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Prêmio à fidelidade
NO MUNDO desenvolvido, é
preocupação quase obsessiva de administradores de grandes cidades criar mecanismos que incentivem o uso
do sistema público de transporte. Seja por razões ambientais,
seja visando à melhoria do trânsito e da qualidade de vida, é prática comum a venda de bilhetes
que premiam a fidelidade.
Em São Paulo, o governo estadual andou na contramão do
bom senso e, no ano passado,
suspendeu a venda de bilhetes
múltiplos de dez viagens com
desconto em trens e no metrô.
Felizmente a Secretaria dos
Transportes Metropolitanos recuou e reeditará o bilhete múltiplo, agora de 20 viagens com desconto. Além disso, lançará dois
cartões especiais, o primeiro para uso ilimitado num único dia e
o outro para o fim de semana.
É uma iniciativa oportuna, que
se soma a outras bem-sucedidas,
mas ainda incompleta. O passageiro não poderá aproveitar o
desconto do bilhete múltiplo e
fazer uso da integração com os
ônibus. Terá de optar entre um
benefício ou outro.
É preciso almejar a integração
total dos sistemas. É difícil justificar, por exemplo, a existência
de uma empresa estatal para os
trens e outra para o metrô.
Tampouco se entende por que
a metrópole não oferece ao usuário a opção de comprar, com descontos progressivos, o direito de
circular livremente em qualquer
meio de transporte por períodos
determinados -um dia, uma semana, um mês, três meses, um
ano etc. Trata-se de um sistema
ainda pouco inteligente, que não
centrou seu foco no usuário.
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