000 e 2003, portanto
iniciada quatro anos depois do
mencionado no texto.
O então deputado federal Aécio
Neves substituiu o sócio Herval
Braz, marido de Andrea, em razão
do falecimento deste em 1999."
HUGO TEIXEIRA, superintendente de imprensa do
governo de Minas Gerais (Belo Horizonte, MG)
Nota da Redação - Leia abaixo a
seção "Erramos".
Pará
"O excelente artigo de ontem do
criminalista Roberto Delmanto Jr.
("Pará: Justiça perversa, omissão e
crime", "Tendências/Debates') põe
a nu a indiferença, no caso criminosa, para com os presos. Mas tal indiferença não é só das autoridades. É
nossa também.
Embora não se possa desprezar a
questão da responsabilização criminal das autoridades, é imperioso
destacar que a barbárie só pode
ocorrer porque há uma mentalidade reinante que, colocando a sujeira
debaixo do tapete, consente com a
colocação de seres humanos em situação de penúria.
A cadeia de Abaetetuba foi demolida, mas as presas foram transferidas para um presídio de Belém em
situação calamitosa. Sofrem da
mesma forma, apesar de não estarem presas com homens. Amontoam-se pessoas como coisas.
É como nos campos de concentração do nazismo, tudo ocorreu
com um certo acumpliciamento das
populações locais.
Nós todos, em alguma medida,
somos responsáveis pelo evento do
Pará e por outros tantos que ocorrem Brasil afora, porque não gritamos, não protestamos e elegemos
governantes que varrem a sujeira
para debaixo do tapete."
ALBERTO ZACHARIAS TORON, advogado, secretário-geral-adjunto do Conselho Federal da OAB
(São Paulo, SP)
"Como juíza de direito que atuou
durante vários anos na função de
corregedora de presídios, permaneço com os pêlos do corpo arrepiados
cada vez que reflito sobre o assunto
discutido com clareza no artigo "Pará: Justiça perversa, omissão e crime". Durante oito anos, visitei semanalmente o presídio de Birigüi
(SP) e lutei contra a perversidade
das penas não-previstas, covardemente aplicadas e até aplaudidas.
Briguei com os agentes da Secretaria de Administração Penitenciária
e impus à força o respeito aos direitos humanos.
Registro que, por tentar fazer
cumprir a lei, fui muito criticada à
época, inclusive por autoridades."
JACIRA JACINTO DA SILVA, juíza de direito da terceira vara cível de Bragança Paulista
(Bragança Paulista, SP)
FHC
"O erro da reportagem da Folha
sobre o suposto erro de português
de FHC continua dando filhotes.
Anteontem foi na coluna de Mônica Bergamo (Ilustrada). O curioso
é que ela recorre ao professor Pasquale Cipro Neto para sustentar
que FHC errou.
Pasquale escreveu na Folha de
25/11: "Na língua literária, não faltam registros de "melhor" como modificador de particípio. O "Aurélio"
arrola exemplos de clássicos da literatura. O "Houaiss" diz que, "diante de um particípio, é vernáculo
empregar "mais bem". Quando o
particípio tem duas sílabas, não se
ouve nem se lê algo como "o jogador
melhor pago". Quando tem mais de
duas sílabas, a oscilação é patente:
ora se ouve/lê "a equipe mais bem
treinada", ora se ouve/lê "a equipe
melhor treinada". A língua formal
moderna parece preferir a primeira
construção, em que se entende o
"mais" como modificador de todo o
bloco "bem + particípio" ("O atleta
mais bem remunerado'). FHC teria
feito melhor se tivesse optado por
"mais bem educados".
O professor fala de preferência,
não de erro. E registra que, quando
o particípio tem mais de duas sílabas, "a oscilação é patente", ou seja,
ora se fala de um jeito, ora de outro:
mais bem treinado ou melhor treinado. Ou, como no caso em pauta,
melhor educado ou mais bem educado.
Quando tratou do mesmo assunto na Folha de 10/2/2000, ele citou
Machado de Assis, apud "Aurélio':
"...que ande ele melhor avisado na
organização...". E observou, com
uma pitada de ironia, que "Aurélio"
preferiria que Machado de Assis tivesse escrito "mais bem avisado".
Questão de preferência, de novo.
(Eu em geral prefiro Machado).
O erro da Folha está em tratar
em termos de acerto/erro o que é
claramente uma questão de preferência, inclusive para o especialista
da Folha. Erro talvez explicável pelo desejo tão humano de "dar uma
lição no professor" (FHC, não Pasquale), como Mônica tentou fazer.
A razão da preferência, no contexto, pelo "melhor educado", está
no duplo sentido de "mais bem-educado". Melhor uma polêmica sobre a língua do que ser mal interpretado e censurado por chamar os
brasileiros de "mal-criados".
E o hífen? Dessa discussão FHC
pelo menos está livre, porque ele
falou, não escreveu.
"Houaiss", que eu consultei on-line pelo UOL, registra "bem-educado" com hífen nos dois sentidos: "1)
que recebeu boa educação social;
cortês, bem-criado, educado: 2) que
recebeu boa educação escolar". Suponho que "bem educado" sem hífen também não esteja errado.
Quem se der ao trabalho de buscar
na própria Folha vai achar a expressão com e sem hífen nos dois
sentidos. E aí, vamos em frente?"
EDUARDO GRAEFF, ex-assessor especial da
Presidência (São Paulo, SP)
Nota da Redação - Leia sobre o
assunto à página A7 da edição
de hoje.
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