São Paulo, sexta-feira, 03 de maio de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Primeira Página
"Afinal vemos uma Primeira Página digna do primeiro jornal do país. Uma belíssima imagem do céu, inquietando o pensamento e dando uma dimensão maior à nossa limitada existência. E crianças participando da Bienal do Livro. Uma benesse para capas que têm sempre apresentado atrocidades e violência, como se a azáfama humana fosse só isso. É fato bastante conhecido que as más notícias chamam a atenção bem mais do que as boas notícias. É também inegável a necessidade de reportar tudo (ou quase tudo) que ocorre. Mas, se queremos um mundo melhor, é preciso enaltecer as coisas boas e neutralizar as coisas ruins, e não o contrário."
Felipe Rudge, Fundação CPqD (Campinas, SP)

Impostos
"O que há de errado com a proposta de Lula de aumentar as faixas do Imposto de Renda? Na teoria, nada e, na prática, tudo. Vivemos num país em que costumam ser ocultados rendimentos e lucros. Os executivos das grandes corporações recebem salários mascarados na forma de benefícios -como aluguel de casa, casa de praia, carro com chofer etc-, enquanto profissionais liberais evitam emitir recibos ou qualquer documento que possa comprovar a sua verdadeira renda. A conta sobraria mais uma vez para os assalariados, especialmente para os funcionários públicos, que têm seus vencimentos integralmente declarados e descontados pelo IR. Já passou da hora de Lula seguir o exemplo de outros companheiros de partido, que, assumindo prefeituras e governos estaduais, estão aprendendo a administrar as agruras de chefiar um cargo executivo."
Jan Luiz Parellada (Assis, SP)

Elétricas
"Será que o sr. Pedro Parente pensa que é o rei do Brasil? O senhor todo-poderoso do pensamento alheio? Ameaçar processar o professor Ildo Sauer por ele ter outra opinião sobre o custo das usinas que poderiam garantir o abastecimento de energia elétrica em casos de racionamento chega às raias do absurdo. Qual o motivo a ser alegado? O fato de Sauer ter o pensamento diferente do dele? Pelo que sei, o professor Sauer e sua equipe não acusaram o "ministro do apagão" de nada. Apenas disseram que, nos cálculos que fizeram, o custo seria de R$ 2,5 bilhões, e não de R$ 16 bilhões. Qual é o "background" do ministro em energia elétrica e em usinas? Já construiu alguma? Já calculou seus custos? Por outro lado, o professor Sauer é um engenheiro especialista no assunto e professor nada mais nada menos que da USP. Será que o "ministro do apagão" sabe o que é democracia e livre expressão do pensamento? Se ele fosse esperto, convidaria o professor Sauer para apresentar o projeto dele e assim economizar R$ 13,5 bilhões do dinheiro do contribuinte."
Adolfo Rodrigues Shapke (São Paulo, SP)

Reforma agrária
"Casuísmos à parte, para tornar verdadeiro o número de assentados informado pelo governo vale até modificar o significado tradicional da palavra. Vivam FHC, Incra e cia! Abaixo o mestre Aurélio Buarque de Holanda!"
Odilon O. Santos (Marília, SP)

Bancos
"A manobra dos bancos para fugir do Código de Defesa do Consumidor (CDC) é mais uma demonstração de arrogância por parte de um setor que vem sendo o mais beneficiado nos dois mandatos de Fernando Henrique. As instituições financeiras pretendem substituir o código por uma resolução do Conselho Monetário Nacional. Durante o governo FHC, os lucros dos bancos aumentaram mais de 400%. As taxas de juros praticadas para segurar o câmbio e a inflação geraram esses ganhos obscenos ao mesmo tempo em que fizeram a desgraça de milhões de famílias e de empresas, especialmente as micro, pequenas e médias. A dívida interna, por conta disso, cresceu assustadoramente. O Banco Central e o Conselho Monetário Nacional vêm se caracterizando como comitês de defesa dos interesses dos banqueiros. Se o STF permitir que os bancos fiquem fora CDC, será o coroamento de um período lamentável para o nosso país."
Turíbio Liberatto (São Caetano do Sul, SP)

Eleições
"Lula começa a subir ainda mais nas pesquisas e o "terrorismo" já começou. Representante de banco já diz que irão investir menos no Brasil. O dólar sobe e a Bolsa cai. Já vimos isso antes. Ora, se banqueiro está achando ruim Lula vencer, com certeza a candidatura dele é boa para o povo e para o nosso país. Cresci ouvindo dizer que deveria haver investimentos estrangeiros no Brasil. Esses investimentos ocorreram e a situação do país não melhorou. Em geral, esses investidores vêm com a intenção de lucro e acabam levando muito mais do que trazem."
Rodrigo Pedroso de Carvalho
(Belo Horizonte, MG)

Igreja
"Penso que o leitor Cláudio Szulcsewski ("Igreja e voto", "Painel do Leitor", 30/4) esteja sendo muito reducionista em suas colocações. Creio que a palavra da igreja não seja absoluta, mas, sendo pró ou contra, sempre foi uma palavra de peso. E, mesmo como católico, ele não está obrigado a obedecer ou a acreditar cegamente nos padres. Siga o que diz o Evangelho, que é autoridade maior. Com certeza descobrirá que o Evangelho de Jesus Cristo aponta para caminhos bem diferentes dos traçados habitualmente e revela que nós, cristãos, devemos tomar decisões que levem em conta projetos que favoreçam os empobrecidos e possibilite que todos tenham o necessário para uma vida digna."
Emerson A. Rodrigues, frade da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (Sumaré, SP)

"Como católica, sinto-me indignada e ultrajada com a posição e as atitudes dos líderes de nossa igreja. Há uma grande necessidade de separar as coisas: celibato é regra dentro da Igreja Católica, mas pedofilia é crime e, como em qualquer lugar, tem de haver punição."
Vanilda Fabio Kanaguchi (São Paulo, SP)

CLT
"Os trabalhadores precisam começar a se manifestar contra a bomba que está no Congresso pronta para ser detonada a qualquer momento. Essa bomba é tão poderosa que poderá acabar com todos os direitos trabalhistas conquistados ao longo de muitos anos com lutas e até com mortes. Essa bomba é a "flexibilização das leis trabalhistas". Os criadores dessa bomba são chamados de representantes dos trabalhadores, mas, na realidade, só defendem seus próprios interesses. Se os trabalhadores fossem consultados, jamais iriam aprovar a destruição de seus direitos."
Gerson Veiga da Cruz, diretor do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação de Guarulhos (Guarulhos, SP)

Cartões
"Fiquei surpreso com a recepção desfavorável da imprensa e dos esportistas em relação ao novo critério de desempate no Torneio Rio-São Paulo -o número de carões recebido pelo time. Considero essa uma maneira eficaz de premiar a opção pela não-violência nos jogos. Acredito que a única ressalva que poderia ser feita, a fim de se retirar a grande pressão sobre o juiz nos jogos decisivos, é que deveriam ser considerados só os cartões das fases anteriores do campeonato, e não os da fase final."
Vladimir Silva Goldbaum (São Paulo, SP)



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