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Rumo à "Superterça"
JOHN McCain tornou-se o favorito para obter a indicação
presidencial do Partido Republicano. A ascensão do senador pelo Arizona nesta semana já
derrubou o mito de que a Presidência dos EUA cairá no colo de
um democrata por gravidade.
O desafio de qualquer postulante republicano será lidar com
a herança de George W. Bush.
Não bastasse o atoleiro iraquiano, o presidente enfrenta uma
grave crise recessiva no último
ano de mandato. A popularidade
de Bush, cuja gestão é reprovada
por 62% dos americanos (pesquisa CBS/"New York Times"),
dificilmente vai se recuperar.
Nesse quadro, McCain tem a
vantagem de ser um postulante
que pouco se parece com o presidente. O senador é um herói de
guerra com larga experiência militar, tem reputação de político
sincero e independente; não se
associa às idéias da direita neoconservadora e ultra-religiosa
que vicejaram na gestão Bush.
O eleitor republicano precisa
escolher entre o ex-governador
Mitt Romney, mais afinado com
o receituário tradicional do partido, e um McCain que desponta
como o mais viável. A tendência
da máquina partidária nessas
horas é sacrificar a pureza ideológica em favor dos imperativos
pragmáticos. McCain aparece
em situação de empate com os
dois mais fortes postulantes democratas nas pesquisas nacionais, enquanto o desempenho de
Romney é bastante inferior.
Entre os democratas, a situação é totalmente incerta. O favoritismo de Hillary Clinton sobre
Barack Obama, seu colega de Senado, começa a ser ameaçado,
mostram sondagens recentes. A
polarização entre os dois é tão
forte que nem mesmo a chamada
"Superterça" -prévias eleitorais
simultâneas em 22 Estados, que
ocorrem depois de amanhã- deve bastar para definir de antemão o nome do candidato oposicionista à sucessão de Bush para
o pleito de 4 de novembro.
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