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Turismo, esse eterno esquecido!
ANTONIO ERMÍRIO DE MORAES
Os últimos meses vêm sendo marcados por inúmeras notícias a respeito
do potencial do turismo como gerador de renda e emprego para o Brasil.
Essa onda foi reforçada por um incremento substancial do turismo interno
decorrente, em grande parte, do barateamento das passagens aéreas em
1998.
Em termos de longo prazo, qual é o
futuro do turismo no Brasil?
Esse setor tem sido considerado como o maior gerador de divisas e de
empregos das economias modernas.
Em 1996 registraram-se quase 600
milhões de turistas no mundo, que geraram US$ 422 bilhões de receita.
Mais da metade dirigiu-se à Europa,
que abocanhou US$ 215 bilhões em
um único ano!
A América Latina e o Caribe, juntos,
atraíram menos de 9% dos turistas e
US$ 33 bilhões de receita. Mas o Brasil
trouxe menos de 3 milhões de estrangeiros, gerando apenas US$ 3 bilhões.
Em termos mundiais, isso representa
0,05% dos turistas e 0,07% da receita
-menos do que o Uruguai.
Para o ano 2020, as estimativas
apontam para 1,6 bilhão de viagens
em todo o mundo, o que deverá gerar
um adicional de 300 milhões de empregos. Alguns acreditam que, naquele ano, o Brasil atrairá 5,5 milhões de
turistas. Seria possível?
O turismo constitui uma alternativa
bastante útil para o Brasil. Se de um
lado não temos o Louvre de Paris ou o
Coliseu de Roma, de outro, abundam
no Brasil as atrações ambientais.
É verdade que o turismo exige grandes investimentos em infra-estrutura
e treinamento de mão-de-obra. Mas
as perspectivas de expansão parecem
animadoras quando se observa o interesse de investidores estrangeiros que
aqui chegam.
A atividade do turismo é muito integrada aos capitais internacionais. A
integração das empresas aéreas, por
exemplo, constitui um exemplo evidente. O mesmo pode ser dito em relação às cadeias de hotéis de marca
mundial. No campo da infra-estrutura, são inúmeros os projetos propelidos com recursos externos, em especial do Banco Mundial, na área de
água e saneamento.
Por isso, por meio da implementação de uma estratégia inteligente ao
longo dos próximos 20 anos, o Brasil
pode muito bem conquistar um lugar
de destaque no panorama mundial e
que seja à altura de suas vantagens
comparativas em matérias de meio
ambiente e belezas naturais. Vamos
acreditar no desenvolvimento do turismo verde-e-amarelo!
Antonio Ermírio de Moraes escreve aos domingos nesta coluna
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