São Paulo, sábado, 02 de maio de 2009

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Editoriais

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Aplicação para poucos

INFELIZMENTE , a mais rentável aplicação de renda fixa do país, a negociação de títulos da dívida pública federal pelo sistema Tesouro Direto, ainda esbarra em diversos obstáculos.
Primeiro, uma enorme e lenta burocracia. Para começar a operar, além de preencher uma ficha de inscrição na página eletrônica do Tesouro Direto, o investidor deve possuir conta em uma corretora (ou banco cadastrado).
O processo envolve uma miríade de contratos, que podem demorar mais de 30 dias. Segundo, o sistema eletrônico do Tesouro Direto não "conversa" com as plataformas das corretoras. Terceiro, o produto concorre com outras aplicações, como fundos de investimento e CDBs.
A despeito dos percalços, o número de investidores cresceu: de 34 mil contas em janeiro de 2005 para 154 mil, em março de 2009. O universo de aplicadores do Tesouro Direto se mantém, no entanto, bastante restrito, se comparado aos 10,1 milhões de cotistas de fundos de investimento.
Um grande passo para a expansão foi dado pela parceria divulgada entre o Tesouro Nacional e a BM&FBovespa. A partir de setembro, até 30 corretoras poderão oferecer títulos do Tesouro por meio das plataformas "home brokers" (pela internet).
Facilitando transações, o sistema tende a se expandir. Algo semelhante aconteceu com as operações realizadas na Bovespa. No final da década de 1990, era de 15% a participação das pessoas físicas nas negociações de ações. Hoje essa cifra se duplicou.
A maior concorrência do Tesouro Direto com outras aplicação pode levar também a uma melhor gestão dos recursos pelas instituições financeiras, permitindo uma saudável queda nas taxas de juros. Atualmente os bancos têm pouco interesse em divulgar essa modalidade de investimento. Dificultam o acesso de seus clientes e cobram taxas de administração proibitivas.


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