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São Paulo, domingo, 03 de fevereiro de 2008

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Rumo à "Superterça"

JOHN McCain tornou-se o favorito para obter a indicação presidencial do Partido Republicano. A ascensão do senador pelo Arizona nesta semana já derrubou o mito de que a Presidência dos EUA cairá no colo de um democrata por gravidade.
O desafio de qualquer postulante republicano será lidar com a herança de George W. Bush. Não bastasse o atoleiro iraquiano, o presidente enfrenta uma grave crise recessiva no último ano de mandato. A popularidade de Bush, cuja gestão é reprovada por 62% dos americanos (pesquisa CBS/"New York Times"), dificilmente vai se recuperar.
Nesse quadro, McCain tem a vantagem de ser um postulante que pouco se parece com o presidente. O senador é um herói de guerra com larga experiência militar, tem reputação de político sincero e independente; não se associa às idéias da direita neoconservadora e ultra-religiosa que vicejaram na gestão Bush.
O eleitor republicano precisa escolher entre o ex-governador Mitt Romney, mais afinado com o receituário tradicional do partido, e um McCain que desponta como o mais viável. A tendência da máquina partidária nessas horas é sacrificar a pureza ideológica em favor dos imperativos pragmáticos. McCain aparece em situação de empate com os dois mais fortes postulantes democratas nas pesquisas nacionais, enquanto o desempenho de Romney é bastante inferior.
Entre os democratas, a situação é totalmente incerta. O favoritismo de Hillary Clinton sobre Barack Obama, seu colega de Senado, começa a ser ameaçado, mostram sondagens recentes. A polarização entre os dois é tão forte que nem mesmo a chamada "Superterça" -prévias eleitorais simultâneas em 22 Estados, que ocorrem depois de amanhã- deve bastar para definir de antemão o nome do candidato oposicionista à sucessão de Bush para o pleito de 4 de novembro.


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