São Paulo, quarta-feira, 03 de maio de 2006

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Bolívia
"Se as agências reguladoras que funcionam no Brasil estivessem na Bolívia, a Petrobras e outras multinacionais continuariam muito bem em terras bolivianas. Aqui no Brasil, essas agências estão sempre a favor das empresas -nacionais ou internacionais- que exploram o serviço público. É líquido e certo que, se as agências reguladoras atuassem na Bolívia, teriam determinado que as multinacionais que exploram os hidrocarbonetos ficassem com 82 % de lucro sobre a produção, sobrando somente 18% para a Bolívia. Uma coisa que o governo Lula deve aprender com esse episódio é que não se pode acender uma vela para Deus e outra para o Diabo. O jogo de duas caras só funciona aqui no Brasil. Lá fora, a conversa é outra."
Wilson Gordon Parker (Nova Friburgo, RJ)
 

"O que um presidente com vinte anos de luta social em um país do tamanho de um continente não teve coragem de fazer com empresas privatizadas por um sociólogo, um índio, no meio da Amazônia, fez -e fará muito mais."
Flávio Rogério (Campinas, SP)
 

"A posição do governo da Bolívia, expulsando uma siderúrgica brasileira em fase de instalação, é totalmente descabida e ideológica e terá graves conseqüências. A Bolívia enfrenta sérios problemas de pobreza, e esse investimento poderia proporcionar trabalho e condições dignas a milhares de pessoas. Fato semelhante aconteceu com fábrica da Ford no Rio Grande do Sul, com prejuízos incalculáveis e irreversíveis para os gaúchos."
Cláudio Froes Peña (Porto Alegre, RS)
 

"A decisão do presidente Evo Morales de nacionalizar os hidrocarbonetos e de dar ao Estado controle absoluto sobre eles ficará para a história daquele país. Foi promessa de campanha, cumprida no 1º de Maio, Dia do Trabalho, o primeiro de seu mandato. O povo autóctone boliviano recebe, pois, um grande alento, que é o de aproveitar -no sentido amplo da palavra- e desfrutar as riquezas dos recursos naturais de seu país, que sempre foram entregues a estrangeiros a preço vil, destruindo os sonhos de toda uma população de ter um país rico e promissor. Morales está reconstruindo a Bolívia para os bolivianos, rompendo um elo malévolo de títeres que se locupletavam com o suor do povo. Para nós, brasileiros, que fique a lição de um presidente que está apenas provando estar comprometido com o seu povo e com mais ninguém."
José Eduardo Victor (Jaú, SP)
 

"O governo do PT foi pego de "calças curtas" pelo hermano Morales, segundo um assessor de Lula. Governo de país sério não deveria usar "calças curtas", vestimenta de criança. O histórico e o discurso de Morales eram sinais precisos do que estava para vir. O PT (especialmente Lula) apoiou a eleição de Morales, mesmo porque sempre defendeu, por oportunismo eleitoreiro, a "nacionalização" dos nossos recursos naturais e dos seus meios de produção, como se o país tivesse capacidade financeira para explorá-los isoladamente. Por ironia do destino, o governo do PT ficará na história como aquele em que o capital brasileiro no exterior foi "expropriado". Recorrer à Justiça, como ameaça o governo, é dar um "tiro n'água". Ou adere-se às condições que serão impostas ou perde-se o investimento."
Carlos Eduardo Bulhões Pedreira (Rio de Janeiro, RJ)

Remédios
"Sobre a reportagem "Lula abranda regra para fracionar remédios" (Cotidiano, 21/4), o Ministério da Saúde esclarece que ficou à disposição da jornalista Fabiane Leite durante a tarde da quinta-feira 13/4. Por meio da assessoria de imprensa, o ministério tentou falar com a repórter por quatro vezes -entre 17h30 e 20h30- na tentativa de colocá-la em contato com o coordenador do Grupo de Trabalho sobre Fracionados, Norberto Rech. O ministério esclarece que a ampliação da política nacional de assistência farmacêutica -que garantirá maior acesso da população aos medicamentos- está prevista para este mês de maio. Duas normas orientarão a indústria farmacêutica a proceder o fracionamento dos medicamentos comercializados nas farmácias e drogarias com o objetivo de racionalizar o uso desses medicamentos, respeitar o direito do consumidor, contribuir para a redução de gastos da população com medicamentos e evitar o desperdício desses produtos."
Djalma Carlos Gomes, assessor de imprensa do Ministério da Saúde (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Fabiane Leite - A reportagem entrou em contato com o ministério na quarta-feira 12/4 e explicou que necessitaria de explicações sobre as mudanças no programa. No dia seguinte, entrou em contato com o órgão em mais de uma ocasião. À noite, quando a assessoria disse que o representante do ministério poderia falar sobre o assunto, foi pedido que ele retornasse a ligação em 30 minutos, já que, àquela hora, não seria possível fazer a entrevista. Passado esse tempo, porém, a assessoria informou que não seria mais possível localizá-lo.

Educação
"Reportagem publicada anteontem no caderno Cotidiano relata que "metade dos docentes já foi xingada por aluno". E os alunos? Quantos já foram desrespeitados por professores? Já presenciei, na escola de meu filho, professor puxar a cadeira para o aluno cair, puxar orelha, chamar de doente, de cabeçudo, de burro, de lerdo... O respeito deve ser mútuo. E deve partir, principalmente, dos mais velhos -e mais ainda de quem educa. Nesta terra sem valores, os professores têm perdido a compostura. E pior. Têm justificado nos alunos as suas deseducações. Convenhamos: os alunos são a parte mais fraca da corda nisso tudo. E eles são o que fazemos deles."
Magali Geara (São Paulo, SP)

Voto
"Perfeito o artigo do professor Cláudio Gonçalves Couto publicado ontem em "Tendências/Debates". Apenas para acrescentar: ninguém obrigou os políticos a se candidatarem a cargos públicos. Será que se o voto fosse aberto não seria menor o interesse em "ajudar o povão'?"
Verter Eitor Cortucci (Ribeirão Preto, SP)

São Paulo
"Em relação ao editorial "Lacre de cimento" (Opinião, 1º/5), gostaria de comentar que "ilegalidade e abuso" são adjetivos aplicáveis aos bares que infringiram as leis do silêncio na cidade. A colocação de blocos de concreto é o último recurso da prefeitura para reforçar o lacre anterior em estabelecimentos que repetidas vezes desrespeitaram a lei e que, sem exceção, já têm inquérito policial iniciado por isso. Não obstante, muitos deles voltam a abrir. Não adiantaram vistoria, notificação, intimação, multa, interdição e lacres feitos pela prefeitura -o estabelecimento continua reabrindo para funcionar à margem da lei, incomodando os vizinhos que querem sossego e tornam a acionar o poder público em busca de uma solução. Corrigindo duas afirmações: em nenhum dos estabelecimentos recentemente fiscalizados pelo Programa Silêncio Urbano a prefeitura proibiu que os proprietários pegassem seus pertences; não moram pessoas nestes locais, que são exclusivamente estabelecimentos comerciais."
Andrea Matarazzo, secretário de coordenação das subprefeituras e subprefeito da Sé (São Paulo, SP)

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