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MAIS SOBRETAXA
O governo norte-americano
aplicou mais uma sobretaxa
ao aço do Brasil. O produto laminado frio de origem brasileira poderá,
de acordo com decisão preliminar do
Departamento de Comércio, receber
tarifa extra de até 12,58%.
O argumento para essa nova investida contra as exportações brasileiras
é o de sempre. Os americanos alegam que o processo de privatização
de siderúrgicas concedeu subsídios
às empresas adquiridas pelo capital
privado. Não há mais dúvidas sobre
os recursos a que o Brasil deve recorrer para enfrentar o protecionismo
norte-americano. Um deles é procurar a Organização Mundial do Comércio; o outro, fortalecer seus mecanismos internos de defesa e contra-ataque comercial.
Em julgamento recente envolvendo
outros países, a OMC considerou
improcedente a tese de que subsídios
estejam vinculados a privatizações.
Se o Brasil questionar a nova medida
norte-americana na OMC, portanto,
terá boas chances de vencer.
Mas o tema, evidentemente, não
está restrito ao campo de decisões de
tribunais comerciais ainda com pouca tradição, como é o caso da OMC.
O protecionismo siderúrgico americano é fruto da imensa pressão de
lobbies de empresas e sindicatos de
trabalhadores no setor. O seu poder
para pressionar o governo e o Congresso dos EUA contrasta com a perda progressiva de competitividade
internacional do aço americano.
Eles, neste momento, pressionam
o governo de George W. Bush a lançar uma nova rodada protecionista
sobre os aços semi-acabados. O assunto deve ser decidido pelo presidente dos Estados Unidos no próximo dia 6. Caso se confirme, a medida será catastrófica para exportadores como o Brasil e a União Européia.
A UE ameaça reagir pesadamente caso a medida seja aprovada, inclusive
com retaliações unilaterais. Parece
lógico que o Brasil se alie aos europeus na pressão contra esse acinte ao
livre comércio perpetrado pela maior
potência econômica.
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