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Aids, 25 anos
A
ORGANIZAÇÃO das Nações
Unidas divulgou nesta semana um relatório que se
pretende o mais abrangente já
publicado sobre a difusão da Aids
no planeta. Com base em dados
fornecidos por 126 países, o texto
enseja uma perspectiva moderadamente otimista: pela primeira
vez desde que se notificaram os
primeiros casos da doença, há 25
anos, o número de infectados parou de crescer.
Pode-se em parte atribuir o resultado ao aumento contínuo de
recursos destinados ao combate
à Aids -em 2005, foram gastos
US$ 8 bilhões. A cifra corresponde à meta estabelecida pela organização e permitiu a 1,3 milhão
de infectados em países pobres
receber os remédios anti-retrovirais, capazes de abrandar os
sintomas e prolongar a vida dos
portadores do vírus.
Diante da estabilização, o relatório da ONU afirma ser possível
adotar uma nova estratégia. Se
até o momento a prioridade era
administrar a crise e conter a escalada da infecção, a situação já é
favorável à adoção de medidas de
longo prazo destinadas a reverter o quadro. Mas os obstáculos
ainda são consideráveis.
O documento estima em 38,6
milhões o número de soropositivos em 2005. Apenas no ano passado, mais de quatro milhões de
pessoas contraíram o vírus HIV,
e 2,8 milhões morreram em razão da doença. Trata-se de um
patamar ainda muito elevado para que a estabilidade seja considerada um resultado satisfatório. Na África subsaariana, por
exemplo, os números apenas se
mantiveram estáveis em decorrência da alta taxa de mortalidade dos infectados.
Em que pese o diagnóstico do
relatório e o acerto de suas intenções, os avanços ainda são insuficientes diante da magnitude do
problema. Mas são efetivos. E
atestam que vale a pena investir
mais recursos em prevenção e
em tratamento.
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