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Violência em baixa
OS HOMICÍDIOS dolosos em
território paulista caíram
pelo nono ano seguido.
Foram 4.426 casos em 2008,
queda de 9,2% sobre 2007. Para
cada 100 assassinatos cometidos
em 1999 -o pico da violência no
Estado- ocorreram 34 em 2008.
Trata-se de um avanço persistente e expressivo, que poucos
antecipavam uma década atrás.
Apesar do incremento nos latrocínios -que entre 2007 e
2008 cresceram de 218 para
267-, a queda contínua e acentuada nos homicídios já faz do
caso paulista um paradigma internacional. O declínio resulta de
uma série de ações adotadas nos
últimos anos na segurança pública, na gestão penitenciária e na
administração da Justiça.
O aparato e a gestão policial foram modernizados; a polícia e o
Ministério Público aperfeiçoaram métodos e índices de elucidação de crimes; o Judiciário pôde condenar os praticantes de
crimes graves a penas mais duras; desde 1999, o número de
unidades prisionais em todo o
Estado sofreu forte expansão e
passou de 62 para 147.
Ademais, a demografia paulista, que antes contribuía para o
aumento da violência, passa por
uma transformação. Cessaram
as grandes ondas de migração, e a
idade média da população tem
crescido. Comunidades mais estáveis e enraizadas, com parcela
de jovens decrescente, tendem a
ser menos conflituosas.
Nesse contexto, a política pública soube responder bem à
crescente demanda popular por
segurança pública. Mas é preciso
avançar mais. O sistema informatizado de dados e mapeamento criminal, por exemplo, ainda
não se generalizou pelo interior
do Estado. Trata-se de ferramenta crucial no planejamento da repressão.
A conquista obtida ao longo de
nove anos é notável, mas ainda
insuficiente para dotar o Estado
de São Paulo de índices de violência similares aos de países desenvolvidos. E é isso que as autoridades precisam almejar.
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