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Aplicação para poucos
INFELIZMENTE , a mais rentável
aplicação de renda fixa do
país, a negociação de títulos
da dívida pública federal pelo sistema Tesouro Direto, ainda esbarra em diversos obstáculos.
Primeiro, uma enorme e lenta
burocracia. Para começar a operar, além de preencher uma ficha
de inscrição na página eletrônica
do Tesouro Direto, o investidor
deve possuir conta em uma corretora (ou banco cadastrado).
O processo envolve uma miríade de contratos, que podem demorar mais de 30 dias. Segundo,
o sistema eletrônico do Tesouro
Direto não "conversa" com as
plataformas das corretoras. Terceiro, o produto concorre com
outras aplicações, como fundos
de investimento e CDBs.
A despeito dos percalços, o número de investidores cresceu: de
34 mil contas em janeiro de 2005
para 154 mil, em março de 2009.
O universo de aplicadores do Tesouro Direto se mantém, no entanto, bastante restrito, se comparado aos 10,1 milhões de cotistas de fundos de investimento.
Um grande passo para a expansão foi dado pela parceria divulgada entre o Tesouro Nacional e
a BM&FBovespa. A partir de setembro, até 30 corretoras poderão oferecer títulos do Tesouro
por meio das plataformas "home
brokers" (pela internet).
Facilitando transações, o sistema tende a se expandir. Algo semelhante aconteceu com as operações realizadas na Bovespa. No
final da década de 1990, era de
15% a participação das pessoas
físicas nas negociações de ações.
Hoje essa cifra se duplicou.
A maior concorrência do Tesouro Direto com outras aplicação pode levar também a uma
melhor gestão dos recursos pelas
instituições financeiras, permitindo uma saudável queda nas
taxas de juros. Atualmente os
bancos têm pouco interesse em
divulgar essa modalidade de investimento. Dificultam o acesso
de seus clientes e cobram taxas
de administração proibitivas.
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