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Sem festa
"O povo foi às urnas quase em silêncio total. Não havia carros de
som, nem animados cabos eleitorais disputando a atenção dos eleitores, nem bandeiras dos partidos,
nada. Eram esses detalhes que faziam do dia das eleições um dia de
festa da democracia. E até isso tiraram do povo. Agora o cabo eleitoral
que arrisca entregar um santinho
de seu candidato se esconde como
se cometesse o pior dos crimes. Que
pena. E a brava gente brasileira segue cada dia mais impotente e desesperançosa."
SHIRLEY APARECIDA PIRES (Caieiras, SP)
"Até o dia amanheceu cinzento e,
nas ruas, quase não se viam carros e
pessoas. Nem se ouviam gritos calorosos, nem o ambiente perfumava-se com o sorriso cívico tão característico desses dias de eleição. Isso
porque o momento do voto, que
sempre se associou a um estado de
epifania, a um instante em que cada
um, na intimidade de sua urna, parecia ter realmente responsabilidade por um tempo em que o sonho
parecia prestes a se realizar, não se
configurou assim. Nossas almas foram lesadas e, à semelhança dos familiares do avião que caiu no meio
da mata densa, sentimo-nos feridos, assistimos pesarosos à impossibilidade de sobrevivência de nossos ideais e estamos de luto."
MARIA TERESA HELLMEISTER FORNACIARI (São
Paulo, SP)
Mais do mesmo
"Os dois presidenciáveis com
mais possibilidades de chegar ao
Palácio do Planalto se consideram
preparados para trabalhar pelo desenvolvimento do país e conseqüentemente pela melhoria da vida
dos brasileiros. Porém, pelo que se
viu nos 12 últimos anos, quando o
Brasil foi governado por PSDB e PT,
e após inúmeros escândalos ocorridos na política sem a devida punição aos suspeitos, chego à seguinte
conclusão: a disputa serviu para decidir se as "ratazanas" que tomarão
conta do Brasil a partir de janeiro
de 2007 terão pelagem vermelha ou
azul e amarela. Precisamos de um
movimento de baixo para cima,
com forte participação popular, para que a democracia conquistada a
duras penas não seja jogada na lata
do lixo por traidores da pátria que,
como governantes e legisladores,
têm sido medíocres."
ANTONIO R. S. CHUEIRI (Campinas, SP)
Democracia
"Mais uma vez, parabenizamos
toda a equipe da Folha. A edição
deste 1º de outubro foi uma verdadeira aula de democracia. Vocês
mostraram exatamente tudo o que
o eleitor precisava saber sobre os
candidatos à Presidência. Como se
não bastasse, publicaram reportagem sobre os quatro mais importantes ex-presidentes do Brasil. São
dossiês completos, que servirão para a posteridade."
VALDEIR FERNANDES DE OLIVEIRA, presidente do
Sindicato dos Trabalhadores e Empregados Rurais de Flórida Paulista (Flórida Paulista, SP)
Parcialidade
"A Folha diz ser um jornal apartidário. Mas cadê o seu esforço para
investigar o conteúdo do dossiê?
Será que depois das eleições teremos uma manchete dando conta de
envolvimentos de tucanos ex-ministros no caso dos sanguessugas?
Provavelmente sim. E aí a Folha,
como a "grande mídia", demostrará
sua independência cínica. Pergunto aos jornalistas "independentes", o
que é mais grave: o envolvimento
de um ex-ministro em corrupção
ou a compra de um dossiê por parte
de militantes de um partido?"
VALDIR LEDO (São Paulo, SP)
Dólares
"O PT ataca a publicação das pilhas de dinheiro e a PF, tentando
transferir à oposição a culpa por
mais uma "operação Tabajara". Nas
operações Daslu e Schincariol, elogiaram a publicidade; o presidente
elogia o desempenho da PF desde
que não contrarie seus interesses.
Como sempre, ninguém do governo e/ou do PT sabe de nada."
MARIO ALVES DENTE (São Paulo, SP)
"E se for constatado que os dólares para a compra do dossiê foram
uma armação, que farão os tucanos
defensores da ética? Retirarão suas
candidaturas?"
DURVAL CASTRO (Campinas, SP)
Retorno
"Muito me alegra poder novamente ler a coluna do jornalista
Carlos Heitor Cony. Sua posição
equilibrada e seus comentários pertinentes fazem falta para o jornalismo da Folha."
FRANCISCO CAMILO DE CAMPOS (Campinas, SP)
"Num domingo cinzento, triste,
apesar das eleições, fiquei feliz com
a linda surpresa na Folha: a volta de
Cony! Que ótimo, sinal que se restabeleceu! Seja bem-vindo."
NELI APARECIDA DE FARIA
(São Paulo, SP)
Acidente aéreo
"A tragédia que vitimou 155 pessoas no mais grave acidente aéreo
nacional nos leva a uma análise sobre o milionário projeto Sivam.
Nossa soberania, principalmente
na Amazônia, foi colocada à prova.
Essas 155 almas devem ser lembradas eternamente como vítimas infelizes da nossa incompetência. Se
dois aviões comerciais se chocaram
sem serem detectados pelo sistema
nacional de radares aéreos, não desejo saber se uma nação inimiga invadir nosso território! Esperamos
que nosso Ministério da Defesa se
manifeste sobre esse acidente."
BRUNO GIOVANY DE MIRANDA ROSAS (São Paulo,
SP)
"Quero expressar minha revolta e
vergonha ao constatar a subserviência das autoridades brasileiras
diante da empresa aérea americana
proprietária do Legacy envolvido
no acidente fatal com o Boeing da
Gol. A entrevista dos representantes da Anac comprova isso. As autoridades da Aeronáutica isolaram
tripulantes e passageiros do Legacy;
nem seus nomes foram divulgados!
Sigilo e isolamento da imprensa para facilitar futura defesa?"
ARMANDO DE OLIVEIRA PIMENTEL (São Paulo, SP)
Lições
"Simples, objetivo e conciso, por
isso profundo, o texto do sr. Antônio Ermírio de Moraes (Opinião,
1º/10). Faço apenas meia ressalva
ao trecho "garantia de igualdade de
oportunidades, sem que sejam criadas discriminações, positivas ou
negativas". Hoje, diversas democracias se valem, de maneira exitosa,
de dispositivos legais para manejarem o curso da história no sentido
da inclusão, buscando sempre justiça social."
RONILSON DE SOUZA LUIZ (São Paulo, SP)
Crítica
"O senhor Ferreira Gullar só não
é mais lamentável hoje do que no
tempo em que silenciava para ser
um dos "meus comunistas" de Roberto Marinho."
PAULO TADEU D'ARCADIA (Poços de Caldas, MG)
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