São Paulo, quarta-feira, 02 de agosto de 2000


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PAINEL DO LEITOR

Contestação
"A propósito da reportagem "Ex-sócio de EJ ajudou a Encol na diretoria do BB", nunca fui "sócio do sr. Eduardo Jorge" -o fato de eu ser acionista de uma sociedade anônima de capital aberto, e de ele ser, ou ter sido, acionista da mesma sociedade anônima de capital aberto não me transforma em sócio dele. Procurei esclarecer o jovem jornalista sobre a diferença entre sócios entre si e acionistas de uma companhia. Lamentavelmente o jornalista me disse que ficaria com a interpretação do dicionário do professor Aurélio, a qual, segundo ele, transforma sócios entre si e acionistas de empresa aberta em sujeitos equivalentes. Depois do estrago representado pela reportagem, não sei se sou vítima de um jornalismo tendencioso, com notícias truncadas ou deturpadas, ou, ainda, se sou vítima de uma interpretação vulgar de um termo com conotação jurídica. Nunca "ajudei a Encol na diretoria do BB" -fui diretor de Crédito Geral, Recuperação de Créditos e Seguridade do Banco do Brasil, no período de fevereiro/95 a março/99, durante a gestão do presidente Paulo César Ximenes Alves Ferreira. Durante esse período, meu papel era defender o patrimônio do banco na área pela qual eu respondia diante da Lei das S.A. E foi o que fiz. Defendi o patrimônio do Banco do Brasil, cumpri o meu dever. Preservei o Banco do Brasil. Vi que a empresa iria quebrar, disse isso em vários fóruns, em várias oportunidades, inclusive em audiência pública, na Câmara dos Deputados, onde compareci representando formal e oficialmente o ministro Pedro Malan, em 10/9/97. Há um extenso volume de documentos comprobatórios do fato de que, quando assumimos a direção do Banco do Brasil, a dívida da Encol já estava formada. O que fizemos foi reduzir a exposição do banco e, para isso adotamos, com rigor, medidas que não atenderam aos devedores e a todos aqueles que os defendiam. Na condução do caso Encol, não tivemos interferência ou ingerência do sr. Eduardo Jorge. O caso Encol é uma coisa e minha atuação como profissional remunerado por ações na DTC Direct to Company S.A., ao lado empresário de renome nacional, é outra coisa. Por isso, considero tendencioso, impróprio e inadequado por parte dos jornalistas que fizeram a reportagem fazer uma ligação entre fatos que não estão absolutamente ligados."
Edson Soares Ferreira (Brasília, DF)

Resposta dos jornalistas Alexandre Oltramari e Sandra Brasil - O missivista e Eduardo Jorge Caldas Pereira foram sócios na DTC a partir de dezembro do ano passado. A empresa só virou uma sociedade de capital aberto no início deste ano. Foi o Ministério Público Federal, e não a Folha, que, inclusive, denunciou o ex-diretor do BB à Justiça no início de julho sob acusação de crime contra o sistema financeiro.

Responsabilidades
"CPTM: operando ferrovia ou brincando de trenzinho? Falharam seguidamente todos os sistemas alternativos de frenagem de um trem?"
Amâncio Ferrari (Jundiaí, SP)

Exagero
"Não posso aceitar a manchete usada pela Folha em reportagem a meu respeito, publicada na edição de 30/7: "Faria de Sá, o novo prefeito de São Paulo". Outros jornais já abordaram meu estilo de trabalho, mas nenhum deles fez tal afirmação. Dizer que eu sou o prefeito -sem ao menos colocar esta palavra entre aspas, indicando um sentido figurado, que já seria um exagero- é querer me intrigar com Celso Pitta. O prefeito sabe exercer o poder que lhe foi conferido pelo povo e é a ele quem eu sirvo como secretário, dando o melhor de mim. Se isso incomoda algumas pessoas, tenho certeza de que entre elas não está meu chefe, que me dá carta branca para comandar as operações por ele determinadas para tornar São Paulo uma cidade melhor."
Arnaldo Faria de Sá, secretário municipal de Governo da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)

Informação
"Reportagem de autoria do sr. Lucas Figueiredo publicada na edição de 16/7 que fala do ex-deputado Sérgio Naya afirma que eu, Jane Rezende, seja contrabandista, fato que contesto e que me vem trazendo uma série de transtornos, uma vez que sou presidente do PPS em Campina Verde (MG) e candidata a vereadora naquela cidade. Informo que só aceitei receber o sr. Lucas Figueiredo em minha casa em Belém por se tratar da Folha, que considero um jornal sério e responsável. Mas gostaria que a afirmação feita na reportagem fosse desfeita."
Jane Maria Rezende (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia a seção "Erramos", abaixo.

Esclarecimentos
"O título da reportagem "Ex-assessor fez mecenato com dinheiro público" (Brasil, 27/7) confunde o público. A Lei Rouanet destina-se, justamente, ao mecenato com dinheiro público. O patrocinador -empresa ou pessoa física- entra com 30% ou 40% do custo do projeto e o Tesouro deixa de recolher 60% a 70% do Imposto de Renda devido. O mecenato pela Lei Rouanet é, pois, sempre realizado com dinheiro público. Os projetos da "Revista do Carnaval" apresentados pela empresa ZMM -como consta na mesma reportagem- não apresentam nenhuma irregularidade de tramitação. Nas duas ocasiões, eles foram aprovados pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), órgão independente do governo, composto por representantes dos sindicatos de associações de artistas e do povo da cultura. O fato de as revistas terem captado anúncios (além do patrocínio proporcionado pela lei) é um procedimento lícito e usual para qualquer tipo de projeto patrocinado pela Lei Rouanet. A repórter foi mal informada quanto ao projeto de distribuição de ingressos gratuitos para shows. Esse projeto foi apresentado ao ministério pelo Telesp Clube São Paulo, uma associação dos funcionários daquela empresa, e não pela ZMM. De qualquer forma, esse projeto não apresenta nenhuma irregularidade de tramitação e sua finalidade não tem nada de ilícito. Com efeito, como diz a reportagem, a ZMM ainda não prestou contas ao ministério, pelo que está sendo cobrada. O processo não será encerrado enquanto ela não o fizer. Finalmente: a dra. Maria Delith Balaban, era efetivamente secretária-executiva na época da aprovação desses projetos. Mas havia mais três secretários no ministério, eu inclusive, que não foram citados. Por que ela é mais suspeita do que eu? Aliás, suspeita de quê?"
Ottaviano De Fiore , secretário nacional do Livro e da Leitura (Brasília, DF)

Chance no voto
"O país vive um momento de grande insatisfação. O povo brasileiro não crê mais em suas instituições. Os Poderes constituídos há muito tempo deixaram de cumprir com as suas obrigações. A partir do momento em que surgiram as primeiras denúncias, seguidas das respectivas constatações de abusos cometidos, perdeu-se a confiança e, com ela, ruiu a imagem de seriedade. E, se isso só não bastasse, aumentou a criminalidade. Resta-nos uma única saída. Este ano, teremos eleições. Oportunidade que tem o mais humilde cidadão de desbancar o corrupto, o embusteiro, enfim, aquele político que promete, engana e, a cada nova eleição, aparece todo sorridente, beijando criancinhas, com fala bonita, alardeando que vai fazer e acontecer, afagando o ego do eleitor menos esclarecido para tentar reeleger-se. E, invariavelmente, acaba conseguindo."
Eduardo Grígolo (Jundiaí, SP)



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