São Paulo, segunda-feira, 02 de setembro de 2002

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FERNANDO RODRIGUES

O empate entre Ciro e Serra

BRASÍLIA - A reação de José Serra nas pesquisas aconteceu antes do prazo que a imensa maioria dos tucanos esperava.
Ele já está com 19% no Datafolha do último dia 30. Cresceu seis pontos em 15 dias. Ciro Gomes (PPS) caiu sete pontos e está com 20%.
É uma recuperação espetacular, sob todos os aspectos, dentro de uma disputa marcada pelos altos e baixos. Assim como antes, o cenário continua imprevisível. É impossível dizer quem será o candidato a ser escolhido pelos eleitores para enfrentar Lula (PT) no segundo turno.
É mais ou menos um consenso entre os marqueteiros de todos os candidatos que o fato mais relevante nesta fase inicial de campanha de TV foi a propaganda negativa de Serra contra Ciro. Os comerciais quase apócrifos do tucano, repetidos à exaustão nos intervalos da programação das TVs, tiveram efeito nefando para o candidato do PPS.
É evidente que Serra não ganhou votos por causa do "jingle" da cerveja adaptado para "trabalho, trabalho, trabalho". Nem por conta do tal "projeto segunda-feira", uma das mais cifradas propostas já vistas em propaganda eleitoral.
A vantagem de Serra é ter conseguido reagir no momento de maior audiência do horário eleitoral na TV. O interesse dos telespectadores é grande só no começo e no final da propaganda eletrônica.
Ciro tenta reagir agora. Afirma em comerciais que FHC aumentou o desemprego. Serra, portanto, também não criará os postos de trabalho que anda prometendo -na visão cirista. Ocorre que esse ataque terá menos audiência do que o bordão-pergunta "Ciro - mudança ou problema?".
Ainda assim, é lícito supor que o ataque de Ciro terá algum efeito. Mas talvez seja necessário esperar até o último voto digitado nas urnas em 6 de outubro para saber qual dos dois, Ciro ou Serra, passará ao segundo turno. Numa repetição do ocorrido com Lula e Brizola em 89.


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