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CONJUNTURA INSTÁVEL
O Fundo Monetário Internacional, no relatório "World
Economic Outlook" divulgado em
abril, apresentou uma discussão sobre os impactos macroeconômicos e
financeiros do desinflar de bolhas de
ativos mobiliários (ações e outros ativos financeiros) e imobiliários (imóveis residenciais e comerciais) nos
principais países industrializados.
O estudo concluiu que o esvaziamento de bolhas no mercado acionário costuma desencadear um declínio médio de 45% nas cotações
durante dez trimestres. A perda de riqueza provoca contração nos gastos
de consumo e de investimento, podendo resultar em uma recessão.
Já o murchar das bolhas de imóveis
provoca uma queda nos preços de
30%. Porém o período é longo, em
torno de 16 trimestres, e resulta em
maiores perdas. Em média, estima o
estudo, ocorre uma redução de 8%
no PIB do país desde o momento de
auge do ciclo de imóveis contra uma
queda média de 4% no PIB no caso
do desinflar de bolhas acionárias.
Portanto, a contração do mercado
imobiliário costuma ter impactos
mais severos do que uma abrupta
queda nos preços das ações.
Dados divulgados pelo Departamento de Comércio dos EUA mostram que o setor de imóveis residenciais continuou em acelerada expansão no primeiro trimestre. O mercado imobiliário cresceu 12% sobre o
quarto trimestre de 2002. Os preços
dos imóveis são os mais altos dos últimos cinco anos nos EUA.
Desde 1999, a construção habitacional e a elevação nos preços dos
imóveis acrescentaram US$ 3,2 trilhões ao patrimônio das famílias
americanas, compensando parte das
perdas ocorridas nos mercados acionários (US$ 4,9 trilhões). Mas reside
aí um risco potencial para a economia mundial: se houver contração
nos investimentos em novas residências e abrupta queda nos preços dos
imóveis, poderá ocorrer nova desvalorização nas Bolsas de Valores globais, com repercussões nos níveis de
consumo e de investimento e na solvência de alguns bancos nos principais mercados mundiais.
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