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FERNANDO RODRIGUES
O empate entre Ciro e Serra
BRASÍLIA - A reação de José Serra nas pesquisas aconteceu antes do
prazo que a imensa maioria dos tucanos esperava.
Ele já está com 19% no Datafolha
do último dia 30. Cresceu seis pontos
em 15 dias. Ciro Gomes (PPS) caiu sete pontos e está com 20%.
É uma recuperação espetacular,
sob todos os aspectos, dentro de uma
disputa marcada pelos altos e baixos.
Assim como antes, o cenário continua imprevisível. É impossível dizer
quem será o candidato a ser escolhido pelos eleitores para enfrentar Lula
(PT) no segundo turno.
É mais ou menos um consenso entre os marqueteiros de todos os candidatos que o fato mais relevante
nesta fase inicial de campanha de TV
foi a propaganda negativa de Serra
contra Ciro. Os comerciais quase
apócrifos do tucano, repetidos à
exaustão nos intervalos da programação das TVs, tiveram efeito nefando para o candidato do PPS.
É evidente que Serra não ganhou
votos por causa do "jingle" da cerveja
adaptado para "trabalho, trabalho,
trabalho". Nem por conta do tal
"projeto segunda-feira", uma das
mais cifradas propostas já vistas em
propaganda eleitoral.
A vantagem de Serra é ter conseguido reagir no momento de maior audiência do horário eleitoral na TV. O
interesse dos telespectadores é grande
só no começo e no final da propaganda eletrônica.
Ciro tenta reagir agora. Afirma em
comerciais que FHC aumentou o desemprego. Serra, portanto, também
não criará os postos de trabalho que
anda prometendo -na visão cirista.
Ocorre que esse ataque terá menos
audiência do que o bordão-pergunta
"Ciro - mudança ou problema?".
Ainda assim, é lícito supor que o
ataque de Ciro terá algum efeito.
Mas talvez seja necessário esperar até
o último voto digitado nas urnas em
6 de outubro para saber qual dos
dois, Ciro ou Serra, passará ao segundo turno. Numa repetição do ocorrido com Lula e Brizola em 89.
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