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CLÓVIS ROSSI
O pequeno é uma jóia
LIUBLIANA- Para quem cansou
do gigantismo inóspito de São Paulo, Liubliana e a Eslovênia são uma
ode ao "small is beautiful".
E bota bonito nisso. No país todo,
são apenas 2 milhões de habitantes.
Na capital, Liubliana, meros 258
mil. Mas, atenção, 10% são estudantes universitários (incríveis 95 mil
no país todo) -o que quebra o provincianismo inevitável em pequenas comunidades.
Tem até Carnaval, chamado
Shrovetide. Começou ontem, com
um desfile pelas ruas da cidade. É
claro que não chega a ser uma atração internacional como o do Rio
nem tem a sensualidade e as carnes
à mostra (afinal, é inverno por aqui,
ainda que ameno até agora).
Mas, para quem prefere, digamos, grifes carnavalescas mais conhecidas, basta pegar o carro, andar
meros 158 quilômetros e se está em
Veneza, que, com Paris, inventou o
Carnaval moderno -e passou a exportá-lo, até para o Rio.
A vantagem adicional de viver em
um país pequeno é que se pode
acordar, tomar café e aí decidir entre seguir o rumo nordeste, até Viena (a 245 km); o rumo leste e chegar a Zagreb, na Croácia; a direção nordeste para alcançar Budapeste (240
km), além da já mencionada Veneza
(aliás, é nela que passo a semana, de
folga).
Exceto na Croácia, a moeda é a
mesma, o euro.
O idioma é um problema? É. Desjejum, por exemplo, é zajtrkovati.
Mas são raras as pessoas que não falam inglês.
Ah, por falar em café (da manhã,
da tarde ou da noite), é inacreditável a quantidade de cafés (como em
Viena) e de gente neles aboletada. O
jornalista Mitja Mersol, que mora
no centro, até brinca: "Fico olhando
a quantidade de jovens que, a todas
as horas, estão nos cafés, e me pergunto: quando é que eles estudam?".
Em São Paulo, perco mais tempo
no trânsito, inutilmente, do que a
moçada daqui nos cafés.
crossi@uol.com.br
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