São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Informação
"Em relação ao tema abordado na coluna do jornalista Josias de Souza de 31/ 10 ("Esquerda ressurge em livro de Tarso Genro", Brasil), gostaria de manifestar que o objetivo do Conselho Permanente de Democratização da Informação -proposto para discussão no meu livro "Esquerda em Processo'- é o oposto do citado no texto do colunista. A intenção é garantir tanto aos jornalistas como ao conjunto da sociedade civil a pluralidade de idéias e o direito pleno de expressá-las. Não existe protagonismo político sem o exercício da cidadania, sem a democratização da informação e dos meios de comunicação e sem a total liberdade dos profissionais para exercer suas funções sem qualquer tutela do Estado, bem como das forças econômicas. Esse é o grande desafio que precisa ser superado por nossa sociedade em busca de uma utopia possível, processo que deve envolver a mídia brasileira."
Tarso Genro, ministro da Educação (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Josias de Souza - Tarso Genro propõe em seu livro a criação de "uma estrutura estatal de caráter político-administrativo". Teria a atribuição de "regrar e vigiar" o exercício da "liberdade de informação". De minha parte, prefiro a vigilância exclusiva dos leitores.

Eleições 2004
"A vitória de Luizianne Lins em Fortaleza serve de alerta para a direção nacional do PT. O fato de, no primeiro turno, o PT ter apoiado um candidato de outro partido é inadmissível, ainda mais para um partido que historicamente sempre lutou por democracia valorizando a vontade de suas bases."
Euclides Netto (São Paulo, SP)

 

"Com a eleição de Serra, a Folha tem a oportunidade de recuperar grande parte da credibilidade que perdeu entre alguns de seus leitores. Para tanto, terá de exercer o mesmo tom crítico durante os quatro anos de mandato do novo prefeito, sob o risco de ver confirmada a desconfiança de favorecimento aos tucanos na eleição que se encerrou no domingo."
Fernando Damasceno (São Paulo, SP)

 

"Agora a gente vai cobrar do Serra tudo o que cobramos da Marta: plano municipal de educação, fim das escolas de lata, censo escolar para saber exatamente quantas crianças estão fora da escola -o que ele vai fazer com os 21 elefantes brancos é um capitulo a parte. Já que ele disse que iria aproveitar o que é bom, que aproveite as idéias de Erundina, cujo plano era construir muitas escolas -pequenas, práticas, funcionais e tantas quantas forem precisas. A situação de Serra é diferente da de Erundina. Ela lutava contra os vereadores do PT. Serra tem um número suficiente de vereadores do PSDB que estão interessados em fazer uma boa administração. Na gestão do PT, a bancada do PSDB, como se diz no popular, "comeu o pão que o diabo amassou". A gente não espera revide e revanche. Queremos que essa bancada, que teve lances de heroísmo tentando defender o povo da cidade de São Paulo, cumpra o prometido. Escola para todos!"
Cremilda Estella Teixeira, presidente do Napa -Núcleo de Apoio a Pais e Alunos (São Paulo, SP)

 

"Certamente a Folha deu sua contribuição à vitória de Serra ao fazer uma cobertura em que os erros do governo federal e municipal eram ampliados enquanto os do governo estadual eram minimizados. A última demonstração do antipetismo do jornal foi impedir que circulasse na cidade de São Paulo a entrevista de José Genoino ("Painel do Leitor" de ontem) que se contrapunha à de Fernando Henrique, esta, sim, publicada."
Marcelo Lellis (São Paulo, SP)

 

"O que fez o PSDB ganhar não foi o fato de ser melhor ou a confiança da população em sua capacidade de realização. Foi o próprio PT, que se deteriorou, enganou a população e desrespeitou aqueles que o apoiaram na eleição de Lula. A traição é algo terrível para qualquer pessoa. A população sentiu-se traída pelo PT. Não esperava um governo subserviente aos interesses de mercado nem esperava tanta falta de discernimento sobre a distinção entre o público e o privado."
Marcus Vinicius Vernucci de Alvarenga Campos (São José do Rio Preto, SP)

 

"Procurei no jornal alguma análise política que confirmasse minha tese sobre a derrota do PT em São Paulo e no país. Não achei nada. Preconceito contra a mulher, antipatia e rejeição pessoal, no caso da candidata em São Paulo, parecem-me pouco para explicar a derrota de uma administração correta. E nas outras cidades onde a esperança deixou lugar ao lamento? Se o presidente Lula e o PT quiserem ver a realidade, ainda haverá tempo de mudar o curso da próxima derrota, que está a caminho. Não é possível enganar quem esperou décadas pela mudança e recebeu mais do mesmo sem receber o castigo nas urnas."
Juan Carlos Camps (São Paulo, SP)

 

"Declaro o meu repúdio à foto da prefeita Marta publicada ontem na Primeira Página da Folha. Considero a foto um desrespeito aos eleitores de Marta, como eu, e um retrato do que foi a posição do jornal neste pleito: uma adesão à candidatura de Serra."
Maria Amélia M. Dantes (São Paulo, SP)

 

"Os senhores Lula, José Dirceu, Mercadante, Genoino e cia. precisam aproveitar esses próximos dois anos para encherem as burras, pois esse novo PT que esses senhores criaram a partir do poder total vai ser varrido do Brasil. Só se vêem prepotência, arrogância, soberba, inépcia, incompetência e traição. O primeiro resultado veio agora, mas o definitivo virá em 2006. Sempre fui eleitor do PT, que tristeza! E parabéns ao grande fotógrafo Antônio Gaudério pela maravilhosa foto da Primeira Página de ontem. É maravilhosa."
Edvaldo Honoratto (São Paulo, SP)

Guerra
"Lamentável o artigo de Emir Sader na Folha de 30/10 ("Guerra à guerra", 'Tendências/Debates'). Mal informado e mais ainda mal-intencionado, volta a justificar as ações sangrentas dos terroristas, fazendo referências à Palestina. Mas a qual Palestina? O território onde viviam cananeus, amorreus e hebreus? Onde Salomão construiu o templo? A província romana de população judaica? A parte do Império Otomano onde os judeus viviam em paz com os governantes? O protetorado britânico combatido pelos judeus na luta pela independência? A Palestina deixou de existir quando, em frontal desrespeito à ONU, que determinou a divisão do país em um Estado judeu e em outro árabe, cinco países árabes invadiram o recém-criado Estado de Israel para "lançar os judeus ao mar". Os habitantes árabes perderam a oportunidade de possuir imediatamente, pela primeira vez na história, um Estado próprio. Como diz Pilar Rahola ("Esquerda adula terror, diz analista espanhola", Mundo, 16/10), da Esquerda Republicana Catalã, "há posicionamentos dentro da esquerda condescendentes com o terrorismo, porque confundem o terrorismo com resistência (...) esses grupos têm ramificações internacionais e não trazem por objetivo a liberdade. Querem regimes islâmicos". Esses grupos que explodem ônibus lotados de civis não são nem de direita nem de esquerda -sua postura mental situa-se no sistema feudal, na Idade Média."
Jacob Moisés Spiguel (São Paulo, SP)


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