São Paulo, segunda-feira, 02 de março de 2009

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FERNANDO DE BARROS E SILVA

Um simples Palocci

SÃO PAULO - Não causará surpresa se o STF em breve inocentar o petista Antonio Palocci, excluindo-o do grupo que deve ir a julgamento pela violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. A defesa do ex-ministro joga a culpa sobre o então presidente da Caixa, Jorge Mattoso. Ele funciona, neste caso, como uma espécie de Delúbio Soares, o operador de cuja versão ou silêncio depende o futuro criminal e político do "chefe" -apelido de Palocci nos bons tempos.
Na boca de Mattoso não entra mosca. Ele está bem arranjado como secretário de Finanças de São Bernardo do Campo, gestão Luiz Marinho. Consta que todos os funcionários da CEF envolvidos naquela operação criminosa estejam empregados e sob a tutela do PT.
O caminho da candidatura de Palocci ao governo paulista vem sendo pavimentado há tempos na surdina. Seu maior padrinho chama-se Lula.
Palocci se elegeu deputado federal (daí o foro privilegiado) sem que o eleitor tenha ouvido sua voz. Feita entre quatro paredes, sua campanha declarou R$ 2,4 milhões em doações, a maior parte de bancos -todos movidos pela convicção de que "um outro mundo é possível".
O médico Palocci é um sujeito gentil e boa-praça, o PT de fala mansa, a face serena e confiável dos barbudos quando Lula fazia de tudo para ter a bênção dos mercados.
Pois esse petista tão atucanado nas ideias e no estilão é o pivô do escândalo moralmente mais devastador e imperdoável entre todos os que vieram à tona neste governo. Alguém disse imperdoável? O lulismo, para os amigos, perdoa tudo.
Petistas e banqueiros, uni-vos! Palocci vem aí. Mandem de vez à lata de lixo da história a memória daquele que era ""um simples caseiro".

 

Em sua "Carta Aberta ao Povo de Respeito", Yeda Crusius gasta 1.324 palavras para atacar este colunista e promover sua gestão. Mas não dedica uma só vírgula aos escândalos que assolam seu governo. Omissa mais uma vez, a tucana perdeu a chance de escrever sua "Carta Aberta de Respeito ao Povo".


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