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Escolhas
"Em relação à reportagem "Chefe
do Deic é sócio de firma de segurança" (Cotidiano, 28/6), sobre a participação societária de um delegado
de polícia em empresa privada, como sócio cotista, é necessário esclarecer à população de São Paulo que
os delegados de polícia têm três opções: 1 - viver com o salário medíocre que é pago neste Estado, morar
em uma favela e colocar os filhos
para estudar em colégio público,
que é um lixo; 2 - partir para a corrupção; 3 - procurar uma renda lícita que propicie uma vida digna.
Cada um faz a sua escolha."
JOSÉ ORDELE ALVES LIMA JÚNIOR , delegado de polícia (Sorocaba, SP)
Congresso
"Pesquisa da USP mostrou que
76% das pessoas não confiam no
Congresso (Brasil, pág. A7 de ontem).
É surpreendente a existência de
24% que ainda confiam num Congresso que sangra, fede e dói -e como dói nos bolsos de todos os que
pagamos impostos. A única contrapartida é o bordão "ruim com eles,
pior sem eles".
Nossa sociedade tem de encontrar um mecanismo para expressar
e fazer valer seus anseios, necessidades e vontades. O poder político
consistente é válido para harmonizar as diversas e plurais demandas
sociais com a utilização dos recursos, sempre escassos. Isso pressupõe um sistema eleitoral capaz de
captar tais necessidades, com efetiva representatividade dos eleitores.
O atual sistema eleitoral não permite essa representatividade, e os
três Poderes só representam os que
os financiaram.
Reforma política já, antes que seja tarde demais."
MARCO ANTONIO BANDEIRA (Rio de Janeiro, RJ)
Sigilo
"A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) insiste no erro,
como ficou demonstrado no artigo
"Tiss: democracia, transparência e
seriedade" ("Tendências/Debates",
pág. A3, 29/6).
A iniciativa da ANS pode expor a
intimidade de milhões de consumidores de planos de saúde e ter uso
nada nobre por parte das empresas
do setor. E merece ser revista urgentemente.
O receio do Conselho Federal de
Medicina, compartilhado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), é que as operadoras, de posse de informações sobre a
saúde dos consumidores, passem a
discriminar aqueles que necessitam de tratamentos custosos, inclusive negando procedimentos indicados pelo médico com base em critérios econômicos.
Mais grave ainda é a omissão
quanto às operadoras que já recolhem dados íntimos dos pacientes,
prática ilegal e inconstitucional.
Mas, para a ANS, essa iniciativa é
corriqueira. Será que a agência
acredita que o paciente é consultado de forma clara e elucidativa sobre essa troca de informações?"
DANIELA BATALHA TRETTEL , advogada do Idec, e
ANDRÉA LAZZARINI SALAZAR , consultora do Idec
(São Paulo, SP)
"Em relação ao artigo "Tiss: democracia, transparência e seriedade", tenho a ponderar que há inequívoca quebra do sigilo médico com a
colocação do Código Internacional
de Doenças no impresso da Tiss.
Como não há justa causa ou dever
legal que justifiquem tal quebra, a
colocação do CID pelo médico só
poderá ser feita com a expressa autorização do paciente, por escrito e
assinada.
Resta uma pergunta: se o preenchimento do CID é opcional, por
que então consta do impresso? Por
que simplesmente não retirá-lo? As
informações epidemiológicas podem perfeitamente ser fornecidas
sem a identificação do paciente."
RENATO AZEVEDO JÚNIOR , diretor e segundo secretário do Cremesp (São Paulo, SP)
Aviação
"Uma vez que informações contidas no texto "Controladores se negam a operar em Brasília" (Cotidiano, 28/6) foram publicadas com incorreções, este centro esclarece alguns pontos.
Não houve punição a nenhum
controlador de defesa aérea.
A implantação dos "tubulões" de
tráfego aéreo acontecem gradativamente, de acordo com um planejamento inicial, que não foi alterado
em razão de "queixas" de controladores.
Todas as ações estão pautadas pela segurança e confiabilidade das
operações aéreas.
Ninguém está executando uma
função para a qual não esteja capacitado.
Os controladores do centro-Brasília e da defesa aérea estão colaborando com a implementação de medidas que ajudam a resgatar a tranqüilidade nos aeroportos brasileiros."
ANTONIO CARLOS MORETTI BERMUDEZ , brigadeiro-do-ar, chefe do Centro de Comunicação Social da
Aeronáutica (Brasília, DF)
Resposta da jornalista Andreza
Matais - A própria FAB confirmou que três controladores da
defesa foram afastados por incompatibilidade com a nova
função. Sobre as mudanças no
controle dos tubulões, o texto
informou que a FAB negava a
informação, fornecida por controladores.
Venezuela
"Ao apresentar, sem contraponto, a versão de Marcel Granier, presidente da RCTV, para os fatos
ocorridos na Venezuela em abril de
2002, a Folha avaliza uma versão
sabidamente mentirosa e diferente
da que o próprio jornal publicou à
época ("Acusação de golpismo é
achaque de Chávez contra imprensa, diz presidente da RCTV", Mundo, 29/6).
Os fatos são amplamente conhecidos, e estão reproduzidos no filme
"A Revolução não Será Televisionada", dos irlandeses Kim Bartley e
Donnacha O'Briain (2003).
Está ali relatada, pelos próprios
golpistas, a importância da RCTV
para o golpe. Mais do que incitá-lo,
a emissora ajudou a organizá-lo."
JOÃO CALDEIRA BRANT MONTEIRO DE CASTRO (São
Paulo, SP)
Bandidos
"A doméstica foi roubada e espancada porque se "parecia" com
uma prostituta. Outra mulher, por
ser prostituta, também foi agredida
por jovens de classe média, universitários que não toleram mulheres
que não se enquadram no padrão de
beleza que estabeleceram para si.
E por que o eufemismo de "pitboys'? Se fossem jovens pobres, da
favela ou da periferia, seriam tachados de bandidos. Bandidos é o que
são. E devem ser tratados com o rigor da lei.
Um deles estuda advocacia.
Guardemos o seu nome. Em alguns
anos será advogado.
Espero que as entidades de defesa dos direitos humanos e os grupos
de defesa da mulher apóiem as vítimas e acompanhem e fiscalizem a
ação da Justiça."
HELENA MARIA DE SOUZA (Rio de janeiro, RJ)
Sacoleiros
"Com a medida provisória que o
senhor Lula assinou, dando legitimidade aos sacoleiros que vão ao
Paraguai, ele acaba de oficializar o
contrabando e a pirataria no Brasil
("País reduz impostos para os sacoleiros", Dinheiro, 30/6).
Os afetados serão (mais uma vez)
as indústrias e os comerciantes estabelecidos, que têm uma carga tributária leonina para pagar e não
podem vender os mesmos produtos
dos sacoleiros pagando os mesmos
impostos."
DANIELE PAOLO NAVACCHIA (São Paulo, SP)
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