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Crimes em São Paulo
AO LONGO da última década,
os dois principais índices
de criminalidade -homicídios e roubos- evoluíram de
forma distinta no Estado de São
Paulo. Enquanto o número de
assassinatos caiu de maneira
acentuada e constante (são hoje
cerca de 4.500 casos por ano,
contra quase 13 mil em 1999), os
assaltos oscilaram e, nos períodos de queda, seguiram ritmo
mais lento.
Os dados divulgados ontem pelo governo estadual atestam uma
situação de piora na segurança
pública em 2009, ano marcado
pela crise econômica. Mas não
chegam a romper com esse padrão. Houve ligeira alta de homicídios no Estado (2,8% a mais),
mas os assassinatos continuaram a declinar na região metropolitana da capital (caíram mais
de 7%). O número de roubos, por
sua vez, deu um salto e atingiu o
recorde de 257 mil casos -alta
de quase 18% em relação a 2008.
É importante, para estratégias
de prevenção, distinguir os dois
crimes. Sabe-se que o criminoso
que mata não é necessariamente
o mesmo que rouba. Além do
maior número de prisões, campanhas de desarmamento contribuíram para reduzir os casos
em que disputas cotidianas, como brigas de bar, terminavam
em crimes de sangue.
Ladrões, por outro lado, são
geralmente "profissionais" do
crime. A prevenção contra sua
ação deve ser distinta -e tem falhado. Daí o aparente paradoxo
de a violência ter diminuído em
São Paulo, desde 1999, ao mesmo
tempo em que a sensação de insegurança permanece alta.
Ainda em 2007, o então secretário de Segurança, Ronaldo
Marzagão, apontava como prioritário o combate a roubos, segundo ele o crime que mais "inquieta" a população. O diagnóstico era correto, e o remédio recomendado também -o aumento
do policiamento preventivo.
Mas, infelizmente, pouco foi
feito desde então.
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