|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELIANE CANTANHÊDE
Os famosos quem?
BRASÍLIA - Ao ser eleito, o presidente Lula convocou sua primeira
coletiva para encher a boca e anunciar o programa prioritário do seu
governo: "Fome Zero". Alguém se
lembra dele? Morreu de inanição,
virando um selinho do Bolsa Família. E uma coisa era uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Depois, Lula prometeu o "espetáculo do crescimento", mas o Brasil
só cresceu mais que o Haiti. E também anunciou um "time de notáveis". Alguém se lembra deles? Precisou ouvir seis "não" até chegar ao
"notável" Henrique Meirelles no
BC. Depois, o "notável" da política
foi atropelado por Waldomiro Diniz e enterrado por Roberto Jefferson. O da economia, por Rogério
Buratti e o caseiro Francenildo.
E os "notáveis" da área social caíram como um castelo de cartas:
Cristóvam, Benedita e Graziano,
primeiro, e Olívio Dutra e Humberto Costa, depois, sob o confortável
pretexto de disputar eleições.
A primeira baixa dos "notáveis
dos notáveis" foi a de Roberto Rodrigues na Agricultura, que nem esperou o fim do primeiro mandato.
Num eventual segundo, há muitas
dúvidas sobre a permanência de
Thomaz Bastos, dúvidas quanto à
de Furlan e alguma dúvida quanto à
de Celso Amorim.
Sem o primeiro time, Lula se vira
com os reservas. Um time que pode
ser tudo, menos de "notáveis", porque ninguém sabe quem são, de onde são, por que são. Ou seja, ninguém "nota". São os técnicos de segundo escalão que tiveram "upgrade" na Esplanada dos Ministérios,
alguns em cargos prioritários, como
Saúde e Transportes. A nomeação
do técnico Luiz Carlos Guedes para
a Agricultura, pois, tem tudo a ver.
No governo, como tem sido na
Copa, os reservas às vezes parecem
correr mais que os titulares. Pode
ser, mas quem faz gol é Ronaldo.
Por mais gordo que esteja, esse,
sim, é notável.
elianec@uol.com.br
Texto Anterior: Frankfurt - Clóvis Rossi: A bola e a escola Próximo Texto: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: O exemplo de JK Índice
|