São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VITÓRIA DA SAÚDE

É com alívio que se deve receber a notícia de que houve uma queda de 59% nos casos de dengue registrados no país em 2003 em comparação com o ano anterior, quando uma epidemia atingiu vários Estados brasileiros, notadamente o Rio de Janeiro e Pernambuco.
Como experiências dolorosas costumam ser boas professoras, foram justamente essas duas unidades da federação que conseguiram melhores resultados no combate à dengue. No Rio, os 254.862 casos de 2002 foram reduzidos a apenas 7.783 no ano passado, uma queda de 96,95%. Em Pernambuco, os números são, respectivamente, 118.974 e 25.588, redução de 78,49%.
Apesar de a dengue não representar, para a maioria dos que a contraem, mais do que um forte desconforto, mas que perdura por apenas alguns dias, trata-se de uma moléstia que merece atenção por parte das autoridades. É que existem dois "tipos" de dengue: a clássica e a hemorrágica (DH), que pode ser fatal se não diagnosticada a tempo.
Qualquer um dos três sorotipos do vírus da dengue em circulação no Brasil pode provocar o choque hemorrágico, bastando que o indivíduo infectado tenha uma predisposição a desenvolver a DH. E, normalmente, são predispostas pessoas que já foram vítimas da doença e voltam a sofrer infecção por um sorotipo diferente do original. É aqui que a epidemia ganha caráter de grave problema de saúde pública, pois, a cada verão com surtos, tende a crescer o número de casos de DH, já que cresce o estoque de gente que já foi vítima de uma primeira infecção.
Como se faltassem razões para um combate sistemático e eficiente ao Aedes aegypti, o mosquito transmissor do vírus, vale lembrar que esse mesmo inseto também é capaz de transmitir a febre amarela, uma moléstia mais grave que a dengue. E a última coisa de que o Brasil precisa é a volta da febre amarela urbana.



Texto Anterior: Editoriais: ARRECADAÇÃO PAULISTA
Próximo Texto: Editoriais: INVESTIMENTO DIGITAL

Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.