São Paulo, quarta-feira, 03 de fevereiro de 2010

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Editoriais

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Crimes em São Paulo

AO LONGO da última década, os dois principais índices de criminalidade -homicídios e roubos- evoluíram de forma distinta no Estado de São Paulo. Enquanto o número de assassinatos caiu de maneira acentuada e constante (são hoje cerca de 4.500 casos por ano, contra quase 13 mil em 1999), os assaltos oscilaram e, nos períodos de queda, seguiram ritmo mais lento.
Os dados divulgados ontem pelo governo estadual atestam uma situação de piora na segurança pública em 2009, ano marcado pela crise econômica. Mas não chegam a romper com esse padrão. Houve ligeira alta de homicídios no Estado (2,8% a mais), mas os assassinatos continuaram a declinar na região metropolitana da capital (caíram mais de 7%). O número de roubos, por sua vez, deu um salto e atingiu o recorde de 257 mil casos -alta de quase 18% em relação a 2008.
É importante, para estratégias de prevenção, distinguir os dois crimes. Sabe-se que o criminoso que mata não é necessariamente o mesmo que rouba. Além do maior número de prisões, campanhas de desarmamento contribuíram para reduzir os casos em que disputas cotidianas, como brigas de bar, terminavam em crimes de sangue.
Ladrões, por outro lado, são geralmente "profissionais" do crime. A prevenção contra sua ação deve ser distinta -e tem falhado. Daí o aparente paradoxo de a violência ter diminuído em São Paulo, desde 1999, ao mesmo tempo em que a sensação de insegurança permanece alta.
Ainda em 2007, o então secretário de Segurança, Ronaldo Marzagão, apontava como prioritário o combate a roubos, segundo ele o crime que mais "inquieta" a população. O diagnóstico era correto, e o remédio recomendado também -o aumento do policiamento preventivo. Mas, infelizmente, pouco foi feito desde então.


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