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CLÓVIS ROSSI
Paraíso, inferno, paraíso
SÃO PAULO - Bom, por fim, surge alguém, além do presidente Lula, para
considerar o Brasil um paraíso. "O
paraíso financeiro é o Brasil. A política brasileira é extremamente concentradora", diz dom Odilo Pedro Scherer, secretário-geral da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil.
Imagino que os hidrófobos do PT e
seus filósofos incluirão dom Odilo entre os que odeiam o PT e contra ele
conspiram. Afinal, o Brasil é também
um paraíso para a idiotia.
Pena que seja um inferno para
quem entra em rota de colisão com o
PT, caso dos parentes do prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel. Tornaram-se os primeiros exilados políticos da democracia, o que seria absolutamente intolerável em
qualquer país decente. No Brasil, faz-se denso silêncio.
Recordemos um pouco os fatos: no
dia do enterro de Daniel, no início de
2002, Luiz Inácio Lula da Silva disse
que havia "gente graúda" envolvida.
Se é assim, o que deveria fazer Luiz
Inácio Lula da Silva quando se transformou de candidato em presidente
da República?
Colocar a Polícia Federal para fazer
a mais profunda investigação até
chegar aos "graúdos" envolvidos,
ainda mais que sete pessoas que tiveram algum envolvimento nos fatos
foram também mortas.
O que fez Lula? Nada, a não ser
mudar de opinião e passar a achar
que o crime era "comum", sem qualquer tipo de investigação.
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que vive dizendo que
nunca se investigou tanto a corrupção como no atual governo, tampouco se mexeu nesse caso, embora todos
os indícios apontem para corrupção
em uma prefeitura comandada pelo
PT, em benefício do PT, o partido do
caixa dois, que Thomaz Bastos diz
ser "coisa de bandido".
E olhe que estamos falando do assassinato do coordenador de campanha do futuro presidente.
Resta o exílio para os parentes do
morto, com o que se prova que o Brasil é também o paraíso das máfias.
@ - crossi@uol.com.br
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