São Paulo, sábado, 03 de março de 2007

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Prêmio à fidelidade

NO MUNDO desenvolvido, é preocupação quase obsessiva de administradores de grandes cidades criar mecanismos que incentivem o uso do sistema público de transporte. Seja por razões ambientais, seja visando à melhoria do trânsito e da qualidade de vida, é prática comum a venda de bilhetes que premiam a fidelidade.
Em São Paulo, o governo estadual andou na contramão do bom senso e, no ano passado, suspendeu a venda de bilhetes múltiplos de dez viagens com desconto em trens e no metrô.
Felizmente a Secretaria dos Transportes Metropolitanos recuou e reeditará o bilhete múltiplo, agora de 20 viagens com desconto. Além disso, lançará dois cartões especiais, o primeiro para uso ilimitado num único dia e o outro para o fim de semana.
É uma iniciativa oportuna, que se soma a outras bem-sucedidas, mas ainda incompleta. O passageiro não poderá aproveitar o desconto do bilhete múltiplo e fazer uso da integração com os ônibus. Terá de optar entre um benefício ou outro.
É preciso almejar a integração total dos sistemas. É difícil justificar, por exemplo, a existência de uma empresa estatal para os trens e outra para o metrô.
Tampouco se entende por que a metrópole não oferece ao usuário a opção de comprar, com descontos progressivos, o direito de circular livremente em qualquer meio de transporte por períodos determinados -um dia, uma semana, um mês, três meses, um ano etc. Trata-se de um sistema ainda pouco inteligente, que não centrou seu foco no usuário.


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