São Paulo, segunda-feira, 02 de maio de 2005

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O RITMO DOS EUA

No primeiro trimestre de 2005, o PIB norte-americano apresentou expansão anualizada de 3,1%, o pior resultado desde o primeiro trimestre de 2003. A expansão dos gastos dos consumidores caiu de 4,2% no quarto trimestre de 2004 para 3,5% no primeiro trimestre de 2005, e os investimentos produtivos retrocederam de 14,5% para 4,7%.
A inflação geral da economia norte-americana subiu de 2,3% para 3,3% no mesmo período -o maior patamar desde o início de 2001, associado à elevação dos preços do petróleo, que permanecem acima dos US$ 50 o barril, e das commodities minerais e agrícolas.
Esses indicadores parecem corroborar as expectativas dos investidores e analistas financeiros de que a principal "locomotiva" econômica do mundo está perdendo fôlego, com uma moderada taxa de inflação.
As Bolsas de Valores, que costumam antecipar os movimentos econômicos, diante da queda projetada para os lucros das corporações passaram a operar em baixa desde meados de março. Em face das novas informações, os investidores venderam os ativos de risco (ações e bônus dos mercados emergentes) e se refugiaram nos títulos do Tesouro americano. Com a ampliação da procura, as taxas de juros sobre os bônus de dez anos do Tesouro americano caíram de 4,22% para 4,14%.
Os analistas econômicos reduziram as projeções de crescimento da economia americana de 3,25% para 2,75% no segundo trimestre. Esse cenário de desaquecimento, associado aos sinais de desaceleração das economias japonesa, alemã e francesa, reforça as previsões em torno de um possível arrefecimento global, já sinalizado, aliás, pelo FMI.
Para o Brasil, o cenário de menor dinamismo internacional tende a prejudicar as exportações e contribuir para a tendência de desaceleração da economia, que já se faz sentir com os aumentos das taxas de juros.


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