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CLÓVIS ROSSI
Um perigo e uma covardia
SÃO PAULO - O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva vem desenvolvendo repetidamente dois tipos de
enfoque sobre a questão da violência/criminalidade. Um é perigoso.
O outro é demagógico.
Primeiro enfoque: não há por que
mudar leis, reduzir a idade da maioridade penal, pôr mais polícia na
rua, porque o problema é só social.
Lula chegou a dizer que cometer
crimes é, às vezes, "questão de sobrevivência".
Equivale a dar habeas corpus para a barbárie. Se, para sobreviver, é
preciso matar/roubar, cai-se na lei
da selva.
O raciocínio despreza todos os
demais fatores que contribuem para a violência/criminalidade. Não
se mata/rouba apenas por falta de
oportunidade, do que dá prova contundente o caso do assassinato dos
três franceses de uma ONG que resgata crianças pobres. Foi uma delas,
já adulta, que matou os benfeitores,
aqueles que lhe haviam dado a
oportunidade pedida por Lula.
Exceção que só confirma a regra?
Tolice. O ser humano mata/rouba
também por cobiça, apetite pelo
poder, drogas, psicopatias várias,
por alpinismo social e mais um quilo de razões, que valem para pobres
como valem para ricos.
Tratar criminosos como "coitadinhos" é convidar ao aumento da
violência, já insuportável.
O segundo enfoque é o de que a
violência é culpa dos governantes
dos 20 anos a.L. (antes de Lula).
Falso, completamente falso. A obscenidade social que é o Brasil vem
de muito, muito antes, como sabe
qualquer um que não ache, ao contrário de Lula, que a história da humanidade começou com ele.
Começou antes e continuou com
Lula, que, nos 50 meses de governo,
nada mexeu na estrutura econômico-social, além de ter se aliado a
muitos dos que acusa pelo desastre
social chamado Brasil.
Culpar os outros é sempre fácil;
fugir das próprias responsabilidades é covardia.
crossi@uol.com.br
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