São Paulo, quinta-feira, 02 de junho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


PT
"Diferentemente do que afirmaram a nota "Tão longe, tão perto" e a seção "Tiroteio" da coluna "Painel" de ontem (Brasil, pág. A4), não há desentendimento entre o presidente nacional do PT, José Genoino, e o secretário-geral do partido, Sílvio Pereira. A opinião de ambos coincide com nota pública do PT divulgada amplamente à imprensa na segunda-feira passada, dia 30, que dizia o seguinte: "O PT nunca decidiu sobre a nomeação de cargos públicos. Nas várias negociações de que alguns dirigentes do PT participaram no processo de montagem do governo, apenas se postularam os legítimos interesses do PT, seja junto a representantes do governo, seja junto aos outros partidos. Na montagem de governos de coalizão, esses processos de negociação entre representantes de partidos e destes com representantes de governo são fatos normais em qualquer país, fazem parte do processo democrático e são inerentes a qualquer governo ou a quaisquer partidos"."
Marcelo Sereno, secretário nacional de Comunicação do PT (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Vera Magalhães, repórter do "Painel" em Brasília - A nota mencionada pelo missivista foi emitida na segunda-feira justamente para se contrapor à seguinte declaração dada por Silvio Pereira à Folha: "Participei com o Genoino e o Delúbio da nomeação de cargos para o governo até o dia 16 de dezembro de 2003".

Volúpia financeira
"Carrega o DNA da volúpia do sistema financeiro a informação da Serasa sobre o novo recorde na devolução de cheques por insuficiência de fundos no mês de abril ("Devolução de cheque bate recorde em abril", Dinheiro, 31/5). De cada mil cheques compensados, apenas 19 (ou seja, 1,9%) foram devolvidos por falta de fundos. Qualquer setor produtivo com certeza consideraria tal cenário um verdadeiro paraíso. Mais adequado, portanto, seria noticiar que expressivos 98,1 % dos cheques foram honrados regularmente. Esse percentual é que é digno de relevo. Que não sirva esse insignificante número de cheques devolvidos de motivo para lobbies setoriais justificarem aumento de encargos ou restrições de crédito à esmagadora maioria da população, que cumpre satisfatoriamente com suas obrigações, o que não constitui novidade."
José Molteni Filho (Curitiba, PR)

PPS
"Há um enorme equívoco na informação atribuída ao deputado Arnaldo Jardim (PPS) na nota "Ninguém quer" ("Painel FC", Esporte, 28/5) de que "não há ninguém ligado ao partido disposto a assumir (a Secretaria Municipal de Esportes)". O PPS, aliado de primeira hora da coligação que elegeu José Serra para a prefeitura, reitera o seu apoio irrestrito ao prefeito. Ao indicar um representante do PPS para ocupar a Secretaria Municipal de Esportes, o nosso objetivo é pôr em prática o programa de governo do prefeito, expandindo e democratizando as atividades esportivas e de lazer, principalmente em torno dos centros educacionais e dos clubes de bairros populares. O Diretório Municipal do PPS já indicou ao governo o nosso presidente, Carlos Eduardo Fernandes, como nome de consenso para essa secretaria -indicação que tem o apoio irrestrito dos nossos vereadores, dos nossos deputados e do presidente nacional do partido, deputado Roberto Freire. Além de Fernandes, há vários outros nomes "ligados" ao partido que poderiam assumir a secretaria e desempenhar um trabalho exemplar, incluindo a própria Paula, que ocupa interinamente o cargo, e o economista Luiz Gonzaga Belluzzo. Poderia citar ainda o presidente da Federação Paulista de Handball, Fábio Lazzari, o jornalista e ex-secretário de Esportes Fausto Camunha e o nosso vice-presidente, Joca Martins, entre vários outros nomes."
Maurício Rudner Huertas, secretário de Comunicação do PPS-SP (São Paulo, SP)

Resposta do repórter Eduardo Ohata - A informação de que não havia nenhum nome do PPS disposto a assumir a Secretaria Municipal de Esportes foi dada na sexta-feira (27/5) por Arnaldo Jardim, líder do partido na Assembléia Legislativa de São Paulo.

Abuso de poder
"Sobre a reportagem "Secretário é acusado de abuso de poder" (Cotidiano, 31/ 5), pergunto: "Fechar a rua" não é abuso de poder? A cidade e seu espaço público são "privatizados" a expensas de qualquer legalidade e ninguém faz nada. Se o fato de o GOE ter sido acionado para isso pode constituir-se em "abuso" eu não sei, mas algo tinha de ser feito. O empresário Carlos Augusto Carvalho pode ter se sentido constrangido, mas não o foi mais do que são os milhões de cidadãos que circulam pelas saturadas vias paulistanas todos os dias. O equilíbrio necessário ao Estado de Direito consiste na clara delimitação entre o que é público e o que é privado. E estamos perdendo essa noção no Brasil."
Anselmo Heidrich (São Paulo, SP)

Palavra
"Quanto ao noticiado no texto "Petista chama Suplicy de político sem palavra" (Brasil, 31/5), não posso, como eleitor de Eduardo Suplicy, deixar de fazer algumas perguntas: quem foi que realmente traiu o seu discurso pré-eleitoral? Quem foi eleito pregando uma coisa e não a está cumprindo? Concordo que política seja compromisso, mas esse compromisso deve ser, antes de tudo, com os eleitores que acreditaram na história de vida e na conduta do candidato. Os senadores do PT se dizem decepcionados, mas acredito que os eleitores de Ideli Salvatti, de Tião Viana e companhia estejam muito mais decepcionados do que os senadores. Eu, como eleitor de Suplicy, não me sinto nem um pouco traído."
Jairo Fonseca Júnior (São Paulo, SP)

Parada gay
"Fiquei indignada com o baixo nível da reportagem de 30/5 sobre a parada gay. Um evento desse porte, do qual participaram mais de 2 milhões de pessoas, com um tema de altíssima importância -que é a união civil entre homossexuais-, e Folha se limita a escrever sobre as fantasias, sobre o tipo de bebida que alguns participantes consumiam, sobre carícias trocadas entre os manifestantes.... Ora, convenhamos. Onde está a indignação dos jornalistas pelo fato de um projeto de lei como o da união civil entre homossexuais, um projeto que deve ser aprovado em qualquer sociedade que se autodenomine democrática e livre, estar parado no Congresso Nacional há dez anos? Não houve nenhuma entrevista com algum dirigente da parada, com representante das associações envolvidas ou com pessoas comuns presentes no evento. Isso, sim, é importante."
Vidlin Carvalho (São Paulo, SP)

 

"Há três anos assisto à Parada Gay. Sou casada, heterossexual e judia e respeito qualquer tipo de manifestação por igualdade de direitos. Discordo, entretanto, do senhor Reinaldo Pereira Damião ("Painel do Leitor", 31/5) no que se refere à reportagem apelativa da Folha. Apelativo é ver duas pessoas praticando sexo no meio da rua ou várias pessoas urinando em tudo quanto é canto, sujando esta nossa cidade, que acolhe e prestigia as minorias. Eu mesma tive a infelicidade de presenciar essas cenas. Isso sem falar nas várias suásticas que vi desenhadas. Será que são necessários gestos obscenos de pessoas dançando em cima dos carros para que se obtenha respeito?"
Marlene C. Diamandi (São Paulo, SP)


Texto Anterior: Augusto de Franco: O governo será como um náufrago

Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.