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Editoriais
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Aviação à deriva
A ANAC (Agência Nacional
de Aviação Civil) anunciou que a partir de janeiro vai dar início à liberação dos
preços das passagens para vôos
internacionais partindo do Brasil. É uma ação positiva, que beneficia o consumidor, estimula a
competição e pode levar ao barateamento de tarifas.
Mas não se devem esperar mudanças bruscas. O órgão regulador avalia que a regra, já em vigor
nos vôos domésticos e com destino à América do Sul, não deve ter
impacto significativo nos preços.
Mesmo assim, a notícia provocou reações no setor.
Apesar da oposição de algumas
empresas domésticas, a decisão
representa um avanço, embora
tímido, numa área que continua
à deriva, objeto de muitas propostas e poucas soluções.
A maior dificuldade reside nas
resistências à privatização de aeroportos. Setores do governo federal se opõem à reformulação
que atrairia o investimento privado. Defendem a manutenção
do "status quo" ou então a abertura do capital da Infraero, estatal que detém o monopólio de infra-estrutura aeroportuária.
Diante da desorientação federal, o governo paulista já propõe
licitar os aeroportos estaduais. O
modelo -uma divisão em lotes
que obriga o vencedor a administrar também aeroportos menos
rentáveis-, deveria ser adotado
nos 67 aeródromos federais.
Mas o ritmo das decisões é pífio. A construção do terceiro terminal de passageiros de Cumbica continua em impasse. Além
disso, o Tribunal de Contas da
União aponta outros dez projetos em aeroportos com indícios
de irregularidade.
Parlamentares tentam achar
brechas no Congresso para desconsiderar o parecer do TCU,
subterfúgio que liberaria as
obras. A resposta é desalentadora. O correto é resolver depressa
as pendências, para que os projetos sejam retomados com lisura.
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